Aniversário da Light

Postado em 28/05/2021
Paulo Brandi

Graduado em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF), iniciou carreira profissional no Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (Cpdoc) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). É pesquisador da Memória da Eletricidade desde 1987, onde coordenou diversos trabalhos publicados pela instituição, entre os quais, "Eletrificação rural no Brasil: uma visão histórica".

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Presente no Rio de Janeiro desde 1905, a Light Serviços de Eletricidade está completando mais um aniversário. Pioneira entre as grandes empresas do setor elétrico brasileiro, a Light promoveu a eletrificação do Rio de Janeiro, desempenhando papel fundamental no processo de modernização da cidade e na expansão das atividades urbano-industriais. A empresa assumiu ampla gama de serviços públicos no Rio de Janeiro, então capital da República, e não demorou a estender sua área de atuação, passando a fornecer energia para diversos municípios da Baixada Fluminense e do Vale do Paraíba no Rio de Janeiro.  

A Light Serviços de Eletricidade ganhou essa denominação em 1967, em virtude da unificação das empresas de eletricidade atuantes no eixo Rio de Janeiro-São Paulo, pertencentes à multinacional canadense Brascan Limited, sucessora da holding Brazilian Traction, Light and Power Company. 

Símbolo maior do capital estrangeiro no Brasil durante a primeira metade do século XX, o grupo Light implantou sistemas elétricos de grande porte em torno das cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. As empresas do grupo multinacional chegaram a responder por mais da metade da capacidade instalada de energia elétrica do país. Mas a partir do inicio dos anos 1960 perderam terreno para Furnas Centrais Elétricas, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e outras empresas públicas.  

Adquirida pela Eletrobras em 1979 e privatizada em 1996, a Light Serviços de Eletricidade tornou-se uma empresa exclusivamente distribuidora. Atualmente, integra o grupo Light S.A., composto também pela Light Energia (geração), Light Soluções (serviços) e Light Com (comercialização). Dos 92 municípios do estado do Rio de Janeiro, a companhia atua em 31 deles, sendo 11 na região metropolitana e os demais no Vale do Paraíba. 

A terceira maior distribuidora de energia do país

A Light Serviços de Eletricidade é a terceira maior distribuidora de energia do país em receita de fornecimento e a quinta maior em quantidade de energia distribuída, segundo dados de 2019 do Relatório do Sistema de Apoio à Decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Possui a segunda concessão mais complexa do Brasil e o quarto maior sistema subterrâneo reticulado do mundo.  A Light Energia controla o complexo hidrelétrico de Lajes e reúne hidrelétricas e elevatórias construídas para a transposição do Rio Paraíba do Sul, além da concessão da usina de Itaocara e a PCH Paracambi. A transposição do rio Paraíba do Sul contribui com grande parte da água do Sistema Guandu que abastece a região metropolitana do Rio de Janeiro.

Breve histórico da Light no Rio de Janeiro 

 A história da Light Serviços de Eletricidade começa em Toronto, no Canadá, em junho de 1904, com a fundação da The Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Company Limited, por iniciativa do mesmo grupo de investidores canadenses e norte-americanos que havia organizado The São Paulo Tramway, Light and Power Company em 1899. A nova empresa foi constituída no momento em que a capital federal estava sendo remodelada pela reforma urbana do prefeito Pereira Passos. A ideia de seus fundadores era instalar no Rio de Janeiro serviços de energia elétrica nos moldes dos já operados pela São Paulo Light. Rapidamente, a Rio Light monopolizou os serviços de iluminação elétrica e fornecimento de gás, bondes e telefonia da cidade, vencendo acirrada disputa com o grupo nacional Guinle & Cia.

1905–1930

1905 – A Rio Light é autorizada a funcionar no Brasil pelo Decreto nº 5.539, tendo como principais dirigentes o engenheiro norte-americano Frederick Stark Pearson e o advogado canadense Alexander Mackenzie. A empresa incorpora a Société Anonyme du Gaz (SAG) e outras companhias que operavam nas áreas de seu interesse. 

1907 – A usina de Fontes começa a gerar energia para a iluminação e a tração de bondes elétricos no Rio de Janeiro. Primeira usina do complexo de Ribeirão das Lajes, em Piraí (RJ), Fontes atinge a capacidade de 24 megawatts (MW) em 1909, tornando-se a maior usina do Brasil e uma das maiores do mundo.  

1910 – A rede elétrica da Light alcança as principais ruas das zonas Sul, Norte e Suburbana do Rio de Janeiro até as cercanias de Cascadura. 

