Linha do Tempo Covid-19

Postado em 16/03/2022
Igor Sacramento

Igor Sacramento é doutor em Comunicação e Cultura pela UFRJ e pesquisador em Saúde Pública pela Fiocruz. Na UFRJ, é professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura e pesquisador do Núcleo de Estudos e Projetos em Comunicação. Na Fiocruz, além de editor científico da Revista de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, é professor do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde e pesquisador do Laboratório de Pesquisa em Comunicação e Saúde. Na Memória, colabora com as lives "Memórias da Pandemia".

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Os primeiros casos de Covid-19 foram identificados em Wuhan, na China, em dezembro de 2019. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, em 30 de janeiro de 2020, o surto de Covid-19 uma emergência de saúde pública de importância internacional e, em 11 de março de 2020, uma pandemia. 

Esta linha do tempo fornece informações sobre momentos selecionados da pandemia de Covid-19 no Brasil e no mundo, desde suas origens conhecidas até os dias de hoje. Lista também as lives realizadas pela Memória da Eletricidade, com entrevistas com pesquisadores das mais diferentes áreas do conhecimento (da medicina ao serviço social, passando pela biologia e pela comunicação), que buscavam compreender a natureza do vírus, da sua transmissão e infecção, e que observavam os impactos sociais da pandemia no Brasil. 

A série #MemóriadaPandemia tem como objetivo principal proporcionar a pesquisadores uma fonte de estudos sobre a diversidade de experiências, problemáticas, ações e estudos realizados durante a pandemia de Covid-19 por meio da realização e arquivamento de lives com especialistas. Além disso, promover a circulação de informações baseadas em evidências científicas e projetos de pesquisa.

2019

Novembro

27 de novembro de 2019

Duas amostras de esgoto bruto coletadas em 27 de novembro de 2019 em Santa Catarina, Brasil, detectarão posteriormente SARS-CoV-2 (100.000 cópias por litro), 66 dias antes do primeiro caso confirmado de Covid-19 nas Américas. Amostras subsequentes são positivas em 11 de dezembro de 2019 e 20 de fevereiro de 2020. Essas amostras podem indicar que o SARS-CoV-2 estava circulando no Brasil pelo menos já no final de novembro de 2019.

12 de dezembro de 2019

Um grupo de pacientes em Wuhan, província de Hubei, na China, começou a sentir falta de ar e febre.

31 de dezembro de 2019

A Representação da Organização Mundial da Saúde na China foi informada de vários casos de pneumonia de etiologia desconhecida (causa desconhecida) detectados em Wuhan, província de Hubei. Todos os casos ligados ao Mercado Atacadista de Frutos do Mar de Huanan em Wuhan.

Numa conversa, Ana Quiao, professora de língua portuguesa-chinesa e diretora do Centro Confucius Classroom da UFF/Universidade Normal de Hebei, relatou a experiência de viver na China durante a pandemia.

2020



Janeiro

2 de janeiro de 2020

A Organização Mundial da Saúde ativa seu sistema de gerenciamento de incidentes nos três níveis da OMS (escritório nacional, escritório regional e sede).

7 de janeiro de 2020

Autoridades chinesas identificam e isolam um novo coronavírus como agente causador do surto.

Numa série de lives em abril com o médico e doutorando em Ciências Médicas pela Universidade Federal de Santa Catarina Felipe Valsechi, foram explicadas a origem dos vírus e, particularmente, do novo coronavírus.

22 de janeiro de 2020

O Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional da Organização Mundial da Saúde se reúne e decide não declarar o novo coronavírus uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. O Comitê escolhe, em vez disso, monitorar a situação e se reunir novamente em dez dias para rediscutir o tema.

31 de janeiro de 2020

O Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional da Organização Mundial da Saúde se reúne e declara o surto do novo coronavírus uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional.



Fevereiro

7 de fevereiro de 2020

Com o agravamento da situação na cidade de Wuhan, então epicentro da contaminação pelo novo coronavírus e em lockdown desde o dia 23 de janeiro, 34 brasileiros e seus parentes estrangeiros vivendo na China são repatriados com o auxílio do Ministério da Defesa, em missão conjunta com o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Saúde, na chamada de “Operação Regresso”. Na ocasião, foi sancionada a lei n. 13.979, que dispôs sobre as medidas para o enfrentamento à Covid-19, uma vez que a Organização Mundial da Saúde havia declarado estado de emergência de saúde pública de importância internacional.

