Tem como tema o processo de planejamento e implantação da integração energética na América do Sul. Seu objetivo geral é estudar a integração energética como fenômeno social e discutir a complexidade das relações sociais e os conflitos de escalas e representações observados no processo de formulação e implantação de políticas públicas. Os capítulos iniciais introduzem ao tema e ao tratamento teórico-analítico da pesquisa que é apresentada em duas partes complementares. A Parte I enfoca a integração energética na escala continental, privilegiando o histórico da integração, os principais atores institucionais no processo e a proposta de política energética para o continente, analisando sua proposta de sustentabilidade. Apresenta ainda as interligações elétricas, as usinas e os gasodutos existentes bem como as projeções espaciais para um continente integrado energeticamente. A Parte II apresenta o processo de decisão, do planejamento até a operação, do projeto de Interligação Elétrica Venezuela-Brasil realizando um estudo de caso sobre o processo de participação e resistência das comunidades indígenas Pemón. O conceito da transescalaridade mostrou-se de grande eficácia e riqueza para a análise da integração energética na América do Sul. Acredita-se que a observação da articulação de estratégias transescalares na ação política subsidia a análise de forma a não fixar as estratégias e ações dos atores em uma ou em outra instância, por exemplo, na local ou na continental. O enfoque da transescalaridade, ou a dialética interescalar, permitiria ainda não excluir as demais escalas na análise e nos estudos de planejamento.