Personalidades do Setor
Cláudio Ávila da Silva
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Nome
Cláudio Ávila da Silva
Nome para referências
SILVA, Cláudio Ávila da
Nascimento
02/07/1953
Local de nascimento
Florianópolis - SC
Descrição
Diretor-presidente da Eletrosul; Presidente da Eletrobras
Verbete

ÁVILA, Cláudio Secretário de Ciência e Tecnologia, Energia e Meio-Ambiente do Estado de Santa Catarina; diretor-presidente da Eletrosul; presidente da Eletrobrás

Cláudio Ávila da Silva nasceu em Florianópolis (SC) no dia 2 de julho de 1953. Assumiu o primeiro cargo público em 1972 como chefe de gabinete da Secretaria de Justiça do Estado de Santa Catarina no governo de Colombo Machado Sales. Em 1974, tornou-se chefe do setor de estatística do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc), permanecendo no cargo até o final do governo Colombo Sales em março do ano seguinte. Trabalhou em seguida como assistente comercial da Usina de Açúcar Tijucas, retornando à administração pública ainda em 1975 como assessor da presidência do Banco de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina (Badesc). Desempenhou essa função até o término da administração do governador Antônio Carlos Konder Reis em março de 1979. Em 1979, formou-se em Administração de Empresas pela Escola Superior de Administração e Gerência (Esag) de Florianópolis. Nesse mesmo ano, foi nomeado superintendente da Fundação de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina, onde trabalhou até março de 1982.

Eleito deputado estadual pelo Partido Democrático Social (PDS) em novembro de 1982, tomando posse do mandato em fevereiro do ano seguinte. Licenciou-se da Assembleia Legislativa em abril de 1983 ao ser nomeado prefeito de Florianópolis pelo governador Esperidião Amin. Em 1984, aderiu à Frente Liberal, dissidência do PDS que apoiou a candidatura de Tancredo Neves à sucessão do presidente João Batista Figueiredo. Em decorrência do rompimento de relações entre o governador Amin e as lideranças da Frente Liberal no estado de Santa Catarina, renunciou à prefeitura de Florianópolis em novembro de 1984, sendo substituído no cargo por Alcino Vieira. Reassumiu o mandato de deputado estadual, filiando-se ao Partido da Frente Liberal (PFL) em 1985. Em novembro do ano seguinte, foi eleito deputado federal constituinte, assumindo o mandato em fevereiro de 1987. Signatário da Constituição promulgada em outubro de 1988, exerceu mandato ordinário na Câmara dos Deputados até o final da legislatura em janeiro de 1991.

Exerceu em seguida a função de assessor especial do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), João Clemente Baena Soares, em Washington, Estados Unidos. Em março de 1993, assumiu a Secretaria de Ciência e Tecnologia, Energia e Meio Ambiente de Santa Catarina, por designação do governador Vílson Kleinübing.

Em junho de 1993, deixou a secretaria estadual ao ser nomeado presidente da Centrais Elétricas do Sul do Brasil S.A. (Eletrosul), em substituição a Amílcar Gazaniga. A exemplo das demais subsidiárias de âmbito regional controladas pela Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras), a Eletrosul atuava na época como empresa integrada de geração e transmissão. Principal produtora de energia elétrica da região Sul, contava com 3.200 MW de capacidade instalada e extensa rede de transmissão em alta e extra alta tensão. No início de sua gestão como presidente da Eletrosul, tratou prioritariamente da retomada de obras e empreendimentos paralisados, notadamente o aproveitamento hidrelétrico de Itá. Com base no Decreto nº 915, promulgado em setembro de 1993, a concessionária federal firmou contrato com um consórcio de quatro empresas privadas interessadas na implantação da usina de Itá. Homologado em 1995, o contrato com a Itá Energética (Itasa) viabilizou o início das obras civis da hidrelétrica no ano seguinte. A Eletrosul também promoveu licitação para a seleção de parceiros no empreendimento hidrelétrico de Machadinho, assinando contrato de compartilhamento da concessão do aproveitamento com o Grupo de Empresas Associadas a Machadinho (GEAM) em janeiro de 1997. Entre as obras concluídas pela Eletrosul durante a gestão de Cláudio Ávila, merecem destaque a interligação elétrica Brasil-Argentina, inaugurada em 1995 com a entrada em operação da estação conversora de Uruguaiana (RS) e da linha de transmissão entre a conversora e a cidade argentina de Paso de los Libres, bem como a termelétrica de Jorge Lacerda IV, inaugurada em fevereiro de 1997.

A Eletrosul foi incluída no Programa Nacional de Desestatização (PND) em maio de 1995 por decreto do presidente Fernando Henrique Cardoso. Em outubro de 1997, a Medida Provisória nº 1.531-11 autorizou o desmembramento da companhia em uma empresa de geração e outra de transmissão com o objetivo de permitir a privatização do segmento de geração. Em dezembro do mesmo ano, os ativos de geração da Eletrosul foram transferidos para uma nova empresa, denominada Centrais Geradoras do Sul do Brasil (Gerasul). À época da cisão, o parque gerador da companhia era composto por três hidrelétricas (Salto Santiago, Salto Osório e Passo Fundo) e três termelétricas (Complexo Jorge Lacerda, Charqueadas e Alegrete). Com a privatização da Gerasul em setembro de 1998, esse patrimônio passou ao controle da empresa belga Tractebel. Transformada numa empresa exclusivamente de transmissão, a Eletrosul mudou sua razão social para Empresa Transmissora de Energia Elétrica do Sul do Brasil em dezembro de 1998.