O dispositivo estabeleceu, entre outras medidas:

  • a possibilidade de adoção pelas autoridades do isolamento social (separação de pessoas doentes ou contaminadas, ou de bagagens, meios de transporte, mercadorias ou encomendas postais afetadas, de outros, de maneira a evitar a contaminação ou a propagação do coronavírus);
  • a possibilidade de quarentena (restrição de atividades ou separação de pessoas suspeitas de contaminação das pessoas que não estejam doentes, ou de bagagens, contêineres, animais, meios de transporte ou mercadorias suspeitos de contaminação, de maneira a evitar a possível contaminação ou a propagação do coronavírus);
  • a possibilidade de determinar a realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas, vacinação e outras medidas profiláticas e tratamentos médicos específicos.

11 de fevereiro de 2020

A Organização Mundial da Saúde anuncia o nome oficial da doença que está causando o novo surto de coronavírus de 2019: Covid-19, versão abreviada de: doença de coronavírus 2019.

23 de fevereiro de 2020

À medida que a Itália se torna um hotspot global do Covid-19, o governo italiano emite o Decreto-Lei nº 6 de 23 de fevereiro de 2020, reunindo medidas urgentes para conter e gerenciar a emergência epidemiológica causada pelo Covid-19 e bloqueando efetivamente o país.

26 de fevereiro de 2020

O Ministério da Saúde confirma o primeiro caso de Covid-19 no Brasil e na América Latina: um homem de 61 anos, morador da cidade de São Paulo e que anteriormente visitara da Itália.



Março

5 de março de 2020

São registrados os primeiros casos de transmissão interna do novo coronavírus no Brasil.

11 de março de 2020

Após o número de casos de Covid-19 aumentar 13 vezes e o número de países afetados triplicar fora da China, chegando a todos os continentes do mundo, a OMS alterou o status de emergência de saúde pública de importância internacional para pandemia. Em pronunciamento, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, chamou a atenção para a necessidade de uma resposta internacional de maneira coordenada e da busca por um equilíbrio entre proteger a saúde, minimizar as perdas econômicas e sociais e respeitar os direitos humanos.

O Ministério da Saúde publica uma portaria que estabelece as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus.

12 de março de 2020

A primeira morte causada por Covid-19 no Brasil é registrada pelo Ministério da Saúde. A vítima é uma mulher de 57 anos, moradora de São Paulo. 

18 de março de 2020

A OMS publica um documento sobre a importância da preservação da saúde mental no contexto da pandemia de Covid-19. À medida que a pandemia de coronavírus se espalha rapidamente pelo mundo, está induzindo um grau considerável de medo e preocupação na população em geral e entre certos grupos em particular, tais como idosos, prestadores de cuidados e pessoas com condições de saúde subjacentes. Em termos de saúde mental pública, o principal impacto psicológico até o momento são as taxas elevadas de estresse ou ansiedade. Mas, à medida que novas medidas e impactos são introduzidos – especialmente a quarentena e seus efeitos nas atividades, rotinas ou meios de subsistência habituais de muitas pessoas – os níveis de solidão, depressão, uso nocivo de álcool e drogas e comportamento suicida ou automutilação também tendem a aumentar. 

A pandemia mostrou que ser rico ou de classe média não garante à pessoa idosa ter ajuda e cuidados adequados e que é preciso um pacto social para defender a Estratégia de Saúde da Família e o SUS, para que todas e todos façam prevenção, com visitação em casa para evitar doenças crônicas que afetam a qualidade de vida. Segundo o pesquisador da Fiocruz Daniel Groisman, a tecnologia médica do século XXI teve avanços para que a gente sobreviva a muitas doenças que antes matavam, mas são as políticas de estado que vão garantir uma sociedade inclusiva, que permita envelhecer sem medo. A pandemia para as pessoas idosas poderia ter sido menos ameaçadora se a atenção básica estivesse fortalecida, se houvesse mapeamento dos endereços e contatos das pessoas idosas e tivéssemos adotado, no Brasil, iniciativas semelhantes às de alguns países: redes de atenção telefônica, visitas domiciliares para atenção, promoção e prevenção. No Brasil, nem ricos nem pobres tiveram essa atenção.

Por sua vez, o educador físico e professor da UFBA Francisco Pitanga alertou para importância dos exercícios físicos para idosos como uma forma de fortalecer o sistema imunológico.

