Memória da Eletricidade – Passado, presente e futuro

Postado em 02/10/2020
Josias Matos de Araújo

Josias Matos de Araújo, formou-se como engenheiro eletricista pela Universidade Federal do Pará. Possui pós-graduação em Ciências Geofísicas e Geológicas, pela mesma universidade e mestrado em Sistemas de Potência pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá.

No início de sua carreira dedica-se a atividades acadêmicas como professor, orientador e pesquisador em importantes instituições de ensino superior e no CNPq.

Nos anos de 1980 sua contribuição ao setor de energia elétrica brasileiro se torna mais contundente com sua entrada na Eletronorte como engenheiro, em fevereiro de 1983.

Ainda na Eletronorte, como engenheiro de sistemas de potência trabalha na área de Estudos Elétricos (regime permanente, dinâmico e provisório), qualidade de energia e medição. Em seguida assume a Gerência do Laboratório de Ensaios, em Belém do Pará. Onde realizou diversos estudos e pesquisas em conjunto com o Cepel Eletrobras.

Em 1998 assume o cargo de Superintendente de Engenharia de Operação e Manutenção da Transmissão. Durante esse período incentivou a utilização dos diversos programas computacionais, desenvolvidos pelo Cepel, para planejamento da operação e expansão dos sistemas de transmissão. Tais como o Anatem (Análise de Transitórios Eletromecânicos), o Anarede (Análise de Redes Elétricas) e o PacDyn (Análise e Controle de Oscilações Eletromecânicas em Sistemas de Potência), bem como outros.

Em 2008 assume a Secretaria de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia.

Já em 2010 retorna a Eletronorte como Diretor-Presidente.

Em 2014 é indicado para a nova Diretoria de Regulação da Eletrobras.

Em 2018 torna-se Sócio-CEO da Eng Smart Lead.

Josias Matos de Araújo também preside os Conselhos Administrativos da Eletrosul e da Eletronuclear; Presidente do Conselho Consultivo da Fundação Coge e é Membro do Cigré Brasil, onde também já foi Presidente e Diretor Financeiro.

Fontes: Acervo Memória da Eletricidade ; Petronotícias. Disponível em: https://petronoticias.com.br/josias-araujo-assume-diretoria-de-regulacao-da-eletrobras/

Imagem: Foto: autor desconhecido/Cidre-Brasil. Disponível em: https://cigre.org.br/2019/11/josias-matos-de-araujo-em-dialogo-intergeracional/

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Equipe da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) em área rural do município de Ibirubá (RS), 1960. A foto faz parte do livro "Eletrificação Rural no Brasil – Uma Visão Histórica". Crédito: CEEE

Segundo a Wikipédia memória é a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar (evocar) informações disponíveis, seja internamente, no cérebro (memória biológica), seja externamente, em dispositivos artificiais (memória artificial). Também é o armazenamento de informações e fatos obtidos através de experiências ouvidas ou vividas. Focaliza coisas específicas, requer grande quantidade de energia mental e deteriora-se com a idade. É um processo que conecta pedaços de memória e conhecimentos a fim de gerar novas ideias, ajudando a tomar decisões diárias.

A ideia, portanto, de criar, em 1986, uma entidade sem fins lucrativos denominada Centro da Memória da Eletricidade no Brasil, pelos principais agentes do setor de energia elétrica brasileiro, liderados pelo Grupo Eletrobras, foi uma iniciativa louvável e importante para compilar as informações e fatos relevantes do setor elétrico do Brasil.

Um retrospecto da história da eletricidade no Brasil nos remete a 1879 quando Dom Pedro II concedeu a Thomas Edison o privilégio de introduzir no país aparelhos e processos de sua invenção destinados ao uso da eletricidade na iluminação pública, resultando na inauguração da Estação Central da Estrada de Ferro Dom Pedro II, atual Central do Brasil, a primeira instalação de iluminação pública permanente.

Processo que conecta pedaços de memória e conhecimento

Transcorridos quase 150 anos, foram inúmeros os marcos e os avanços da energia elétrica no território brasileiro, fruto do trabalho e dedicação de muitas gerações. Muitos fatos relevantes, acontecimentos marcantes e experiências vividas que possibilitaram a existência, hoje, de um Sistema Interligado Nacional, robusto, seguro e confiável.

A Memória da Eletricidade, ao longo de seus 34 anos de existência, tem exercido um papel importante promovendo a disseminação de conhecimentos, técnicas e tecnologias correlatos à geração, transmissão e comercialização de energia elétrica. Tem a missão de pesquisar e preservar a história e prospectar os desafios atuais e as tendências futuras da energia elétrica no Brasil, segundo seus diferentes usos, fontes e tecnologias, contribuindo para a compreensão do presente e das perspectivas da indústria de eletricidade no país.

A história das grandes obras e dos fatos marcantes do setor elétrico são relatos vivos nas obras produzidas pela Memória da Eletricidade. É um processo que conecta pedaços de memória e conhecimentos que proporcionarão às gerações futuras desvendar a trajetória dos pioneiros e de todos aqueles que viveram a construção das grandes usinas, das interligações, das soluções criativas e as inovações tecnológicas que nos orgulham de poder contar com um sistema eletroenergético que integra todas as regiões de nosso Brasil. 

