Usina de Paulo Afonso I completa 66 anos

Postado em 15/01/2021
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Em 15 de janeiro de 1955, em solenidade que contou com a presença do presidente João Café Filho, a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) inaugurou a usina de Paulo Afonso I, marco inicial das grandes realizações da empresa no campo da geração de energia elétrica. A hidrelétrica de 180 megawatts transformou o panorama da oferta de energia no Nordeste, mais do que duplicando a capacidade de geração preexistente na região, até então baseada quase exclusivamente em pequenas termelétricas. Paulo Afonso I, primeira das cinco usinas do complexo hidrelétrico de Paulo Afonso, foi construída na divisa da Bahia com Alagoas, aproveitando as excepcionais condições naturais da queda do rio São Francisco na famosa cachoeira, destacando-se também como um dos empreendimentos mais notáveis da engenharia brasileira.

A construção da primeira grande usina do Nordeste, em local inteiramente desprovido de recursos básicos, foi uma verdadeira epopeia. As obras foram realizadas diretamente pela Chesf, sem a participação de firmas empreiteiras. Dos acampamentos aos caminhos de serviço, da construção da barragem à montagem eletromecânica da usina, tudo ficou a cargo de engenheiros, técnicos e operários da própria companhia, constituída em março de 1948 sob a presidência do engenheiro Antonio José Alves de Souza. As obras tiveram início no ano seguinte, sob a direção do engenheiro Octavio Marcondes Ferraz, diretor técnico da empresa.

Paulo Afonso I gera 180.001kW de potência

A Usina Paulo Afonso I está instalada no São Francisco, o principal rio do Nordeste. O "Velho Chico", como é carinhosamente chamado, tem área de drenagem de 605.171km2, bacia hidrográfica da ordem de 630.000 km2, com extensão de 3.200 km, desde sua nascente na Serra da Canastra em Minas Gerais, até sua foz em Piaçabuçu (Alagoas) e Brejo Grande (Sergipe).

As Usinas Paulo Afonso I, Paulo Afonso II e Paulo Afonso III estão em um mesmo represamento, constituído de uma barragem do tipo gravidade em concreto armado. A altura máxima é de 20m e o comprimento total da crista é de 4.70m. A Usina Paulo Afonso I é constituída de três unidades geradoras, cada uma delas com potência de 60.000kW, totalizando 180.001kW. A energia gerada é transmitida por uma subestação elevadora com nove transformadores de 22,5 MVA cada um, que elevam a tensão de 13,8 kV para 230 kV. A partir desse ponto é feita a conexão com o sistema de transmissão da Chesf, pela Subestação Paulo Afonso - 230 kV.

Confira mais informações e imagens da construção da usina no livro "Paulo Afonso I – Imagens de uma epopeia", publicado pela Memória da Eletricidade em 2007.