Personalidades do Setor
Benedito Dutra
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Nome
Benedito Dutra
Nome para referências
DUTRA, Benedito
Nascimento
23/05/1906
Local de nascimento
Rio de Janeiro
Verbete

Benedito Dutra, nascido no Rio de Janeiro e graduado em engenharia civil pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro, se intitulava como meio engenheiro, meio economista, sendo um dos pioneiros do Setor Elétrico Brasileiro. Filho de um engenheiro militar e tendo na família vários engenheiros, foi com naturalidade que seguiu a carreira. Fundou sua firma de engenharia, a B. Dutra & Cia Ltda., em 1931, e através de trabalhos realizados com sucesso no Rio Grande do Sul, acabou participando do Plano de Eletrificação do Estado, construindo em 1941, duas barragens, fato que considerava como marco inicial do seu longo relacionamento com o setor.

No ano de 1943, Dutra foi convidado pelo Ministério de Viação, para dar início a exploração de uma mina de cobre, e assim, tornou-se um dos incorporadores da Cia. Nacional de Ferro Ligas. Como a indústria era grande consumidora de energia, surgiu a ideia de construir uma usina para o seu próprio consumo. Em 1945 era fundada a Cia Elétrica do Piauí, em Santo Dumont (MG), que Dutra se orgulhava de representar a conhecida "primeira empresa particular surgida depois do Código de Águas". Embora criada em 1945, a Piauí só começou a operar em 1955 devido as dificuldades do pós-guerra. Neste intervalo, criou o seu Plano de Eletrificação em Minas Gerais e constituiu a Cemig, a qual se tornou, primeiramente, acionista da Piauí S.A, acabando por incorporá-la ao seu patrimônio, em 1962. Como resultado da associação da Piauí S.A. com a Cemig, o titular aproximou-se de Lucas Lopes, John Cotrim, Flávio Lyra e outros pioneiros do setor. Foi assim que em 1956, Dutra recebeu o convite para participar dos estudos do BNDE para a área de energia elétrica.

Datam desse período os trabalhos no projeto 1.898, que permitiria aos serviços de utilidade pública, corrigir seu ativos para fins tarifários, mas que foi recusado pelo Congresso, o qual, segundo Dutra, "por razões puramente ideológicas". Nas mesma época Benedito Dutra participou da formulação do Decreto 41.019, que disciplinava o Código de Águas (1934), especialmente na fixação de tarifas e nas normas de remuneração. Segundo Dutra, o decreto "apenas cristalizou e atualizou o que já era praticado nos serviços de eletricidade". No ano de 1956, John Cotrim encarregado por Lucas Lopes, então presidente do BNDE, de elaborar o projeto da Central Elétrica de Furnas, convidou Dutra para que juntos organizassem o orçamento que serviria de base à exposição de motivos a ser encaminhada ao presidente Kubitschek para que o Governo Federal subscrevesse ações da companhia. Furnas foi construída como empresa privada, com diversos acionistas, na qual o Governo Federal não detinha a maioria do capital, e que funcionava exemplarmente. Dutra também atuou como secretário-geral do Ministro Mauro Thibau, entre 1964 e 1967, função que exerceu simultaneamente a seu cargo na vice-presidência de Furnas. No cargo de diretor de Furnas, foi encarregado de negociar pessoalmente o financiamento do Banco Mundial para a compra de equipamentos da usina, no valor de 73 milhões de dólares.

Após 11 anos participando da direção de Furnas, renunciou seu mandato em 1968. A partir daí, até 1989 trabalhou em várias empresas públicas e privadas para o Governo Federal, especialmente no MME. Entre 1974-1975, Dutra foi assessor da presidência da Eletrobras. Dessa data em diante manteve-se ativo no exercício da engenharia consultiva em empresas privadas. Extremamente participante da vida do setor elétrico, seus conhecimentos da área auxiliavam a quem procurava objetividade no tratamento de problemas, por conta de sua ampla dimensão técnica, política e social. Durante o período da Revise - Revisão Institucional do Setor de Energia Elétrica, Benedito Dutra Voltou a dar expressiva colaboração aos trabalhos, atuando no Conselho Consultivo criado pela Eletrobras, a convite de Carlos Alberto Amarante. Benedito Dutra aos 84 anos de idade, concedeu ao Centro da Memória da Eletricidade no Brasil, um depoimento sobre sua vida, gravado no ano de 1990.

Trajetória profissional

B. Dutra & Cia . Ltda

Cargo: Fundador e sócio-gerente da firma de engenharia e construção

Início: 1931

Término: 1947

Cia Nacional de Ferro e Ligas

Cargo: Diretor e um dos incorporadores da empresa eletro-siderúrgica

Início: 1943

Término: 1960

Central Elétrica do Piauí S.A

Cargo: Diretor e um dos incorporadores da Central Elétrica do Piauí S.A.,

Início: 1945

Término: 1962

Centrais Elétricas de Furnas S.A.

Cargo: Vice-presidente, diretor e um dos incorporadores

Início: 1957

Término: 1968

Companhia de Petróleo da Amazônia

Cargo: Diretor da Cia de Petróleo da Amazônia

Início: 1962

Término: 1964

Ministério de Minas e Energia - MME

Cargo: Secretário Geral (chefe do gabinete) do MME,

Início: 1964

Término: 1967

Indústrias Klabin do Paraná de Celulose S.A

Cargo: Diretor Superintendente

Início: 1967

Término: 1972

Banco da União Comercial S.A

Cargo: Vice-presidente

Início: 1972

Término: 1973

Centrais Elétricas de Furnas S.A.

Cargo: Conselheiro da Diretoria de Furnas

Início: 1969

Término: 1973

Centrais Elétricas Brasileiras S.A.

Cargo: Assessor especial da presidência da Eletrobras

Início: 1974

Término: 1975

Sondotécnica S.A

Cargo: Consultor especializado em Sondotécnica S.A.

Início: 1976

Término: 1989

Formação Acadêmica

Curso: Engenheiro civil formado pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro, no ano de 1930.

Identificador
38945