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Estreia da série #PaposDeMemória
Na estreia da série #PaposDeMemória conversamos sobre "Os desafios da Memória Empresarial hoje", com as convidadas Lygia Rodrigues e Flavia Borges, que trouxeram reflexões e análises valiosas.
Confira algumas falas que marcaram o episódio 1 da série:
Importância do acesso aos acervos. "É fundamental que a sociedade tenha condições de acessar documentos e acervos de uma perspectiva bem ampla - nem só os públicos e nem só os oficiais. E cabe a nós continuar trabalhando com isso." - Lygia.
Ciência e acervos. "A base de tudo é o acesso.Você não tem história, não tem análise e não tem ciência se não tem a fonte. Não é à toa que na minha época, na década de 1980, só se fazia tese de Colônia, porque o Arquivo Nacional era o único organizado." - Flavia.
A nossa relação com o passado. "Nossa cultura e sociedade tem uma relação bastante difícil com o passado e isso inclui, certamente, as empresas. Isso tem duas principais causas. Primeiro, o passado não é uma verdade estática e, em segundo, temos uma cultura do presente." - Lygia.
Inovação x passado? "Com a ideia de estarem na linha de frente das tecnologias e da inovação, é como se as empresas, ao se remeterem ao passado, ficassem presas aos modelos e maneiras de fazer que não são mais interessantes. É nosso papel restituir a memória como material do conhecimento vivo." - Lygia.
Curadoria. "O excesso de informações nos impele à criação de filtros. É aí que museus e centros de memória ganham destaque, porque são as instituições que fazem isso profissionalmente." -Lygia.
Memória e identidade. "O momento de mudança para uma cultura digital fez com que as empresas trouxessem a transparência e a identidade da marca como valores. E na construção da identidade estamos falando diretamente de história, associando a prática ao discurso. É o que você fez e o que você faz." - Lygia.
O grande desafio. "O grande desafio dos centros de memória é estarem incorporados à estratégia de negócios da empresa, dando apoio às estratégias de marketing e de comunicação e em todos os níveis da organização." - Flavia.
Profissionais da área. "A área de memória empresarial, que é multidisciplinar, exige que os profissionais de humanas, seja um historiador, sociólogo ou arquivista, tenham também conhecimento sobre o mundo corporativo. E existem lacunas nessas formações." - Lygia.
Centros de memória e a quarentena. "Tivemos a aceleração de uma transformação que já vinha acontecendo. O esforço para deixar os acervos organizados e disponíveis online foi fundamental para a continuidade dos atendimentos. Foi um ponto a favor para quem já estava com isso encaminhado." - Flavia
Lembrar e esquecer. "Não basta apenar reunir e organizar documentos, é importante saber quais são as fontes que expressam a razão de ser da empresa e, por isso, a importância da sintonia com as áreas de negócios. Os pontos-chave são: a qualidade da informação e o compartilhamento." - Lygia.
Indicações das convidadas
Curso. "Centros de Memória: fundamentos e perspectivas", realizado pela ABME em parceria com a USP. Gratuito, terá vagas limitadas e inscrição entre 6 e 17 de julho. Mais informações aqui.
Livros. "Centros de memória: uma proposta de definição", de Ana Maria Camargo e Silvana Goulart Guimarães, "Memória da amnésia: políticas do esquecimento", de Danilo Santos de Miranda e Giselle Beiguelman, e "Número zero", de Umberto Eco.
Filme. "O vendedor de passados" (2015).



