A visita da missão paraguaia ao Brasil em maio de 1965

A convite da Eletrobras, comitê do país vizinho veio conhecer as usinas hidrelétricas nacionais

Postado em 21/07/2022
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Nos primeiros anos da década de 1960, Brasil e Paraguai viveram um impasse diplomático em torno do salto de Sete Quedas, que ficava na fronteira entre o atual estado do Mato Grosso do Sul e o leste daquele país vizinho. Desde os anos 1950, o Brasil fazia estudos na região, com o objetivo de mapear e avaliar o potencial hídrico da região. Essas pesquisas não foram bem recebidas pelos paraguaios, que alegavam que Sete Quedas não fora demarcada quando da assinatura do Tratado de Paz e Limites (1872) e do Tratado Complementar de Limites (1927). Portanto, na visão, o Brasil não poderia ter realizado tais estudos. Em junho de 1965, o governo brasileiro enviou um grupo de militares para a fronteira, mais precisamente para a localidade de Coronel Porto Renato. A ocupação aumentou ainda mais a tensão, resultando em protestos por parte do governo paraguaio.

Foi por essa época, em meio ao clima tenso, que a direção da Eletrobras recebeu, em visita oficial, uma missão paraguaia que veio ao Brasil conhecer algumas das usinas hidrelétricas brasileiras. O Acervo da Memória da Eletricidade conta com uma série de documentos fotográficos que registram a visita. Numas das fotografias, as autoridades paraguaias jantam com executivos da Chesf.

As disputas em torno de Sete Quedas se encerrariam definitivamente em 1973, com a assinatura do acordo bilateral Brasil-Paraguai, que criou a Itaipu Binacional. A parceria possibilitou a construção da hidrelétrica de Itaipu, com o aproveitamento dos recursos do rio Paraná. Em 13 de outubro de 1982, iniciou-se a inundação de Sete Quedas, completado 14 dias depois.