Personalidades do Setor
Paulo Richer
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Nome
Paulo Richer
Nome para referências
RICHER, Paulo
Nascimento
20/09/1926
Falecimento
08/07/2023
Local de nascimento
Visconde do Rio Branco - MG
Verbete

Paulo Richer nasceu em Visconde do Rio Branco, Minas Gerais, no dia 20 de setembro de 1926. Ingressou em 1945 no Instituto de Química do Paraná, transferindo-se no final do ano para a Escola Nacional de Química da Universidade do Brasil, formando-se em 1948 Iniciou sua trajetória profissional no Laboratório de Produção Mineral do Departamento Nacional da Produção Mineral - DNPM do Ministério da Agricultura. Em 1955, foi aprovado em concurso público para o cargo de tecnologista-químico do DNPM. Em 1957, fez curso de Introdução à Engenharia Nuclear no Instituto de Engenharia Atômica da Universidade de São Paulo - USP, estagiando nos centros nucleares de Mol, na Bélgica, e Saclay, na França. No final de 1960, foi nomeado pelo governador do Rio Grande do Sul, Leonel de Moura Brizola, membro do grupo de trabalho encarregado de estudar as possibilidades de utilização da energia nuclear para complementação da oferta de energia elétrica naquele estado.

No ano seguinte, participou da campanha liderada pelo governador gaúcho para assegurar a posse do vice-presidente João Goulart no cargo de presidente da República. Após a posse de João Goulart, realizada em setembro, Paulo Richer foi chamado a trabalhar no gabinete do ministro das Minas e Energia, Gabriel de Resende Passos, recebendo a missão de conduzir o processo de constituição da Centrais Elétricas Brasileiras S. A. - Eletrobras. No mês seguinte, foi nomeado presidente do grupo de trabalho encarregado da atualização de dispositivos legais relacionados à constituição da Eletrobras, elaborando o estatuto da empresa, sendo esta constituída em 11 de junho de 1962 como holding do setor elétrico federal, assumindo as funções de coordenação da ação das empresas de energia elétrica já em funcionamento e de agente executivo da política setorial do governo, sendo Paulo Richer seu primeiro presidente.

O titular também atuou como membro da Comissão de Nacionalização das Empresas Concessionárias de Serviços Públicos - Conesp, criada pelo governo federal em maio de 1962, a qual foi criada a partir do desdobramento da crise iniciada com a encampação da Companhia de Energia Elétrica Rio-grandense - Ceerg, subsidiária do grupo American & Foreign Power Company - Amforp, em 1959, por decreto do governador gaúcho Leonel Brizola, ato que causara forte repercussão, mobilizando os altos escalões diplomáticos dos governos brasileiro e norte-americano. Ainda na Eletrobras, Paulo Richer participou de negociações com líderes parlamentares e dirigentes das empresas de energia elétrica que conduziram à aprovação da Lei nº 4.156, de novembro de 1962, que transformou o Imposto Único sobre Energia Elétrica - IUEE em imposto ad valorem e instituiu o Empréstimo Compulsório em favor da empresa, no ano de 1954. A nova legislação assegurou o aumento de capital da Eletrobras, que passou a abranger também uma participação minoritária nas empresas estaduais.

Como membro da Conesp, Paulo Richer contribuiu para a definição da proposta de compra das empresas subsidiárias do Grupo Amforp pelo governo brasileiro. A operação de compra seria concretizada em novembro de 1964, após a deposição de João Goulart e a instalação do regime militar no país. Em junho de 1963, a Eletrobras constituiu um grupo de trabalho com o objetivo de estudar outras alternativas para o aproveitamento do potencial hidráulico dos Saltos de Sete Quedas. Ainda nesse mês, Paulo Richer viajou a Assunção, Paraguai, acompanhando o ministro das Minas e Energia, Antônio Ferreira de Oliveira Brito, em busca de autorização para a realização de levantamentos técnicos em território daquele país. Em janeiro de 1964, o presidente João Goulart propôs ao presidente paraguaio Alfredo Stroessner a abertura de negociações em torno do aproveitamento conjunto dos saltos. Paulo Richer buscou a colaboração da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas - URSS para realização do empreendimento e, em dezembro de 1963, patrocinada pela Eletrobras, em iniciativa que, entretanto, não logrou desdobramento prático.

Logo após a deflagração do movimento político-militar que depôs o presidente João Goulart, Paulo Richer foi exonerado da presidência da Eletrobras, deixando o cargo em abril de 1964. Paulo Richer transferiu-se então para São Paulo, assumindo, ainda em abril, o cargo de diretor comercial da empresa estadual Centrais Elétricas de Urubupungá S. A. - Celusa, deixando a mesma, no ano seguinte, face os conflitos entre essa empresa e a nova administração da Eletrobras. Paulo Richer retornou à administração pública em março de 1985, no início do governo José Sarney, de 1985 a 1990, assumindo o cargo de secretário-geral do Ministério das Minas e Energia - MME. Nessa condição, tornou-se presidente do Comitê do Balanço Energético Nacional, função que exerce até 1987.

Na secretária-geral do MME, Paulo Richer enfrentou problemas na área energética, contribuindo para o lançamento, no final de 1985, do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica - Procel e do Plano de Recuperação do Setor de Energia Elétrica - PRS. Foi membro do Conselho de Administração da Itaipu Binacional e do Conselho de Administração da Companhia Auxiliar de Empresas Elétricas Brasileiras - Caeeb, entre 1985 e 1988. Representou o Brasil em reuniões da Organização Latino-Americana de Energia - Olade, realizadas no Uruguai, em dezembro de 1985, e na Argentina, em novembro de 1986. Após deixar a Secretária-geral do MME, retornou à iniciativa privada.

Paulo Richer faleceu no dia 08 de julho de 2023.

Trajetória profissional

Ministério das Minas e Energia

Cargo: Secretário-Geral do MME

Início: 1985

Término: 1987

Centrais Elétricas de Urubupungá S.A.

Cargo: Diretor Comercial da Celusa

Início: 1964

Término: 1964

Centrais Elétricas Brasileiras S.A.

Cargo: Presidente da Eletrobras

Início: 1962

Término: 1964

Formação Acadêmica

Curso: Química Industrial Instituição: Escola Nacional de Química da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro (DF), no ano de 1948

Identificador
17178