Resumo: A política tarifária do setor de energia elétrica no período de 1967/73 contribuiu fortemente para a consecução de metas de crescimento da economia do país, tendo a estrutura tarifária se ajustado para que esses objetivos fossem atingidos. Nesse período, o setor como um todo e as concessionárias individualmente, mantiveram um bom nível de autofinanciamento e a participação decrescente do serviço da dívida na estrutura global de uso dos recursos permitiu a realização das transferências intra-setoriais facilitando a expansão equilibrada das capacidades de geração e de distribuição e uma relativa desconcentração regional das inversões do setor. No período pós 73 diversas restrições mantiveram em nível baixo o preço relativo da energia no Brasil, implicando numa acelerada expansão do seu consumo e, em paralelo, no ritmo das inversões no setor. A impossibilidade de aumentar a parcela de geração de recursos setoriais levou a um crescente endividamento provocando desequilíbrios entre a alocação de recursos para a geração e para a distribuição. Na medida em que a estrutura tarifária tenda a se aproximar da real estrutura dos custos, há a possibilidade de correção dos desequilíbrios setoriais e de uma melhor alocação dos recursos na economia. Mias ainda, isso contribuirá para a formação do mercado interno, uma vez que se afigura compatível com a maior desconcentração regional, setorial e social da renda.