Léo Penna, o Grão-Mestre da Ordem do Rio Branco
Entre os milhares de itens que compõem o acervo da Memória da Eletricidade, há um grande percentual doado por figuras importantes do setor elétrico, oferecendo não apenas um registro de suas trajetórias profissionais, mas também insights sobre o contexto político em que atuaram.
Um exemplo emblemático é o arquivo pessoal do engenheiro Léo Amaral Penna. Entre mais de 1.600 documentos que compõem esse fundo, um objeto chama a atenção: a medalha Grão-Mestre da Ordem do Rio Branco, que gera curiosidade e desperta o interesse estético de quem a vê. Pensando nisso, a Memória da Eletricidade resolveu colocar uma lupa nessa comenda e contar a história dessa congratulação concedida ao engenheiro Penna.
Léo Amaral Penna
A trajetória do engenheiro Léo Amaral Penna conta com uma rica experiência, consequência da sua atuação frente a importantes empresas, como a Companhia Auxiliar de Empresas Elétricas Brasileiras (Caaeb) e a Eletrobras. Durante sua atuação na Eletrobras, Penna desempenhou um papel fundamental ao prestar serviços técnicos relacionados à Itaipu Binacional. Seu trabalho englobou uma gama de questões, desde o gerenciamento do empreendimento até a resolução de questões binacionais entre Brasil e Paraguai. Cabe ressaltar que o engenheiro também integrou a comitiva brasileira liderada pelo, na época, ministro das Minas e Energia, José Costa Cavalcanti, em viagem à Alemanha, França e Inglaterra, para estudos e observações relacionados com a construção da primeira central nuclear para produção comercial de energia elétrica no Brasil.
O histórico do titular mostra a sua habilidade em trabalhar em colaboração com projetos internacionais e destaca sua competência técnica em empreendimentos e pesquisas de grande escala.
Condecoração
A medalha de Grão-Mestre da Ordem do Rio Branco, dada a Léo Penna, possui forma de cruz e detalhes em tons de azul e branco. Além disso, encontra-se a seguinte inscrição “VBIQVE PATRIAE MEMOR”, que, segundo o site do Ministério das Relações Exteriores, era encontrada também no ex-libris (marcação de propriedade, no caso, biblioteca) do Barão e tem como tradução "Em qualquer lugar, terei sempre a Pátria em minha lembrança". Os anos que aparecem no anverso da insígnia são relativos ao nascimento e morte do Barão.
Léo Amaral Penna recebeu essa honra no dia 18 de abril de 1975. A medalha e a certidão evidenciam a importância de seus feitos para a sociedade, frente ao setor de energia elétrica brasileiro. Além da insígnia e do estojo que a acompanha com o símbolo da Ordem do Rio Branco, há também um certificado que documenta a entrega da comenda.
Ordem do Rio Branco
A Ordem de Rio Branco foi criada pelo Decreto nº 51.697, em 5 de fevereiro de 1963, com o objetivo de reconhecer “serviços notáveis e virtudes cívicas, incentivando a prática de ações ligadas ao mérito e dignas de destaque”. Sua criação homenageia o grande símbolo da diplomacia brasileira, o Barão do Rio Branco, nascido em 20 de abril de 1845, data que dá origem ao Dia do Diplomata.
O Conselho da Ordem é composto pelo Presidente da República, que exerce a função de Grão-Mestre da Ordem, responsável por congratular os cidadãos que merecem a insígnia de honra. A condecoração, que presta homenagem ao patrono da diplomacia brasileira, inclui cinco graus, sendo eles: Grã-Cruz, Grande Oficial, Comendador, Oficial e Cavaleiro, além de uma Medalha anexa à Ordem. De acordo com o regulamento da Ordem do Rio Branco, existem também duas divisões: ordinário, para diplomatas brasileiros, e suplementar, que inclui diplomatas, aposentados e todas as demais pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que venham a ser agraciadas com a Ordem.
Além de Léo Penna, outras personalidades do setor elétrico já foram homenageadas pela Ordem do Rio Branco, como, por exemplo, os engenheiros Lucas Lopes e Maurício Schulman. Você conhecia essa história? Para conferir outros itens do acervo da Memória da Eletricidade, acesse: www.memoriadaeletricidade.com.br/acervo.