1912 – Rio Light e São Paulo Light unificam os empreendimentos no país, constituindo a empresa Brazilian Traction, Light and Power Company, em Toronto.

1913 – Início do fornecimento de energia para municípios do interior do estado do Rio de Janeiro, como Iguaçu (atual Nova Iguaçu), Piraí e Paracambi. 

1924 – Inaugurada a usina de Ilha dos Pombos (44 MW), no rio Paraíba do Sul, em Carmo (RJ). 

1928 – Rio Light inicia incorporação de pequenas empresas de energia elétrica em municípios do Vale do Paraíba.  

1930 – Presidente Washington Luís inaugura oficinas da Light no bairro de Triagem. Além de reparos e produção de peças para usinas, as oficinas conhecidas como Cidade Light eram capazes de construir 150 bondes e 50 ônibus elétricos por ano, num padrão industrial sem precedentes no país.


1930–1950

 A Revolução de 1930 inaugura uma nova etapa da história do país, marcada por profundas transformações institucionais, inclusive no setor elétrico. O Código de Águas promulgado em 1934 por Getúlio Vargas atribui à União a competência exclusiva de conceder o aproveitamento de energia hidráulica, determinando a fiscalização técnica, contábil e financeira das concessionárias. De todo modo, o grupo Light consolida a liderança na indústria de energia elétrica brasileira. Em 1950, suas usinas somavam 980 MW de capacidade instalada, equivalentes a 52% do total nacional. O sistema fluminense da Light alcança a potência de 380 MW com a ampliação da usina de Ilha dos Pombos e a construção da usina de Fontes Nova. 

1932 – A Rio Light substitui os últimos combustores a gás do Rio de Janeiro por lâmpadas elétricas incandescentes.

1933 – Governo Vargas extingue a cláusula-ouro que permitia o reajuste automático das tarifas de eletricidade em função das desvalorizações cambiais.

1937 – A Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB) é ligada ao sistema Rio Light. O primeiro trecho eletrificado, entre a estação D. Pedro II e Cascadura, é inaugurado pelo presidente Getúlio Vargas.  

1938 – A Rio Light passa a se chamar oficialmente Companhia de Carris, Luz e Força do Rio de Janeiro.

1940 – Ampliação do reservatório de Ribeirão das Lajes permite a instalação da primeira unidade geradora de usina de Fontes Nova. O reservatório foi ampliado mediante o alteamento da barragem original, erguida no início do século. O empreendimento implicou no desaparecimento da cidade histórica de São João Marcos e deslocamento de sua população para Mangaratiba e outras localidades. 

1944 – A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em Volta Redonda (RJ) começa a receber energia da Light.

1945 – Rio de Janeiro vive o primeiro racionamento de sua história, em virtude do aumento da demanda de energia e dos obstáculos para ampliação das instalações da Light durante a guerra, além da forte seca que afetou o reservatório de Ribeirão das Lajes.

1947 – A usina de Fontes Nova atinge a capacidade final de 154 MW. 

1950–1979

As empresas de energia elétrica da União e dos governos estaduais modificam radicalmente a base produtiva e o perfil do setor elétrico brasileiro. No início dos anos 1960, o grupo Light deixa de investir em geração, restringindo seus investimentos à área de distribuição. O processo de estatização do setor culmina com a compra da Light pela Eletrobras, empresa holding federal, em 1979.

1950 – Subestação conversora de Aparecida do Norte (SP) permite o intercâmbio de energia entre os sistemas São Paulo Light em 60 Hz e Rio Light em 50 Hz, ligados por linha de transmissão entre Cubatão (SP) e Fontes. No mesmo ano, o Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica (Cnaee) aprova medidas restritivas de racionamento na zona de operação da Light no Rio de Janeiro.

1951 – Início das obras de transposição das águas do rio Paraíba do Sul para utilização do aproveitamento de Ribeirão das Lajes. O plano do desvio Paraíba-Piraí compreendeu a construção das usinas elevatórias de Santa Cecília e Vigário, dois túneis, uma barragem, dois diques, um canal e uma casa de válvulas.

1953 – A usina subterrânea de Nilo Peçanha no complexo de Lages em Barra do Piraí (RJ) começa a gerar energia, aproveitando as águas do desvio Paraíba-Piraí. 

1954 – A usina de Nilo Peçanha atinge a capacidade final de 330 MW em meio a novo racionamento no Rio de Janeiro.   

1956 – Fundação da holding Brascan, responsável pela diversificação dos investimentos do grupo Light no Brasil. 

1959 – Presidente Juscelino Kubitschek assina o Decreto n.º 46.218, autorizando a transformação da Companhia Carris, Luz e Força do Rio de Janeiro em sociedade anônima brasileira de capital estrangeiro. A companhia adota a denominação Rio Light S.A. - Serviços de Eletricidade e Carris.