A temática da saúde mental e da redução de danos do uso abusivo de drogas durante a pandemia foi trazida pelo psicólogo Júlio Cesar Nicodemos.

20 de março de 2020

O Ministério da Educação autoriza a implementação do ensino emergencial remoto. Trata-se de um conjunto de estratégias pedagógicas criadas para diminuir os impactos das medidas de isolamento social sobre a aprendizagem. Essas medidas podem ser mediadas por tecnologias ou não e ajudam a manter os vínculos intelectuais e emocionais dos estudantes e da comunidade acadêmica durante a pandemia.

Em live, Luiz Roberto Liza Curi, presidente do Conselho Nacional de Educação, apresentou estratégias de enfrentamento dos desafios do ensino remoto. Por sua vez, Vítor Lopes Resende, professor do Instituto Federal do Amapá e doutorando em Comunicação pela UFPE, apresentou questões associadas aos desafios para os educadores no atual contexto de pandemia da Covid-19 em face da forte presença da linguagem dos influenciadores digitais como referência na cultura digital.

O Ministério da Saúde publica portaria que regulamenta a telemedicina. O documento prevê o exercício da medicina por meio da utilização de metodologias interativas de comunicação audiovisual e de dados, com o objetivo de prestar assistência e educação e incentivar pesquisa em saúde. Com uma parcela da população em casa, o uso de tecnologias interativas – como vídeos e aplicativos – se impôs como um recurso fundamental e uma alternativa segura para proteger tanto a saúde dos médicos quanto a de pacientes. Mais que um recurso para resolver um problema pontual – muito importante naquele momento, em que reduzir a sobrecarga de unidades de saúde e evitar a circulação de pessoas era necessidade urgente – a portaria abriu caminhos para consolidar a telemedicina como uma prática que pode garantir de forma mais permanente a ampliação do uso da tecnologia em saúde.

Em live, a pesquisadora da Fiocruz Adriana Aguiar refletiu sobre os desafios da atuação remota na área da saúde. Por outro lado, houve mudanças significativas na relação dos pacientes com seus amigos e familiares. Para conter a transmissão do vírus, os pacientes internados com Covid-19 ficaram impossibilitados de receber visitas. Mesmo com toda a tecnologia hospitalar, não há substituição para a sensibilidade humana durante o cuidado de pessoas enfermas e de seus familiares. A humanização hospitalar é uma forma de atendimento incorporada desde a recepção até a saída do paciente. Envolve o ambiente hospitalar e a comunicação entre os profissionais, o paciente e seus familiares, estabelecendo uma relação sadia e de confiança que respeita a individualidade e a saúde mental da pessoa em recuperação. Nesse caso, inúmeras estratégias, como videochamadas, banhos de sol e conversas mais longas, foram utilizadas para promover uma transformação da experiência hospitalar de forma positiva.

O Senado Federal do Brasil aprova por unanimidade um decreto presidencial declarando uma emergência nacional devido à pandemia do novo coronavírus, permitindo que o governo federal renuncie a metas fiscais e libere recursos orçamentários para combater o vírus.

22 de março de 2020

De acordo com a Inloco, o Brasil atingiu o seu máximo índice de isolamento social: 62,2%.

O isolamento social colocou questões à saúde mental. O psicoterapeuta Ivan Capelatto explanou sobre como lidar com as emoções durante o isolamento. O tema também foi explorado pela psicóloga e doutora em Comunicação e Cultura Maria Lívia Roriz, que observou as diferentes questões e desafios colocados para crianças, adolescentes e idosos com as medidas de isolamento social.

O médico Eugênio Mussak, por sua vez, abordou as novas formas de interação social impostas pelo isolamento.

23 de março de 2020

Em resposta aos relatos de profissionais sobre o estado crítico das condições de trabalho e falta de equipamentos de proteção individual, o Conselho Federal de Enfermagem publica um chamamento público para a compra de máscaras de proteção N95, que busca articular soluções junto ao poder público e somar esforços para prover os equipamentos necessários.

As discussões sobre o papel da enfermagem durante a pandemia, sobre a saúde mental dos trabalhadores de saúde e a precariedade do trabalho assumiram grande importância no debate público brasileiro.

24 de março de 2020

O Estado do Amazonas confirma a primeira morte causada por Covid-19.

