Acervo

Mario Fernando de Melo Santos

18/07/1938
Local de nascimento
Recife - PE
Verbete

Chefe da Divisão de Manutenção Elétrica, chefe do Departamento de Transmissão, chefe do Departamento de Movimento e Energia e diretor de Operações da Chesf; vice-presidente do CCONN; diretor de Operação e presidente (interino) da Eletrobrás; presidente do ONS.

Mario Fernando de Melo Santos nasceu em Recife (PE) no dia 18 de julho de 1938. Formou-se em Engenharia Elétrica pela Escola de Engenharia de Pernambuco (EPE) em 1962. No ano seguinte, ingressou na Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), assumindo funções de crescente importância na área de operação da empresa. Foi sucessivamente chefe da Divisão de Manutenção Elétrica (1967), do Departamento de Transmissão (1970) e do Departamento de Movimento de Energia (1972), e tornou-se diretor de Operações em 1979, integrando a diretoria da empresa até maio de 1990. Complementou sua formação realizando cursos de especialização na Electricité de France (EDF) e também em centros de controle de operação norte-americanos e europeus.

Participou ativamente dos trabalhos de coordenação operativa dos sistemas elétricos brasileiros, realizados por organismos colegiados sob a liderança da Centrais Elétricas Brasileiras S. A. (Eletrobrás). Em 1974, foi designado representante da Chesf no Comitê Coordenador de Operação do Nordeste (CCON), organismo criado em setembro daquele ano pelo Ministério das Minas e Energia (MME) com o objetivo de disciplinar o relacionamento operativo e comercial entre a Chesf e as empresas responsáveis pela distribuição na sua área de atuação. Colaborou com a execução do projeto de interligação Norte-Nordeste, efetivado em 1981 mediante a conexão dos sistemas elétricos da Chesf e da Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. (Eletronorte). Além de representante da Chesf no CCON (que teve sua denominação alterada para Comitê Coordenador de Operação Norte/Nordeste em 1982), exerceu as funções de vice-presidente e presidente do organismo em vários períodos ao longo da década de 1980.

Entre 1978 e 1990, também representou a Chesf no Grupo Coordenador para Operação Interligada (GCOI), organismo responsável desde 1973 pela coordenação da operação dos sistemas elétricos interligados das regiões Sudeste e Sul. A Chesf passara a integrar o GCOI em 1977 em razão da interdependência hidráulica entre os sistemas das regiões Sudeste e Nordeste, decorrente do aproveitamento comum das águas do rio São Francisco. Atuou igualmente na Comissão de Integração Elétrica Regional (Cier), fórum de cooperação sul-americano na área de energia elétrica, sediado em Montevidéu, Uruguai. Além de coordenador-técnico nacional do Sub-Comitê de Operação e Manutenção entre 1977 e 1979, foi delegado do Brasil na Reunião de Altos Executivos do Cier, realizada em Quito, no Equador, em 1985. Deixou a diretoria da Chesf em julho de 1990 para ocupar o cargo de coordenador nacional de abastecimento do Departamento Nacional de Combustíveis (DNC), organismo criado em março do mesmo ano, no início do governo Fernando Collor de Mello, em substituição ao extinto Conselho Nacional de Petróleo (CNP).

Em maio de 1991, assumiu a Diretoria de Operação da Centrais Elétricas Brasileiras S. A. (Eletrobrás) e, por força dessa condição, a coordenação do comitê executivo do GCOI e a secretaria-executiva do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). Em 1992, passou a integrar o Conselho de Administração da Eletronorte, ocupando sua presidência no ano seguinte, em substituição ao engenheiro Eliseu Resende. Ao longo dos sete anos em que permaneceu na diretoria da holding federal, atuou também como membro da Comissão Mista de Operação Itaipu-Eletrobrás-Ande e do Comitê de Administração dos Contratos de Operação de Itaipu. No final de dezembro de 1994, assumiu a presidência da Eletrobrás em caráter interino, substituindo o engenheiro José Luiz Alquéres. Permaneceu no comando da holding durante os primeiros meses do governo Fernando Henrique Cardoso. Durante sua gestão, o Conselho Nacional de Desestatização (CND) aprovou a inclusão da Eletrobrás e das quatro empresas de âmbito regional do grupo federal no Programa Nacional de Desestatização (PND).

Em maio de 1995, transmitiu o cargo de presidente da Eletrobrás ao engenheiro Antônio José Imbassahy da Silva. Em dezembro do mesmo ano, assumiu a presidência da Eletronorte como substituto interino do engenheiro Ricardo Pinto Pinheiro. Esteve no comando da Eletronorte até maio de 1996, quando engenheiro José Antônio Muniz Lopes tomou posse como novo titular do cargo. Foi vice-presidente da Cier entre 1996 e 1997 e presidente do órgão no biênio seguinte. Como diretor de Operação da Eletrobrás, integrou o núcleo dirigente do projeto de reestruturação institucional do setor de energia elétrica, coordenado pelo MME, com o auxílio de consultores internacionais contratados em 1996. O projeto balizaria grande parte das ações do governo federal para a reestruturação e a privatização das empresas do grupo Eletrobrás e a implantação de um modelo predominantemente de mercado no setor de energia elétrica, em substituição ao modelo estatal então vigente.