1962 – A usina de Ponte Coberta (93 MW) entra em serviço no complexo de Ribeirão das Lajes.

1963 – A hidrelétrica de Furnas entra em operação em Minas Gerais, evitando iminente corte do fornecimento de energia aos parques industriais paulista e carioca. 

1965 – Serviços de bondes do Rio de Janeiro são desativados.

1967 – Fortes temporais provocam a inundação da usina Nilo Peçanha e sua paralisação durante um mês. 

1969 – A Sociedade Anônima do Gás do Rio de Janeiro, sucessora da Société Anonyme du Gaz, é transferida para o controle do estado da Guanabara.

1971 – Termina o programa de mudança de frequência do sistema Rio Light. Mais de um milhão de consumidores da empresa nos estados da Guanabara e Rio de Janeiro passaram a ser abastecidos com energia em 60 Hz.

1975 – A Brascan comunica ao governo Ernesto Geisel a decisão de negociar a Light Serviços de Eletricidade.

1979 – A Light é adquirida pela Eletrobras, passando a integrar o quadro de subsidiárias da empresa holding federal. A operação foi consumada mediante o pagamento líquido de 380 milhões de dólares a Brascan.  

1979–1996

A Light Serviço de Eletricidade passa a atuar apenas no estado do Rio de Janeiro, além de três municípios mineiros, a partir de março de 1981 quando a Eletropaulo, empresa criada pelo governo paulista, incorpora o subsistema da Light no estado de São Paulo. Durante seu período como subsidiária da Eletrobras, a companhia iniciou o serviço de distribuição de energia elétrica em favelas e loteamentos não regularizados em sua área de concessão. Grandes projetos urbanos tiveram participação decisiva da Light como a modernização do túnel Santa Bárbara e a construção da Via Light, na Baixada Fluminense, todos com reflexos positivos no dia-a-dia da população.

1985 – Os municípios de Rio Peto, Chiador e Belmiro Braga passam à responsabilidade da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Desde então, a área de concessão da Light permaneceu restrita ao território fluminense.  

1987 – Iniciado projeto quinquenal de reflorestamento de 1.000 hectares de áreas marginais do Reservatório de Lajes, incluindo o plantio de pomares, além de espécies nativas, para proteger as nascentes e dar segurança a margens e encostas contra a erosão e os deslizamentos

1988 – O prédio da Light na Avenida Marechal Floriano, no centro do Rio de Janeiro, é definitivamente tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

1991 – Instalação de quatro circuitos de 138 quilovolts pelo Túnel Santa Bárbara, interligando as subestações de Botafogo, Baependi, em Laranjeiras, e Frei Caneca, no Catumbi.

1992 – O presidente Fernando Collor de Melo inclui as empresas federais Light e Espírito Santo Centrais Elétricas (Escelsa) no Programa Nacional de Desestatização (PND).

1994 – Inauguração do Centro Cultural Light no edifício-sede da empresa no Rio de Janeiro.

1995 – O presidente Fernando Henrique Cardoso amplia a abrangência do PND no setor elétrico, incorporando ao programa a Eletrobras e suas empresas geradoras de âmbito regional (Chesf, Furnas, Eletrosul e Eletronorte). 

1996–2021

Terceira concessionária de energia elétrica em vendas a consumidores finais, a Light foi privatizada em maio de 1996, em leilão realizado na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. A empresa foi alienada por 2,27 bilhões de dólares (valores históricos). A estatal francesa Electricité de France (EDF) integrou o grupo vencedor do leilão, composto por mais duas empresas norte-americanas, a AES Corporation e a Houston Industries Energy, além da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

1998 – Problemas de fornecimento de energia no verão carioca revelam a precariedade da infra-estrutura do sistema elétrico no Rio de Janeiro.

1999 – Inaugurada a hidrelétrica de Santa Branca (57 MW), no rio Paraíba do Sul, em Santa Branca (SP), primeira obra concluída pela Light após sua privatização

2001 – Racionamento de energia atinge grande parte do país, causando efeitos duradouros no mercado de energia elétrica. Consumo de energia na área da Light decai ao nível de 1995. 

2002 – EDF assume isoladamente o controle acionário da Light. A usina de Ilha dos Pombos aumenta sua capacidade instalada para 183 MW e passa a operar com sistema de comando à distância.

2005 – Finalizado o processo de desverticalização da Light, originando a holding Light S.A, controladora de três empresas operacionais: Light Energia, responsável pela geração e transmissão de energia; Light Serviços de Eletricidade, responsável pela distribuição; e Light Esco Ltda, comercializadora, formando assim o Grupo Light.