O presidente Jair Bolsonaro fez críticas às medidas de isolamento social adotadas pelos governadores – como o fechamento de escolas e serviços não essenciais – e culpou a imprensa por, na visão do político, espalhar pânico entre a população. No pronunciamento ao povo brasileiro, o chefe do Executivo disse, ainda, que “no meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho…”.

O médico e doutor em Epidemiologia pela USP esclareceu que o estudo Coalizão Covid-19 Brasil, comprovou que o medicamento que o uso de hidroxicloquina, sozinha ou associada à azitromicina, não mostrou efeito favorável na evolução clínica de pacientes adultos hospitalizados com formas leves ou moderadas de Covid-19. A aliança para condução de pesquisas, formada por Hospital Israelita Albert Einstein, HCor, Hospital Sírio-Libanês, Hospital Moinhos de Vento, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, o Brazilian Clinical Research Institute (BCRI) e Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet), avalia a eficácia e a segurança de potenciais terapias para pacientes com Covid-19. 

25 de março de 2020 

Pernambuco e Rio Grande do Sul confirmam sua primeira morte causada pelo Covid-19.

27 de março de 2020

A OMS apresentou, em relatório, os principais achados tomográficos observados nos pacientes com coronavírus (Covid-19). São, em ordem decrescente:

  • opacidades em vidro fosco;
  • opacidades em vidro fosco associado a espessamento dos septos interlobulares;
  • caracterizando o padrão de pavimentação em mosaico (crazy paving) e opacidades em vidro fosco associado a consolidações.

A médica radiologista Carolina Henning detalhou a importância do diagnóstico por imagem na identificação da Covid-19.

31 de março de 2020

A Organização Mundial da Saúde começa a usar o termo infodemia durante a pandemia de Covid-19 para caracterizar a intensa circulação de informações – incluindo as falsas, imprecisas e enganosas – em diferentes ambientes sociais, especialmente dinamizados pelos processos de comunicação em rede. Segundo a OMS, isso pode causar confusão e comportamentos de risco que podem prejudicar a saúde. Também leva à desconfiança nas autoridades de saúde e prejudica a resposta da saúde pública. Uma infodemia pode intensificar ou prolongar os surtos quando as pessoas não têm certeza do que precisam fazer para proteger sua saúde e a saúde das pessoas ao seu redor. Com a crescente digitalização – uma expansão das mídias sociais e do uso da internet – as informações podem se espalhar mais rapidamente. Isso pode ajudar a preencher lacunas de informações mais rapidamente, mas também pode amplificar mensagens prejudiciais. 

O termo foi usado pela primeira vez em 2003, em relação à SARS (doença causada pelo coronavírus) e foi renovado durante a pandemia de Covid-19. O jornalista e cientista político David Rothkopf cunhou a expressão para descrever uma situação em que alguns fatos, misturados com medo, especulação e rumores, amplificados e retransmitidos rapidamente em todo o mundo pelas modernas tecnologias da informação afetam economias, política e segurança.

Nesse momento, inúmeras iniciativas de divulgação científica foram coordenadas por pesquisadores como Luísa Massarani, Ana Regina Rêgo e Peter Schulz


Abril

1 de abril de 2020

A OMS recomenda a higienização das mãos como hábito extremamente importante para evitar a propagação do vírus Covid-19. A entidade recomenda o uso de água e sabão álcool em gel fator 70%. A prática também interrompe a transmissão de outros vírus e bactérias que causam resfriados comuns, gripes e pneumonias, reduzindo assim a carga geral da doença.

2 de abril de 2020

Para combater a violência familiar e doméstica durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humano lança plataformas digitais dos canais de atendimento da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos. Com a novidade, é ampliado o alcance dos serviços do Disque 100 e do Ligue 180 para o meio digital. A medida visa a enfrentar um dos fenômenos observados em outros países que também passam por período de confinamento: com agressores e vítimas sob o mesmo teto 24 horas por dia, a busca por canais de denúncia via telefone tende a diminuir, uma vez que a pessoa agredida não consegue pedir ajuda reservadamente.

