José Costa Cavalcanti José Costa Cavalcanti nasceu em Fortaleza (CE) no dia 6 de janeiro de 1918. Ingressou em 1935 na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, sendo declarado aspirante-a-oficial da arma de infantaria no final de 1937. Após atingir a patente de capitão, cursou entre 1946 e 1948 a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO) e a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme). Foi oficial tríplice coroado, título dado ao primeiro colocado na Escola Militar, na EsAO e na Eceme. De 1950 a 1951, frequentou o Infantary School Advanced Course, em Fort Benning, Geórgia, EUA. Promovido a major em 1952, exerceu as funções de oficial de gabinete do Ministério da Guerra e de adjunto do adido militar brasileiro em Washington.
Entre 1957 e 1959, atuou como assessor da delegação brasileira na Comissão Mista de Defesa Brasil-Estados Unidos. Em 1959, já na condição de tenente-coronel, foi nomeado secretário de Segurança Pública do estado de Pernambuco pelo governador Cid Feijó Sampaio. Em outubro de 1962, elegeu-se deputado federal por Pernambuco na legenda da União Democrática Nacional (UDN), assumindo o mandato em fevereiro do ano seguinte. Participou da oposição parlamentar ao governo João Goulart, desempenhando papel proeminente nas articulações que culminaram com a deposição do presidente Goulart em abril de 1964. Igualmente importante foi sua participação no processo de escolha do general Humberto Castello Branco como novo presidente da República por via indireta. Promovido a coronel em agosto de 1964, continuou a exercer o mandato de deputado federal.
Com a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2, promulgado em novembro de 1965, e a instauração do bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena), sendo reeleito deputado federal por Pernambuco nesta legenda em novembro de 1966. Partidário do uso de medidas de exceção para a consolidação do regime militar, apoiou a candidatura do ministro da Guerra, general Arthur da Costa e Silva, à sucessão do presidente Castelo Branco. Em março de 1967, no início do governo Costa e Silva, licenciou-se da Câmara Federal para assumir o Ministério das Minas e Energia (MME), em substituição a Mauro Thibau. Sua passagem pelo MME foi marcada, entre outras medidas, pela implantação do Código de Mineração, pela criação da Petrobrás Química S.A. (Petroquisa), primeira subsidiária da Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras), e pelo início das pesquisas que dariam origem ao Projeto Carajás. Outra iniciativa importante foi à assinatura do convênio entre a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e a Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras) para a implantação da primeira central nuclear brasileira.
Signatário do Ato Institucional nº 5, promulgado em dezembro de 1968, deixou o MME em janeiro do ano seguinte para assumir o Ministério do Interior, em substituição ao general Afonso de Albuquerque Lima, transmitindo a pasta de Minas e Energia ao engenheiro e economista Antônio Dias Leite. Em outubro de 1969, em consequência do afastamento por motivo de doença do presidente Costa e Silva, passou a compor a equipe do novo governo presidido pelo general Emílio Garrastazu Médici.
Permaneceu à frente do Ministério do Interior até o fim do governo Médici, em março de 1974, transmitindo o cargo a Maurício Rangel Reis. Logo em seguida, com o aval do presidente Ernesto Geisel, foi escolhido para integrar a primeira diretoria da Itaipu Binacional, empresa encarregada da construção da usina hidrelétrica de Itaipu, conforme previsto no tratado celebrado entre os governos do Brasil e do Paraguai em abril de 1973. Assumiu o cargo de diretor-geral da Itaipu Binacional no ato de constituição da empresa em maio de 1974. Sob a sua responsabilidade, foram adotadas as medidas preliminares para a execução do empreendimento, como a elaboração do projeto de infraestrutura, a desapropriação e aquisição de terras e o levantamento e avaliação da área do reservatório. Nessa etapa, a capacidade final da usina foi estipulada em 12.600 MW, o que fazia de Itaipu o maior empreendimento do gênero no mundo. As obras foram iniciadas efetivamente em outubro de 1975.O desvio do rio Paraná, três anos depois, permitiu o início da construção da barragem principal em concreto. Em outubro de 1982, as comportas do canal de desvio foram fechadas para o enchimento do reservatório da usina. A primeira unidade geradora entrou em operação experimental em dezembro de 1983 e, em outubro do ano seguinte, a usina foi oficialmente inaugurada.
Acumulou a direção da Itaipu com a presidência da Eletrobras, a partir de setembro de 1980, sucedendo ao engenheiro Maurício Schulman. Seu período à frente da holding foi marcado pelo início das atividades do Grupo Coordenador do Planejamento dos Sistemas Elétricos (GCPS) e pela elaboração de um novo plano de expansão de longo prazo para o setor, conhecido como Plano 2000. Criado em novembro de 1980, o GCPS passou a produzir anualmente os programas decenais de geração e transmissão, mais tarde consolidados num documento único intitulado Plano decenal de expansão. O Plano 2000 levou em conta as diretrizes governamentais de intensificação da utilização do carvão nacional e o alongamento do prazo de construção de algumas obras, em decorrência da desaceleração do mercado de energia elétrica e da limitação dos investimentos no setor. Divulgado em março de 1982, o plano sofreu sucessivos reajustes em virtude da crise provocada pela moratória da dívida externa mexicana em setembro do mesmo ano.
A súbita interrupção dos empréstimos internacionais para o Brasil atingiu duramente o setor de energia elétrica, acarretando o adiamento de projetos importantes, sobretudo no segmento de transmissão. A área de geração também foi afetada, mas a Eletrobras garantiu os recursos para a consecução das obras de Itaipu e Tucuruí. Primeira grande usina hidrelétrica da Amazônia, a usina de Tucuruí foi inaugurada em novembro de 1984 pela Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. (Eletronorte). Costa Cavalcanti deixou a presidência da Eletrobras em abril de 1985, no início do governo José Sarney, sendo substituído no comando da holding federal pelo engenheiro Mario Penna Bhering. No mês seguinte, transmitiu o cargo de diretor-geral da Itaipu Binacional para Ney Aminthas de Barros Braga, ex-governador do Paraná e titular das pastas da Agricultura e de Educação e Cultura, nos governos Castelo Branco e Geisel, respectivamente.
Em abril de 1986, a convite do empresário Augusto Trajano de Azevedo Antunes, passou a trabalhar como diretor-presidente e conselheiro da Companhia do Jari e membro do Conselho de Administração da Caemi Mineração e Metalurgia, . Faleceu no Rio de Janeiro (RJ) em 10 de agosto de 1991.
Deputado Federal
Início: 1963
Término: 1966
Ministério das Minas e Energia - MME
Cargo: Ministro
Início: 1967
Término: 1969
Itaipu Binacional
Cargo: Diretor-Geral
Início: 1974
Término: 1985
Eletrobras - Centrais Elétricas Brasileiras S.A.
Cargo: Presidente
Início: 1980
Término: 1985
Caemi Mineração e Metalurgia
Cargo: Membro do Conselho de Administração
Início: 1986
Companhia do Jari
Cargo: Diretor-presidente e conselheiro
Início: 1986
· 1937 - Escola Militar do Realengo - Rio de Janeiro - RJ - Aspirante a oficial da infantaria, segundo-tenente, seguido de primeiro-tenente e capitão.
· 1948 - Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO) e Escola de Comando e Estado-maior do Exército (ECEME)
· 1951 - Infantary School Advanced Course, em Fort Benning, Geórgia – EUA