2006 – O controle da Light é adquirido pelo consórcio Rio Minas Energia (RME), composto pela Cemig, Andrade Gutierrez Concessões (AG Concessões), Pactual Energia Participações (Pactual Energia) e Luce Brasil Fundo de Investimento em Participações (Luce). Após algumas reestruturações, a Cemig torna-se acionista majoritária da Light.

2008 – Inicio do projeto Comunidade Eficiente, sob regulação da Aneel, com finalidade de promover a utilização racional da energia elétrica em comunidades de baixo poder aquisitivo, na área de concessão da empresa. O projeto vem desenvolvendo ações de melhoria da eficiência energética nas instalações dos clientes, a troca de equipamentos ineficientes por novos com selo Procel e ações educativas.

2011 – Inauguração do Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos, espaço educativo e cultural da Light mantido com o patrocínio da empresa e do governo do Rio de Janeiro e recursos do Programa de Eficiência Energética da Aneel. Localizado em Rio Claro, o parque é uma iniciativa da Light para preservar e valorizar o patrimônio histórico e cultural da região do Vale do Paraíba Fluminense.

2012 – Light celebra contrato com a Alstom Grid para unificação dos sistemas de supervisão e controle em tempo real de seus sistemas de transmissão e distribuição de energia.

2015 – Inaugurada a subestação Olímpica na Barra da Tijuca, construída em parceria com Furnas, como parte dos investimentos na infraestrutura necessária para a Olimpíada de 2016

2016 – Ampliação da subestação de transmissão e distribuição da zona industrial do Rio de Janeiro, em Santa Cruz, melhora as condições de fornecimento à zona Oeste do Rio e a confiabilidade do sistema de transmissão para as Olimpíadas de 2016.  

2017 – A concessionária fluminense atinge a metade da implantação do projeto Smart Grid com cerca de 700 mil dispositivos inteligentes instalados para medição e automação de rede.

2019 – A Light encerra a oferta pública de ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal de emissão e passa a ter controle acionário pulverizado.

2021 – A Cemig conclui venda de ações na companhia, deixando de ser acionista da Light. 

Referências

CENTRO DA MEMÓRIA DA ELETRICIDADE NO BRASIL. Panorama do setor de energia elétrica no Brasil=Panorama of electric power sector in Brazil. 2ª. ed. Rio de Janeiro, 2006.

CORRÊA, Maria Letícia. Light. Verbete do Dicionário da elite política republicana 1889-1930 (Coord. Alzira Alves de Abreu). Cpdoc-FGV, Disponível em: 

http://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/LIGHT.pdf

ENERGIA elétrica e urbanização na cidade do Rio de Janeiro/Coordenação editorial de Ligia Maria Martins Cabral. Rio de Janeiro: Centro da Memória da Eletricidade no Brasil, 2016.

LIGHT: um século de muita energia: 1905-2005. / coordenação Ligia Maria Martins Cabral. – Rio de Janeiro: Centro da Memória da Eletricidade no Brasil, 2005.

MCDOWALL, Duncan. Light. A história da empresa que modernizou o Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 2008.

PAULA, Dilma Andrade de. Na contramão da utopia: a memória da destruição da cidade de São João Marcos. Revista de História Regional 1(1):41-56, 1996.

SILVA, Matheus Areias da Silva. A eletrificação e a modernização do território do Rio de Janeiro. Espaço e Economia [Online], 20 | 2020

COUTO, Fabio. Quem vai ficar com a Light? Brasil Energia, abril 2018

https://editorabrasilenergia.com.br/quem-vai-ficar-com-a-light/

KELMAN, Jerson. Quanto custa o furto de energia. Brasil Energia, jan. 2011.

https://editorabrasilenergia.com.br/quanto-custa-o-furto-de-energia/

LIGHT. Relatório anual 2019.

LIGHT alcança metade dos dispositivos em seu projeto de Smart Grid. Canal Energia, 6 nov 2017. 

TEIXEIRA, Pedro Aurélio. Olimpíada faz Light investir R$ 400 milhões na modernização e expansão do sistema. Canal Energia, 23 set 2015

Portal Light

http://www.light.com.br/grupo-light/Quem-Somos/historia-da-light.aspx


Paulo Brandi

Graduado em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF), iniciou carreira profissional no Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (Cpdoc) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). É pesquisador da Memória da Eletricidade desde 1987, onde coordenou diversos trabalhos publicados pela instituição, entre os quais, "Eletrificação rural no Brasil: uma visão histórica".