A psicóloga e professora da UFF Paula Landi reflete sobre o aumento de casos de violência contra mulheres

6 de abril de 2020

A OMS publica um documento em que faz reservas ao uso de máscaras. O uso de máscaras médicas na comunidade pode criar uma falsa sensação de segurança, com negligência de outras medidas essenciais, como práticas de higiene das mãos e distanciamento físico, podendo levar ao toque no rosto sob as máscaras e sob os olhos. Isso poderia resultar em custos e na falta de máscaras para os profissionais de saúde, que são aqueles que mais precisam delas. Pessoas com sintomas devem usar uma máscara médica, se isolar e procurar um médico. Todas as pessoas devem:

  • evitar grupos de pessoas e espaços fechados e lotados;
  • manter distância física de pelo menos um metro de outras pessoas, especialmente aquelas com problemas respiratórios e com sintomas (por exemplo: tosse, espirros);
  • realizar a higiene das mãos com frequência, usando um produto à base de álcool ou esfregando as mãos com água e sabão;
  • ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um cotovelo dobrado ou lenço de papel, descartar o lenço imediatamente e, em seguida, fazerr a higienização das mãos;
  • evitar colocar as mãos na boca, nariz e olhos.

Por sua vez, no Brasil, desde o início da pandemia, o médico pneumologista e professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Júlio Abreu afirmava a importância do uso de máscara como medida não farmacológica fundamental. Segundo ele, em função dessa característica, somada a outros fatores, a máscara, que até o momento, só é recomendada aos pacientes que apresentam o sintoma, pode compor uma barreira importante no combate à disseminação da doença.

9 de abril 2020

Em uma declaração televisionada, o presidente Jair Bolsonaro defende o uso de cloroquina e hidroxicloroquina para combater o Covid-19, embora não haja eficácia científica comprovada.

10 de abril de 2020

Brasil chega a mil mortes por Covid-19, segundo o Ministério da Saúde.

16 de abril de 2020

Após protagonizar uma série de divergências com o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi demitido. Entre os episódios conflituosos, o de maior destaque foi uma entrevista coletiva no sábado, 28 de março, na qual o ministro defendera a necessidade do isolamento social horizontal (em que o maior número possível de pessoas deve permanecer em casa), indo em direção contrária ao posicionamento do Planalto, que recomendava uma política de isolamento vertical (somente para idosos e pessoas classificadas como grupo de risco da Covid-19).

23 de abril de 2020

O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou o Parecer nº 04/2020 no qual estabelece critérios e condições para a prescrição de cloroquina e de hidroxicloroquina em pacientes com diagnóstico confirmado de Covid-19. Após analisar extensa literatura científica, a autarquia reforçou seu entendimento de que não há evidências sólidas de que essas drogas tenham efeito confirmado na prevenção e tratamento dessa doença. Porém, diante da excepcionalidade da situação e durante o período declarado da pandemia de Covid-19, o CFM entende ser possível a prescrição desses medicamentos a critério médico e consentimento do paciente.

28 de abril de 2020

Brasil chega a cinco mil mortes por Covid-19, segundo o Ministério da Saúde.



Maio

5 de maio de 2020

A OMS, em conjunto com governos e entidades privadas, lançou, em 24 de abril, uma plataforma de cooperação internacional para acelerar o desenvolvimento de vacinas e remédios contra o coronavírus, chamada de ACT Accelerator (ou acelerador do acesso a instrumentos para a Covid-19, na sigla em inglês). O Brasil, entretanto, acompanhou o posicionamento dos Estados Unidos, ainda presidido pelo republicano Donald Trump, e rejeitou a proposta de cooperação, com a justificativa de que as ações da Organização Mundial da Saúde constituíam uma ameaça à soberania nacional.

8 de maio de 2020

Em menos de três meses desde o primeiro caso confirmado de infecção pelo novo coronavírus, o Brasil ultrapassa dez mil mortes por Covid-19 e se torna o sexto país com mais mortes pela doença, segundo levantamento das secretarias estaduais de saúde.

11 de maio de 2020

O Ministério da Saúde apresenta ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e ao Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) as “Estratégia de Gestão de Riscos”. O documento visa a auxiliar os estados e municípios na tomada de decisão na resposta à pandemia da Covid-19.

O Conselho Nacional de Saúde recomenda a implementação de medidas de distanciamento social mais restritivo (lockdown) nos municípios com ocorrência acelerada de novos casos de Covid-19 e que tenham taxa de ocupação dos serviços em níveis críticos.

As medidas de contenção e controle da pandemia adotadas foram sistematicamente criticadas por diferentes agentes do governo federal, incluindo o presidente da República, com alegação de que os prejuízos à economia poderiam ser imensuráveis. 

