Os impactos da pandemia nos mercados de energia da América Latina e Brasil
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Voltado à discutir “Os impactos da pandemia nos mercados de energia da América Latina e Brasil”, o 1º episódio da série #PaposDeEnergia contou com a participação de três grandes instituições: OLADE (Organização Latino Americana de Energia), EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).
Alfonso Blanco Bonilla, secretário executivo OLADE, apresentou uma visão geral e consolida dos impactos da COVID-19 no setor energético na América Latina e Caribe. O cenário pré-pandêmico já se mostrava adverso: a América Latina atravessava uma crise fiscal concomitante a uma reversão dos fluxos de capitais.
Para Bonilla, a baixa dos preços e demanda dos principais energéticos poderá abrir espaços para modelos de negócios mais apoiados em energias renováveis. Seria então uma oportunidade para acelerar a transição energética? Seu entendimento é de que, com o auxílio de boas políticas públicas, novas parcerias poderão ser construídas, contribuindo para a superação da crise econômica e para a aceleração da desejada transição.
Andrés Schuschny, diretor de estudos, projetos e informações da OLADE, apresentou dados desagregados (diversos países da região) e analisou a queda da produção de energia dos países latino americanos. Revelou, assim, uma grande diversidade de situações no que se refere à intensidade da crise nos países.
Andrés também mostrou que a maior queda da demanda foi no setor de transportes e, mesmo que na região como um todo já se possa identificar alguma recuperação, a demanda ainda se encontra bem abaixo dos patamares de janeiro de 2020. Quanto à atividade econômica latino-americana, Andrés espera um cenário de dificuldades em meio à queda de 4,6% no PIB da região projetada pelo Banco Mundial.
A superintendente de estudos econômicos e energéticos da EPE, Carla Achão, fez uma análise aprofundada da demanda de energia no Brasil, destacando não apenas os impactos do COVID-19 no consumo de energia, mas também a visão da EPE sobre as perspectivas do mercado. Apesar da ligeira recuperação em junho, Carla apontou que o resultado negativo esperado para 2020 representa uma continuidade da trajetória de crise e baixo crescimento que vem desde 2015.
Como abordado pela superintendente, “fomos apunhalados pelo COVID”. Mesmo com sua grande diversidade de recursos energéticos, o Brasil sofreu negativamente com uma abrupta queda da produção e demanda de energia, principalmente no setor de transportes.
Rui Altieri, presidente do conselho de administração da CCEE, apresentou os impactos da pandemia no consumo de energia elétrica, ressaltando uma maior queda para o mês de abril, atingindo 12,1%, e mostrou ainda uma retomada gradual e mais positiva a partir do mês de maio. Além disso, quando comparado com o período do início do isolamento social, Rui demonstrou que o impacto da crise foi menos intenso no mercado livre se comparado ao mercado regulado.
O palestrante ainda frisou o comportamento positivo dos agentes de mercado, que, diante da forte queda da demanda, renegociaram contratos de forma bilateral sem a necessidade de judicialização: “foi observada uma maturidade grande de todos os agentes do setor no sentido de superar os desafios apresentados pela Pandemia”.
Materiais para download
Quer analisar no detalhe os números trazidos pelos convidados? É só fazer o download das apresentações:
Alfonso Blanco - Secretário Executivo | DOWNLOAD
Andrés Schuschny - Diretor de Estudos e Projetos e Informação | DOWNLOAD
Carla Achão - Superintendente de Estudos Econômicos e Energéticos | DOWNLOAD
Rui Altieri - Presidente do Conselho de Administração | DOWNLOAD