A Memória da Eletricidade se faz com pessoas para pessoas, a partir de uma coleta de informações e conhecimentos cuidadosa, identificando fatos e narrações que complementam o que já existe na literatura disponível. Segundo Peter Drucker, o pai da Administração Moderna, “o conhecimento e a informação são recursos estratégicos para o desenvolvimento de qualquer país. Os portadores desses recursos são as pessoas”.

'O mais importante na comunicação é ouvir o que não foi dito'

A publicação de uma obra requer paciência, muita pesquisa e saber ouvir no sentido mais amplo desde os especialistas até os membros de uma comunidade para entender melhor a dimensão de um projeto, de uma iniciativa que culminou com os benefícios para a sociedade. “O sonho da minha vida era voltar para casa depois de um dia duro no roçado e beber um copo de água gelada. Ela tem outro sabor.” A afirmação é um relato simples da senhora Elaís Barbosa, no livro "Eletrificação Rural no Brasil – Uma Visão Histórica", publicado pela Memória da Eletricidade.

A riqueza de uma obra está nos detalhes, na forma de descrever um acontecimento, de contar a história de um grande projeto com todas as suas nuances, numa perspectiva ampla e com dados coerentes e consistentes, até mesmo no caso de situações desvendadas a partir de uma pesquisa na qual as pessoas sentem prazer em compartilhar suas experiências e conhecimentos. Na visão de Peter Drucker, “o mais importante na comunicação é ouvir o que não foi dito”. Esse papel, a Memória da Eletricidade o faz com maestria e competência.

A continuidade da Memória da Eletricidade é um grande desafio, pois depende de sua reinvenção, de seu alinhamento ao cenário atual de muitas transformações, em especial com o advento da indústria 4.0 e do pensamento exponencial, com o ritmo do progresso tecnológico nos surpreendendo a cada dia. O momento requer, portanto, um novo modelo de negócio, uma nova forma de atender às expectativas dos clientes com mais agilidade e com o mesmo padrão de qualidade.

A inovação e a criatividade serão fatores críticos de sucesso em qualquer organização que queira sobreviver no século atual, em que as tecnologias que surgem a cada instante, requerem novas formas de fazer acontecer, de garantir a operação plena de seus ativos, com um controle do risco e das não conformidades dentro de padrões aceitáveis, evitando perdas financeiras e assegurando um atendimento contínuo, seguro e confiável aos consumidores.

A Memória da Eletricidade, alinhada aos novos tempos, busca também a inovação e a criatividade para assegurar que seu legado seja preservado e até mesmo ampliado para o conhecimento dos profissionais da geração atual, conhecidos por nativos digitais e que serão os gestores do amanhã. O novo website tem essa missão de renovação, de adaptação à era digital, de facilitar a pesquisa e o compartilhamento das informações tão importantes contidas em seu acervo técnico. É a consolidação da ponte que se iniciou em 1986, mantendo-se sustentável até agora e com adição de novos pilares para manter vivo o conhecimento para o futuro.

"Um povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história está fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do passado."
(Emilia Viotti da Costa, Historiadora, autora de "Da senzala à colônia")

Josias Matos de Araújo

Josias Matos de Araújo, formou-se como engenheiro eletricista pela Universidade Federal do Pará. Possui pós-graduação em Ciências Geofísicas e Geológicas, pela mesma universidade e mestrado em Sistemas de Potência pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá.

No início de sua carreira dedica-se a atividades acadêmicas como professor, orientador e pesquisador em importantes instituições de ensino superior e no CNPq.

Nos anos de 1980 sua contribuição ao setor de energia elétrica brasileiro se torna mais contundente com sua entrada na Eletronorte como engenheiro, em fevereiro de 1983.

Ainda na Eletronorte, como engenheiro de sistemas de potência trabalha na área de Estudos Elétricos (regime permanente, dinâmico e provisório), qualidade de energia e medição. Em seguida assume a Gerência do Laboratório de Ensaios, em Belém do Pará. Onde realizou diversos estudos e pesquisas em conjunto com o Cepel Eletrobras.

Em 1998 assume o cargo de Superintendente de Engenharia de Operação e Manutenção da Transmissão. Durante esse período incentivou a utilização dos diversos programas computacionais, desenvolvidos pelo Cepel, para planejamento da operação e expansão dos sistemas de transmissão. Tais como o Anatem (Análise de Transitórios Eletromecânicos), o Anarede (Análise de Redes Elétricas) e o PacDyn (Análise e Controle de Oscilações Eletromecânicas em Sistemas de Potência), bem como outros.

Em 2008 assume a Secretaria de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia.

Já em 2010 retorna a Eletronorte como Diretor-Presidente.

Em 2014 é indicado para a nova Diretoria de Regulação da Eletrobras.

Em 2018 torna-se Sócio-CEO da Eng Smart Lead.

Josias Matos de Araújo também preside os Conselhos Administrativos da Eletrosul e da Eletronuclear; Presidente do Conselho Consultivo da Fundação Coge e é Membro do Cigré Brasil, onde também já foi Presidente e Diretor Financeiro.

Fontes: Acervo Memória da Eletricidade ; Petronotícias. Disponível em: https://petronoticias.com.br/josias-araujo-assume-diretoria-de-regulacao-da-eletrobras/

Imagem: Foto: autor desconhecido/Cidre-Brasil. Disponível em: https://cigre.org.br/2019/11/josias-matos-de-araujo-em-dialogo-intergeracional/