Em live, o economista Beto Saadia abordou a crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus no Brasil. A professora do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva da UFRJ Lígia Bahia, por sua vez, avaliou que as medidas do governo não eram suficientes para a garantia do controle do vírus e das desigualdades sociais deflagradas pela crise. A doutora em Saúde Pública da Fiocruz disse que a pandemia está funcionando como uma lente de aumento em relação à enorme desigualdade que existe no país: “a desigualdade se dá em dois planos. Um é o da distribuição de renda, dos bens divisíveis, mas há também a desigualdade do reconhecimento, da estima, do respeito”.

Para o psicólogo e professor da UFRGS Daniel Abs, incertezas e precarização são os efeitos mais visíveis na saúde mental dos trabalhadores durante a pandemia da Covid-19. Por sua vez, a pesquisadora Denise Carvalho tratou da importância das informações sobre cor/raça dos mortos pela Covid-19 de modo a identificar como as desigualdades sociais brasileiras atingem distintamente populações. 

12 de maio de 2020

O Brasil ultrapassa a Alemanha e se torna o país com o sétimo maior número de casos de Covid-19, segundo a Universidade Johns Hopkins.

15 de maio de 2020

Menos de um mês depois de assumir o posto, o ministro da Saúde, Nelson Teich, deixou o cargo por discordâncias com o presidente Jair Bolsonaro a respeito do estabelecimento de um protocolo para a administração da cloroquina e hidroxicloroquina — medicamentos sem eficácia comprovada — em pacientes com sintomas leves da Covid-19. E também com por conta de uma visão conflitante sobre a execução de medidas de distanciamento social. No mesmo dia, o Amapá foi o primeiro estado a decretar isolamento total em todos os municípios, após um aumento de 217% na quantidade de casos de Covid-19. Este crescimento havia colapsado o sistema de saúde local.

18 de maio de 2020

Brasil ultrapassa o Reino Unido e se torna o país com o terceiro maior número de casos de Covid-19, segundo a Universidade Johns Hopkins.

19 de maio de 2020

Brasil chega a mais de mil mortes em um único dia pela primeira vez, segundo o Ministério da Saúde.

21 de maio de 2020

Brasil chega a 20 mil mortes por Covid-19, segundo o Ministério da Saúde.

22 de maio de 2020

Brasil ultrapassa a Rússia e se torna o país com o segundo maior número de casos de Covid-19, segundo a Universidade Johns Hopkins.



Junho

1 de junho de 2020

Na primeira atualização de um relatório produzido a pedido do Banco Mundial, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) destaca que os casos de feminicídio cresceram 22,2%, entre março e abril de 2020 em 12 estados do país, comparativamente ao ano anterior. Intitulado Violência Doméstica durante a Pandemia de Covid-19, o documento tem como referência dados coletados nos órgãos de segurança dos estados brasileiros.

A pesquisadora Patrícia D’Abreu analisou o aumento da violência doméstica durante a pandemia.

2 de junho de 2020

Brasil chega a 30 mil mortes por Covid-19, segundo dados do Ministério da Saúde.

6 de junho de 2020 

O Ministério da Saúde remove meses de dados sobre o Covid-19 do site do governo. O portal do Ministério da Saúde deixou de divulgar informações sobre o histórico de infectados e mortos pelo novo coronavírus, passando a informar apenas os registros das últimas 24 horas. Segundo o Ministério, o formato anterior não representava a realidade do momento do país por não retratar o fato de que a maior parcela da população já havia se recuperado da doença. A medida foi recebida sob críticas por parte de inúmeras instituições e especialistas em saúde, que defendem a transparência dos dados e o acesso à informação.

A Organização Mundial da Saúde muda suas orientações sobre uso de máscaras e afirma que elas devem ser usadas em público para ajudar a impedir a propagação do novo coronavírus. O órgão diz que novas informações mostram que elas podem fornecer uma barreira para gotículas potencialmente infecciosas. Em diversos países ao redor do mundo, como no Brasil, já há recomendação ou exigência de que as pessoas usem máscaras em público para cobrir boca e nariz.

A pesquisadora Naiá Ortelan explicou que se acumulam evidências de que o uso de máscaras é uma medida indispensável de proteção à Covid-19, devido ao alto poder de transmissão do novo coronavírus por via respiratória, inclusive por indivíduos assintomáticos. Por sua vez, o uso das máscaras de tecido em locais públicos tem se consolidado como medida adicional de proteção às medidas de distanciamento social e higienização das mãos.

