Arnaldo Rodrigues Barbalho Arnaldo Rodrigues Barbalho nasceu em Recife (PE) no dia 31 de dezembro de 1923. Formou-se em Engenharia Civil em 1947 e em Engenharia Mecânica em 1948 pela Escola de Engenharia de Pernambuco (EPE), da qual seria diretor e professor por muitos anos. Contratado em 1952 pelo Departamento de Águas e Energia (DAE) de Pernambuco, participou dos estudos iniciais para a eletrificação de várias cidades do interior do estado com a energia da usina hidrelétrica de Paulo Afonso I. Obra da Companhia Hidro Elétrica de São Francisco (Chesf), a usina seria inaugurada em 1955, contribuindo decisivamente para a eletrificação de numerosos municípios pernambucanos e de outros estados do Nordeste.
Formado em Engenharia Elétrica pela EPE em 1955, viajou a França no ano seguinte, realizando curso de pós-graduação na École Nationale Supérieure d'Electrotechnique et Hydraulique de Toulouse. Ao regressar ao Brasil em 1957, assumiu a Secretaria de Viação e Obras Públicas de Pernambuco, por nomeação do governador Osvaldo Cordeiro de Farias, exercendo o cargo até janeiro de 1959. Nesse mesmo ano, concluiu o curso de Termodinâmica e Motores da EPE. Ainda em 1959, trabalhou como diretor-industrial da Companhia Manufatora de Tecidos do Norte, proprietária da Fábrica Tacaruna. Em 1961, atuou como diretor-técnico da Companhia de Transportes Urbanos de Recife, colaborando na implantação da rede de ônibus elétricos da cidade. Em julho de 1962, foi nomeado administrador judicial da Pernambuco Tramways and Power Company (Pertrams), concessionária dos serviços de eletricidade, gás e transporte coletivo de Recife, pertencente ao grupo norte-americano American and Foreign Power Company (Amforp). Assumiu o cargo por designação do governador Cid Feijó Sampaio, responsável pela encampação da empresa sem indenização ao grupo norte-americano, enfrentando sérias dificuldades para levar a bom termo sua missão.
Após a instauração do regime militar em abril de 1964, a encampação da Pertrams foi anulada pelo governo Humberto Castello Branco. Juntamente com as demais subsidiárias da Amforp, a concessionária foi adquirida pela Centrais Elétricas Brasileiras S.A (Eletrobrás) em novembro de 1964, passando a integrar de imediato o grupo de companhias controladas pela holding federal. Arnaldo Barbalho foi mantido no cargo de administrador judicial da empresa, tornando-se também diretor da Companhia de Eletricidade de Pernambuco S.A (Celpe) em fevereiro de 1965, por ocasião da constituição da empresa, mais tarde denominada Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). Participou das negociações que culminaram com a aquisição dos bens da Pertrams pela concessionária pública estadual em janeiro de 1968. Deixou a diretoria da Celpe em 1971 para ocupar a Secretaria de Planejamento e Coordenação do governo pernambucano por designação do governador Eraldo Gueiros Leite. Em março de 1974, passou a colaborar com a administração federal, assumindo a Secretaria-Geral do Ministério das Minas e Energia (MME) a convite de Shigeaki Ueki, novo titular da pasta. Deixou o cargo em fevereiro de 1978 para assumir a presidência da Chesf, sucedendo ao engenheiro André Dias de Arruda Falcão Filho, vítima de acidente aéreo. Em maio de 1978, foi nomeado presidente da Eletrobrás em substituição a Antônio Carlos Peixoto de Magalhães, ao mesmo tempo em que o engenheiro Alberto Costa Guimarães era indicado para o seu lugar na Chesf. Promoveu notável movimento de abertura da Eletrobrás em direção a um planejamento com maior participação das empresas de energia elétrica, mobilizando centenas de técnicos da holding federal e das principais concessionárias para a realização de estudos abrangentes sobre a configuração e as perspectivas de desenvolvimento do setor.
Durante sua gestão na Eletrobrás, o presidente Ernesto Geisel aprovou proposta do ministro Shigeaki Ueki em favor da estatização da Light Serviços de Eletricidade, mediante a compra do controle acionário da empresa pela holding federal. Barbalho foi chamado a participar da transação somente no momento do acerto final, em dezembro de 1978. O negócio foi consumado em janeiro seguinte, quando a Brascan Limited vendeu sua participação na Light por 436 milhões de dólares, incluindo o imposto de renda devido pela concessionária. Em março de 1979, no início do governo João Figueiredo, passou o comando da Eletrobrás para o engenheiro Maurício Schulman, reassumindo a presidência da Chesf em substituição a Alberto Costa Guimarães. Durante sua nova gestão na companhia, foram inauguradas as primeiras unidades geradoras das hidrelétricas de Sobradinho e Paulo Afonso IV e da termelétrica Camaçari I. Em dezembro de 1979, foi substituído na presidência da Chesf pelo engenheiro Luiz Carlos Menezes, voltando a ocupar a Secretária-geral do Ministério de Minas e Energia, então chefiado por César Cals de Oliveira Filho. Ocupou o cargo até o final do governo Figueiredo em março de 1985, não voltando a desempenhar funções públicas.
Faleceu em Recife (PE) no dia 4 de janeiro de 2008. Além de vários trabalhos na área de engenharia, publicou, em colaboração com Marta Helena Barbalho, Energia e Desenvolvimento no Brasil (1987).
Departamento de Águas e Energia - DAE Pernambuco
Início: 1952
Escola de Engenharia de Pernambuco
Cargo: Professor
Início: 1953
Cargo: Diretor
Início: 1957
Cargo: Chefe de departamento
Início: 1966
Companhia Manufatora de Tecidos do Norte
Cargo: Diretor Industrial
Companhia de Transportes Urbanos de Recife
Cargo: Diretor Técnico
Início: 1961
Pernambuco Tramways & Power Company LTDA
Cargo: Administrador Judicial
Início: 1962
Companhia de Eletricidade de Pernambuco S.A. - CELPE
Cargo: Diretor
Início: 1965
Término: 1970
Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral de Pernambuco
Cargo: Secretário
Início: 1971
Término: 1974
Ministério das Minas e Energia - MME
Cargo: Secretário-Geral
Início: 1974
Término: 1985
Companhia Hidro Elétrica do São Francisco - CHESF
Cargo: Presidente
Início: 1978
Término: 1979
Eletrobras - Centrais Elétricas Brasileiras S.A.
Cargo: Presidente
Início: 1978
Término: 1979