Itaipu Binacional lança documentário que conta história dos 50 anos da assinatura do tratado
O Tratado de Itaipu foi assinado em Brasília, no dia 26 de
abril de 1973, pelos governos do Brasil e do Paraguai, após anos de negociações
para o aproveitamento conjunto dos recursos hidroelétricos do Rio Paraná, no
trecho entre Guaíra e Foz do Iguaçu. Negociações e estudos para construção da
usina envolveram de Guimarães Rosa a filho de Einstein.
Qual a relação que personalidades como o escritor Guimarães Rosa e o físico
Albert Einstein têm com a história de Itaipu? A resposta está no
documentário “Dois países, um acordo: 50 anos do Tratado de Itaipu”,
lançado em 26 de abril, data em que o documento chega ao seu
cinquentenário.
O filme de 30 minutos explica o contexto histórico das negociações, além da
importância jurídica do acordo entre Brasil e Paraguai, considerado uma
referência da diplomacia no mundo todo.
“Itaipu é muito mais uma obra de relações exteriores e de respeito mútuo do que
apenas uma obra de engenharia civil. E esses aspectos estão bem resumidos neste
nosso filme”, afirmou o diretor-geral brasileiro, Enio Verri.
A Memória da Eletricidade colaborou durante a pesquisa minuciosa que resultou
em mais de 30 horas de gravação. Ao longo de seis meses, foram envolvidas 60
pessoas, entre historiadores, juristas, diplomatas, engenheiros, administradores
e jornalistas. “O maior desafio foi contar em alguns minutos uma história tão
longa”, resumiu o diretor do documentário, Marcelo Hammarstron.
De acordo com o chefe da Assessoria de Comunicação Social da Itaipu, Flávio
Miranda, a história do Tratado de Itaipu é a história de Itaipu, “no entanto,
muita gente conhece a saga de brasileiros e paraguaios para construir a usina
hidrelétrica e os seguidos recordes de produção, e não sabe o que aconteceu
antes daquele 26 de abril de 1973.”
Além do documentário, estão sendo realizadas outras ações,
como a mostra “Itaipu, uma obra diplomática”, no Ecomuseu; o lançamento de um
livro sobre o Tratado e um cerimônia, realizado no dia 26, que reuniu diretores brasileiros e
paraguaios da binacional, conselheiros, autoridades e empregados de Itaipu na
pista em frente ao Edifício da Produção da usina, sobre o Rio Paraná, que
demarca a fronteira entre Brasil e Paraguai.
Vale a pena saber!
Um dos mais importantes acordos que precederam o Tratado foi a Ata do
Iguaçu, assinada em 22 de junho de 1966, que previa a divisão em partes
iguais da energia elétrica produzida pelo futuro empreendimento
hidrelétrico.
Para ter validade, o Tratado de Itaipu foi aprovado pelos congressos dos dois
países. A construção da usina de Itaipu começou em 1975, um ano após a
assinatura do Tratado e a constituição da empresa binacional (criada em 17 de
maio de 1974).
Dado o ineditismo do Tratado de Itaipu, costuma-se dizer que Itaipu é resultado
não apenas das engenharias mecânica, civil e elétrica, imprescindíveis para a
construção da usina, mas também das engenharias diplomática e financeira,
permitindo que a usina fosse financiada a partir da própria energia
gerada.
O documento é composto por 25 artigos e três anexos: Anexo A (estatuto da
entidade binacional), Anexo B (descrição geral das instalações destinadas à
produção de energia elétrica) e Anexo C (que estabelece as bases financeiras e
de prestação dos serviços de eletricidade).