Revista Comunicação & Memória ganha seção dedicada ao setor elétrico

A Memória da Eletricidade está lançando o terceiro número da revista "Comunicação & Memória". Tendo por tema "Arquivos pessoais e histórias de vida" (o mesmo da edição deste ano do Preserva.Me), a nova edição traz como grande novidade a seção "No setor elétrico", que conta com artigos de Paulo Brandi, historiador da Memória da Eletricidade, Amanda Carvalho, gerente do Acervo e editora da revista, Philipe Deschamps, diretor de Comunicação da State Grid Brasil Holding, além de um depoimento inédito de Mario Santos, ex-diretor do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em que relata os bastidores do Programa de Racionamento de 2001, comparando-o com a crise hídrica atual.

Para Augusto Rodrigues, presidente da Memória da Eletricidade, a nova seção é fundamental para o propósito de "Comunicação & Memória", uma publicação que contribui para a disseminação do saber e o debate em torno da preservação histórica e da memória cultural e empresarial:

– O espaço propõe-se a ser uma arena pública de troca de conhecimentos, debate e mobilização, em torno da preservação da história e da memória das empresas que atuam no Setor Elétrico.

Sinergia com Preserva.Me 2021

No editorial desta nova edição Augusto Rodrigues destaca também a sinergia entre a revista e o Preserva.Me 2021:

– A revista serve de subsídio e ecoa as principais discussões provocadas pelo evento, com o qual compartilha o mesmo tema de investigação, a preservação de arquivos pessoais e histórias de vida.

Entre os artigos de "Comunicação & Memória" número três, Barbie Zelizer, professora de Comunicação na Universidade da Pensilvânia e autora de "About to die: How news images move the public" (Oxford, 2010), aborda a atuação do jornalismo em sua relação com a história, e a construção das memórias coletivas. O historiador e sociólogo francês François Dosse, pesquisador do Instituto do Tempo Presente em Paris e professor do Instituto Universitário de Formação de Professores de Créteil (Université Paris XII) e autor de "O desafio biográfico: Escrever uma vida" (EDUSP, 2009), analisa a febre das biografias no mercado editorial, mostrando como esse tipo de literatura vem deixando para trás fórmulas e discutindo problemas e contradições do gênero.

Entrevista com Ruy Castro e Ângela de Castro Gomes

E justamente um dos mais celebrados autores de biografias do Brasil, o jornalista Ruy Castro, autor de livros sobre as vidas de Nelson Rodrigues e Garrincha é entrevistado nesta edição. Em conversa com Cristiane Nascimento, editora de conteúdo da publicação, ele fala sobre seus métodos de pesquisa, apuração, entrevista e escrita, além da escolha das temáticas, das peculiaridades de cada época e da sua identificação com os personagens. A outra entrevistada é Ângela de Castro Gomes. Autora do clássico "A invenção do trabalhismo", tem papel fundamental na formulação de um novo paradigma de pesquisa nas Ciências Humanas. Junto ao CPDOC da FGV, desenvolveu a teoria e a prática da história oral, método no qual a narrativa individual dialoga com a construção dos acontecimentos da História. Ela conversa com Ana Paula Goulart, consultora da Memória da Eletricidade e editora-executiva da revista.

Outro tema fundamental desta nova edição de "Comunicação & Memória" são desafios e reflexões em torno da gestão de acervos pessoais. Karen Worcman, fundadora e diretora do Museu da Pessoa, e Leonencio Nossa, autor de obra sobre o fundador do Grupo Globo, Roberto Marinho, abordam essas questões em seus respectivos artigos. Já a pesquisa de Patrícia Ladeira Penna Macêdo mostra como os acervos pessoais, no Arquivo Nacional, traçam perfis sociais bastantes excludentes. Uma das principais discussões contemporâneas diz respeito ao direto de apagar registros de memória pessoal. O artigo de Sérgio Branco e Vinicius Padrão explica em que consiste e como se aplica o direito ao esquecimento.

A terceira edição de "Comunicação & Memória" é exclusivamente digital e pode ser acessada por aqui.