Altino Ventura Filho nasceu em Recife - PE no dia 20 de novembro de 1942, filho do médico oftalmologista Altino Rafael Torres Ventura e de Maria de Lourdes Carvalho Ventura. Seu pai foi presidente da Sociedade de Oftalmologia de Pernambuco e da Fundação Altino Ventura, entidade filantrópica responsável pelo desenvolvimento de projetos de prevenção à cegueira e reabilitação visual em Recife e em diversos municípios pernambucanos.

Estudou no Colégio Marista, em Recife, e no Colégio Nova Friburgo, da Fundação Getúlio Vargas - FGV, em Nova Friburgo - RJ. Em 1961, ingressou na Escola de Engenharia de Pernambuco, posteriormente incorporada à Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Formado em Engenharia Elétrica em 1965, iniciou atividade profissional como professor da UFPE. Além da pós-graduação em energia nuclear na Universidade de São Paulo - USP, realizou cursos de especialização em administração na UFPE e em hidreletricidade na New Japan Engineering Consultants - Newjec, em Osaka, Japão.

Em 1968, iniciou carreira de engenheiro no Departamento de Energia da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste - Sudene. Participou de levantamento do mercado consumidor de energia elétrica nos estados nordestinos e coordenou estudo sobre a instalação de uma usina hidrelétrica reversível nas proximidades de Recife, em função do qual recebeu bolsa do governo japonês para o curso de hidreletricidade em Osaka. Em 1970, foi requisitado pela Eletrobras para participar da equipe técnica do Comitê Coordenador de Estudos Energéticos do Nordeste - Enenorde, transferindo-se para o Rio de Janeiro.

Em 1972, ingressou na Eletrobras, compondo o quadro de engenheiros da área de planejamento da empresa. Participou da elaboração dos principais programas e planos de expansão dos sistemas elétricos formulados na década de 1970, notadamente o Plano 90, abrangendo os sistemas elétricos das regiões Sul e Sudeste, e o Plano 95, que contemplou todas as regiões do país.

A partir de 1981, exerceu diversas funções gerenciais na Eletrobras. Em 1983, assumiu a chefia do Departamento de Geração e do Comitê Técnico para Estudos Energéticos do Grupo Coordenador do Planejamento dos Sistemas Elétricos - GCPS, organismo dirigido pela holding federal e composto pelas principais empresas de energia elétrica do país. Participou da elaboração dos programas decenais de geração formulados pelo GCPS e dos planos 2000 e 2010, que estabeleceram diretrizes de longo prazo para a expansão dos sistemas elétricos do país.

Foi chefe do Departamento de Estudos Energéticos entre 1989 e 1991 e, em seguida, assistente da Diretoria de Planejamento e Engenharia da Eletrobras e secretário-executivo do GCPS até 1996. Atuou como coordenador-adjunto do Plano 2015, último plano nacional de energia elétrica elaborado pela Eletrobras, lançado em 1994.

Em janeiro de 1997, já aposentado da Eletrobras, assumiu cargo de diretor técnico executivo da Itaipu Binacional. Exerceu cumulativamente, em caráter interino, o cargo de diretor-geral da empresa, em substituição a Euclides Girolamo Scalco no período de junho a outubro de 1998 em que Scalco licenciou-se para atuar na coordenação política da campanha à reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso. Em 2001, integrou a Comissão de Análise do Sistema Hidrotérmico de Energia Elétrica (Cashee), encarregada de identificar as causas do racionamento de energia elétrica no país.

Em abril de 2002, deixou a Itaipu Binacional para assumir a presidência da Eletrobras, por designação do presidente Fernando Henrique Cardoso. Em sua gestão, a holding iniciou estudos para a implementação do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica - Proinfa, e garantiu recursos para a ampliação da hidrelétrica de Tucuruí, entre outros empreendimentos. Em janeiro de 2003, foi substituído na presidência da empresa pelo engenheiro Luiz Pinguelli Rosa. Atuou em seguida como consultor do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica - Cepel na elaboração do manual de inventário de usinas hidroelétricas e como consultor de planejamento energético do Ministério de Minas e Energia. Em 2008, foi nomeado secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia pelo ministro Edison Lobão. Exerceu a função até abril de 2016.

Em 2019, Altino Ventura Filho tornou-se membro da Academia Nacional de Engenharia - ANE. É membro-fundador da Academia Pernambucana de Engenharia - APEENG.

Sua entrevista para o projeto da Memória da Eletricidade sobre a história do Grupo Coordenador do Planejamento dos Sistemas Elétricos - GCPS foi editada e publicada no livro “O planejamento da expansão do setor de energia elétrica: a atuação do Grupo Coordenador do Planejamento dos Sistemas Elétricos (GCPS)”, lançado pela entidade em 2001. As entrevistas concedidas pelo engenheiro para outros projetos de história oral da Memória da Eletricidade estão disponíveis para consulta pública no site da instituição.