José Antonio Muniz Lopes nasceu em Rosário, no Maranhão, no dia 12 de julho de 1945, filho de Dalvo Ribeiro Lopes e Eunázia de Castro Muniz Lopes. Fez os primeiros estudos no Maranhão, transferindo-se com a família para Pernambuco aos 14 anos. Completou o curso ginasial em Timbaúba, onde seu pai passara a trabalhar como funcionário concursado do Banco do Brasil, estudando em seguida na Escola Técnica do Recife. Em 1964, ingressou na Escola de Engenharia de Pernambuco, vinculada no ano seguinte à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), formando-se em engenharia elétrica em 1969. Tornou-se então professor da mesma escola, exercendo essa função até 1974.

Ingressou na Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) em 1970, iniciando suas atividades nas áreas de montagem de subestações. Com a transferência da sede da empresa do Rio de Janeiro para o Recife em 1975, assumiu a carga de chefe do Departamento de Aprovisionamento e Transporte (DAT) e, nessa condição, f cuidou do suprimento das primeiras linhas de 500 kV da companhia. Quatro anos depois, em 1979, tornou-se adjunto da diretoria de Engenharia da Chesf, sendo coordenador designado do grupo de acompanhamento e controle da construção da interligação Norte-Nordeste, seu primeiro grande desafio profissional. No ano seguinte, passou a atuar como adjunto da Diretoria de Construção da Chesf.

Em 1985, transferiu-se para a Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte), a convite do engenheiro Miguel Rodrigues Nunes, presidente da empresa. Em sua primeira passagem pela Eletronorte, exerceu sucessivamente as funções de assistente da Presidência (1985-1986), coordenador-geral da Presidência (1986-1989) e diretor de Planejamento e Engenharia (1989-1990).

Em 1989, sua imagem correu o mundo devido ao episódio ocorrido durante o Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, na cidade de Altamira, Pará. O mote do evento era a hidrelétrica de Kararaô que a Eletronorte pretendia construir na Volta Grande do Xingu, perto da localidade de Belo Monte. Encarregado de expor o projeto para centenas de indígenas presentes num velho ginásio, o engenheiro foi interrompido e ameaçado com um facão pela guerreira caiapó Tuíra.

Em 1990, voltou à Chesf, como adjunto do engenheiro Marcos José Lopes, presidente da companhia. Em 1992, foi designado diretor administrativo, e em dezembro do mesmo ano assumiu interinamente a presidência da empresa. Ainda em 1992, atuou como diretor em exercício do Departamento Nacional de Desenvolvimento Energético (DNDE) do Ministério das Minas e Energia (MME).

Permaneceu à frente da Chesf até maio de 1993, assumindo então a diretoria financeira da companhia. Deixou esse cargo em julho de 1994, participando em seguida de comissões organizadas pelo MME para estudar o equacionamento do projeto da usina termelétrica de Candiota III, no Rio Grande do Sul, e a recuperação econômico-financeira das empresas Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. (Cemat) e Companhia Energética do Piauí (Cepisa).

Em maio de 1996, por designação do presidente Fernando Henrique Cardoso, foi nomeado presidente da Eletronorte. Seu período à frente da empresa se estendeu até janeiro de 2003, sendo marcado por importantes obras de geração e transmissão, notadamente a segunda etapa da usina de Tucuruí, a Interligação Norte-Sul e os sistemas de transmissão do Oeste do Pará (Tramoeste) e do Norte do Mato Grosso, além da reavaliação e prosseguimento dos estudos do aproveitamento hidrelétrico de Belo Monte.

Em 2008, voltou ao primeiro escalão do setor elétrico, desta vez para ocupar presidência da Eletrobras, por designação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Permaneceu no comando da empresa holding federal até 2011, exercendo em seguida o cargo de diretor de transmissão da empresa até abril de 2019.

José Antonio Muniz Lopes concedeu entrevistas para os projetos de história oral da Memória da Eletricidade sobre a história do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) e da Eletrobras, realizados entre 2009 e 2012.

Em 2023, a Memória da Eletricidade publicou José Antonio Muniz, depoimento biográfico, fruto de uma série de entrevistas concedidas pelo engenheiro em 2019.