SCALCO, Euclides Diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional

Euclides Girolamo Scalco nasceu em Nova Prata (RS) no dia 16 de setembro de 1932. Em 1951 ingressou no curso de Química Farmacêutica da Faculdade de Farmácia da Universidade do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, concluindo sua formação em 1954. Filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), tornando-se secretário do Diretório Municipal dessa agremiação em Francisco Beltrão (PR) de 1960 a 1962. No mesmo período, foi também vereador nesse município, e depois prefeito, de 1963 a 1964. Com a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional n.º 2, em outubro de 1965, e a instauração do bipartidarismo, foi um dos fundadores, no ano seguinte, da seção paranaense do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), e secretário do Diretório Municipal do mesmo partido até 1970. Foi novamente eleito vereador em Francisco Beltrão, por essa legenda, exercendo o mandato até 1969. No ano seguinte fez pós-graduação em Economia Agrária na Universidade de Louvain, na Bélgica, e de Economia no Instituto Lebret, na França.

Em novembro de 1974 foi eleito suplente do senador Francisco Leite Chaves na legenda do MDB e, quatro anos depois, elegeu-se deputado federal pelo Paraná, assumindo sua cadeira na Câmara dos Deputados em fevereiro de 1979. Com a extinção do bipartidarismo em novembro desse ano, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), agremiação que sucedeu o MDB, tornando-se primeiro-secretário (1980-1981) e depois segundo-secretário da Executiva Nacional do mesmo partido (1981-1983). Reeleito em novembro de 1982 na mesma legenda, em março de 1983 licenciou-se do mandato para exercer o cargo de chefe da Casa Civil (1983-1986) do governador paranaense José Richa. Afastou-se da chefia da Casa Civil em 1986, reassumindo seu mandato de deputado federal e, no mesmo ano, apoiado pela tendência peemedebista denominada "esquerda independente", substituiu o senador paranaense Afonso Camargo no posto de primeiro-secretário da Executiva Nacional do PMDB (1986-1987).

Nas eleições de 15 de novembro de 1986 foi eleito deputado federal constituinte pelo PMDB. Tornou-se primeiro vice-líder do partido e foi seu líder durante os trabalhos da Comissão de Sistematização, em virtude do afastamento do titular na Constituinte, senador Mário Covas Júnior (PMDB-SP). Na Constituinte foi autor da proposta, aprovada, da jornada de trabalho de 44 horas semanais. Em junho de 1988, juntamente com Fernando Henrique Cardoso, Mário Covas, André Franco Montoro, José Serra, José Pimenta da Veiga Filho e José Richa, também egressos do PMDB, foi um dos principais organizadores do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Após a promulgação da Constituição, em outubro de 1988, tornou-se líder da nova agremiação na Câmara dos Deputados. Em outubro de 1990, foi candidato a vice-governador do Paraná na chapa encabeçada pelo senador José Richa, tendo sido derrotado. Permaneceu na Câmara dos Deputados até o fim de janeiro de 1990, quando se encerraram o seu mandato e a legislatura.

Em 1994, Euclides Scalco coordenou por um curto período a campanha do candidato do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, à Presidência da República. Com a vitória desse candidato nas eleições de outubro, coordenou o grupo que estudou a organização do sistema de assistência social do novo governo, do qual resultou a iniciativa da criação do programa Comunidade Solidária. Em junho de 1995, desligou-se do PSDB por discordar do ingresso do ex-governador do Paraná Álvaro Fernandes Dias no partido, permanecendo a partir de então sem vinculação partidária. Em 28 de setembro do mesmo ano, assumiu a Diretoria-Geral brasileira da Itaipu Binacional, em substituição a Francisco Luiz Sibut Gomide. Nessa sua gestão foi promovida a renegociação da dívida da empresa, de US$ 16 bilhões (dezesseis bilhões de dólares americanos), com a Centrais Elétricas Brasileiras S. A. (Eletrobrás).

No mesmo período, a Usina Hidrelétrica Itaipu bateu recorde mundial de produção de energia elétrica, atingindo 81,654 milhões de MWh em 1996. No ano seguinte, a geração da usina teve um incremento de 9,3%, atingindo 89,237 milhões de GWh, estabelecendo novamente o recorde mundial de geração anual de energia por uma só usina. Em 15 de junho de 1998, Euclides Scalco foi exonerado da Diretoria-Geral da empresa, a pedido, tendo sido substituído, interinamente, pelo diretor-técnico executivo Altino Ventura Filho, que permaneceria no cargo até 19 de outubro seguinte. Assumiu em seguida a coordenação política da campanha à reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso, o que ocorreria ainda no primeiro turno do pleito, realizado em 3 de outubro desse ano. No dia 19 desse mesmo mês, foi novamente nomeado para a Diretoria-Geral brasileira da Itaipu Binacional. Integrou o Núcleo Executivo da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (GCE) de maio de 2001 a abril de 2002. Deixou a Diretoria-Geral de Itaipu Binacional em março de 2002.

Morreu em Curitiba, no dia 16 de março de 2021, aos 88 anos, vítima da COVID-19.

Itaipu Binacional

Cargo: Diretor-Geral Brasil da Itaipu Binacional

Início: 1995

Término: 2002

Curso: Química Farmacêutica, na Faculdade de Farmácia da Universidade do Rio Grande do Sul, Porto Alegre (RS), em 1954