Cláudio Ávila permaneceu no comando da Eletrosul até abril de 2001, quando foi designado presidente da Eletrobras, em substituição ao engenheiro Firmino Ferreira Sampaio Neto. Com sua saída, a Eletrosul passou a ser dirigida por João Paulo Karam Kleinübing. A posse de Cláudio Ávila na presidência da Eletrobras ocorreu às vésperas do lançamento da campanha de racionalização do consumo de energia elétrica no país, programada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) juntamente com outras ações emergenciais para minorar o quadro de desequilíbrio entre a oferta e a demanda de eletricidade no país, em particular nas regiões Sudeste e Nordeste, onde a situação era bastante crítica em decorrência do atraso de importantes obras de geração e transmissão e dos baixos índices pluviométricos registrados nos primeiros meses do ano. Em maio de 2001, o governo reconheceu a necessidade da implantação de um programa de racionamento, criando a Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (GCE). Iniciado em junho, o racionamento perduraria até fevereiro do ano seguinte, atingindo grande parte do território nacional. Cláudio Ávila participou do Comitê de Revitalização do Modelo do Setor Elétrico, criado em junho de 2001 pela GCE.

Além da proposição de medidas de aperfeiçoamento do marco regulatório, o comitê foi responsável pela negociação do chamado Acordo Geral do Setor Elétrico, oficializado em dezembro de 2001. O acordo previu o reajuste extraordinário de tarifas e a abertura de linha de financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para compensar as perdas de receita das empresas de energia elétrica com o racionamento. Por intermédio de suas empresas controladas ou em parceria com empresas privadas, a Eletrobrás contribuiu para a implementação de diversas obras do Programa Estratégico de Aumento de Oferta de Energia Elétrica, lançado pelo MME em julho de 2001, notadamente, os aproveitamentos hidrelétricos de Guaporé, Itiquira e Lajeado, a segunda etapa da hidrelétrica de Tucuruí, a ampliação das termelétricas Santa Cruz, Bongi e Camaçari e os novos circuitos das linhas de transmissão Tucuruí-Presidente Dutra e Tucuruí-Vila do Conde. Outro marco significativo da gestão de Cláudio Ávila na holding federal foi o lançamento do Programa de Desenvolvimento e Comercialização de Energia de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH.COM), em parceria com o BNDES. Também merece destaque a conclusão do estudo de viabilidade do Complexo Hidrelétrico de Belo Monte, submetido à apreciação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em dezembro de 2001.

Cláudio Ávila deixou a presidência da Eletrobras em março de 2002, tendo sido sucedido pelo engenheiro Altino Ventura Filho. Passou a atuar no setor privado, assumindo em meados de 2002 o cargo de vice-presidente da empresa catarinense Cerâmica Portobello.


BIOGRAFIA ATUALIZADA POR PAULO BRANDI NO ANO DE 2008

Trajetória profissional

Governo Estadual de Santa Catarina

Cargo: Chefe de gabinete da Secretaria de Justiça do Estado

Início: 1972

Término:

Banco do Estado de Santa Catarina (Besc)

Cargo: Chefe de Estatística do Banco

Início: 1974

Término: 1975

Usina de Açúcar Tijucas

Cargo: Assistente Comercial

Início: 1975

Término: 1975

Banco do Estado de Santa Catarina (Besc)

Cargo: Assessor da presidência do Banco

Início: 1975

Término: 1979

Fundação de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina

Cargo: Superintendente

Início: 1979

Término: 1982

Governo Estadual de Santa Catarina

Cargo: Deputado estadual

Início: 1983 (Licenciado ainda no mesmo ano para assumir a prefeitura de Florianópolis, voltando a ocupar o cargo no ano seguinte)

Termino:

Governo Municipal de Florianópolis

Cargo: Prefeito (por indicação do governador Esperidião Amin)

Início: 1983

Término: 1984

Governo Federal Brasileiro

Cargo: Deputado Constituinte

Início: 1987

Término: 1991

Organização dos Estados Americanos (OEA)

Cargo: Assessor especial do secretário-geral

Início:

Término:

Governo Estadual de Santa Catarina

Cargo: Secretário de Ciência e Tecnologia do estado

Início: 1993

Término: 1993

Centrais Elétricas do Sul do Brasil S.A.

Cargo: Diretor-Presidente da Eletrosul

Início: 1993

Término: 2001

Centrais Elétricas Brasileiras S.A.

Cargo: Presidente da Eletrobras

Início: 2001

Término: 2002

Cerâmica Portobello

Cargo: Vice-presidente

Início: 2002

Término:

Formação Acadêmica

Curso: Administração de Empresas, na Escola Superior de Administração e Gerência (ESAG), em Florianópolis - SC, no ano de 1979

Identificador
16415