Integrou a diretoria da Eletrobrás até setembro de 1998, quando foi escolhido presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), entidade de direito privado sem fins lucrativos, constituída nos termos da Lei nº 9.648, promulgada em maio do mesmo ano. De acordo com o novo marco regulatório do setor definido pela lei, o ONS assumiria a responsabilidade pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN), sob a fiscalização e regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Mario Santos e os demais membros da primeira diretoria do ONS foram formalmente investidos em seus cargos em outubro de 1998. Com a transferência das atribuições do GCOI e do CCON para o ONS, os antigos organismos colegiados da operação coordenados pela Eletrobrás foram extintos em maio de 1999. Mario Santos foi reeleito presidente do ONS em abril de 2001. Nessa condição, integrou o núcleo executivo da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (GCE), organismo criado em maio de 2001 pelo governo Fernando Henrique Cardoso, responsável pela implementação do programa de racionamento em grande parte do país a partir do mês seguinte.

O programa impôs medidas restritivas de consumo de energia elétrica em todas as regiões atendidas pelo Sistema Interligado Nacional, menos os estados do Sul, persistindo até fevereiro de 2002. Reeleito presidente do ONS em maio de 2004, renunciou ao cargo em novembro de 2005, sendo substituído no comando da entidade pelo engenheiro Hermes Jorge Chipp. Em dezembro de 2005, assumiu a presidência da Endesa Brasil, holding controlada pelo grupo espanhol Endesa, detentor de ativos importantes nas áreas de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica no país.

BIOGRAFIA ATUALIZADA POR PAULO BRANDI NO ANO DE 2008

Trajetória profissional

Operador Nacional do Sistema Elétrico

Cargo: Presidente do ONS

Início: 1998

Término:

Centrais Elétricas Brasileiras S.A.

Cargo: Presidente (interino) da Eletrobras

Início: 1994

Término: 1995

Centrais Elétricas Brasileiras S.A.

Cargo: Diretor de Operação da Eletrobras

Início: 1991

Término: 1998

Comitê Coordenador de Operação do Sistema Norte-Nordeste

Cargo: Presidente do CCOSNN

Início: 1985

Término: 1986

Comitê Coordenador de Operação do Sistema Norte-Nordeste

Cargo: Vice-Presidente do CCOSNN

Início: 1984

Término: 1985

Companhia Hidro Elétrica do São Francisco

Cargo: Diretor de Operações da Chesf

Início: 1979

Término: 1990

Companhia Hidro Elétrica do São Francisco

Cargo: Chefe do Departamento de Movimento e Energia da Chesf

Início: 1972

Término: 1979

Companhia Hidro Elétrica do São Francisco

Cargo: Chefe do Departamento de Transmissão da Chesf

Início: 1970

Término: 1972

Companhia Hidro Elétrica do São Francisco

Cargo: Chefe da Divisão de Manutenção Elétrica da Chesf

Início: 1967

Término: 1970

Formação Acadêmica
  • Curso: Engenharia Elétrica, pela Escola de Engenharia de Pernambuco, Recife, em 1962
Identificador
17084
Texto para histórico

Mandato: 10/2009 – 03/2017

Mario Fernando de Melo Santos tornou-se, em outubro de 2009, o quarto presidente do Centro da Memória da Eletricidade no Brasil, em substituição a Mário Bhering, presidente-fundador da entidade.

Em sua gestão, a Memória da Eletricidade promoveu as primeiras edições do Preserva.ME, com objetivo de estimular a troca de experiências de profissionais de diferentes áreas, como história, arquivologia, biblioteconomia, museologia e ciências da informação. Também merece destaque a publicação do livro “O rio Tocantins no olhar dos viajantes: paisagem, território, energia elétrica” premiado em 2014 pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) na categoria Publicação Especial (etapa Regional Norte/Nordeste e etapa Nacional).  

Com mais de cinquenta anos de vida profissional no setor elétrico, Mario Santos começou sua carreira na Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), em 1963, destacado para funções importantes na área de operação até se tornar diretor da empresa, em 1979. Nos anos de 1986 e 1987, foi presidente do Comitê de Coordenação da Operação Norte-Nordeste (CCON).Esteve à frente da Diretoria de Operação da Eletrobras entre 1991 e 1998. De janeiro a maio de 1995, respondeu interinamente pela Presidência da Eletrobras. Mario Santos deixou a Diretoria de Operação da holding em 1998, quando foi eleito o primeiro diretor-geral do ONS, sendo reconduzido por duas vezes ao cargo.


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