8 de junho de 2020 

O Supremo Tribunal Federal do Brasil ordena que o Ministério da Saúde retome a divulgação dos dados acumulados do site oficial.

É criado o Consórcio de Veículos de Imprensa (CVI), uma parceria estabelecida entre os veículos de imprensa brasileiros "O Estado de S. Paulo", "G1", "O Globo", "Extra", "Folha de S.Paulo" e "UOL" com o objetivo de informar dados da pandemia de Covid-19 no Brasil recebidos das secretarias estaduais de saúde. Sua fundação se deve à restrição que o Ministério da Saúde promovera na época sobre a divulgação dos dados de números de casos e óbitos decorrentes de Covid-19.

9 de junho de 2020

O Ministério da Saúde divulga novamente os números acumulados e as taxas proporcionais de contágios e mortes por Covid-19 do site do governo.

11 de junho de 2020

Brasil chega a 40 mil mortes por Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

19 de junho de 2020

Brasil chega a 1 milhão de casos de Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde,

20 de junho de 2020

Brasil chega a 50 mil mortes por Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

A vacina de Oxford/AstraZeneca, que teve o início dos seus testes no final de abril no Reino Unido, foi aprovada para uso emergencial no Brasil e incluída no Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde. Os testes começaram a ser realizados em voluntários brasileiros, levando o país a ser o primeiro a experimentar o fármaco depois do Reino Unido. No dia anterior, o número de infectados pelo vírus no Brasil havia chegado à marca de 1 milhão de pessoas.

25 de junho de 2020

O Brasil se torna o país com mais recuperados da Covid-19 no mundo, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.

27 de junho de 2020

O governo federal anunciou um acordo com a farmacêutica AstraZeneca, que desenvolvia uma vacina contra a Covid-19 com a universidade de Oxford, de transferência de tecnologia para produção local e autônoma do fármaco pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). 

Em uma live no Facebook, o presidente Bolsonaro afirmou: “Se fala muito da vacina da Covid-19. Nós entramos naquele consórcio lá de Oxford. Pelo que tudo indica, vai dar certo e cem milhões de unidades chegarão para nós. Não é daquele outro país, não, tá ok, pessoal?”, reiterando o seu posicionamento contra a aquisição de vacinas advindas da China, numa menção à colaboração entre o laboratório chinês SinoVac e o Instituto Butatan na produção da vacina CoronaVac.



Julho

1º de julho de 2020

Brasil chega a 60 mil mortes por Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

3 de julho de 2020

Ao sancionar lei aprovada pelo Congresso Nacional que determinava o uso de máscaras em locais públicos, Bolsonaro vetou a obrigação do item em estabelecimentos comerciais, indústrias, igrejas e templos, sob a justificativa de que a medida consistiria em violação de domicílio. Foi vetada também a obrigação do poder público de distribuir máscaras de graça para a população de baixa renda, de aplicar multas para quem não usa máscaras e de fazer campanhas para incentivar o seu uso. Embora a lei sirva de referência para todo o país, em abril o Supremo Tribunal Federal decidiu por unanimidade que as medidas do governo federal não afastavam a competência dos estados e municípios e que o cidadão deveria seguir as regras estabelecidas no local onde mora.

A medida vai de encontro a inúmeras adaptações e protocolos que as empresas passaram a usar para garantir a segurança dos trabalhadores.

4 de julho de 2020 

Brasil chega a um milhão de pessoas recuperadas da Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

7 de julho de 2020 

O presidente Jair Bolsonaro diz em entrevista transmitida pela TV Brasil que testou positivo para Covid-19. Alvo de críticas pela série de eventos em que esteve circulando entre pessoas sem fazer uso de máscara e apesar de doente, voltou a defender a flexibilização do isolamento social e o uso de hidroxicloroquina e azitromicina como tratamento. Em adição, ele afirmou que as críticas ao país deveriam ser repassadas a governadores e prefeitos, alegando que o governo federal havia cumprido com o seu papel de repasse de recursos para o enfrentamento à crise.

O médico e pesquisador da Fiocruz Cláudio Maierovitch avaliou as iniciativas de flexibilização das medidas de isolamento social para o controle da pandemia.

10 de julho de 2020 

Brasil chega a 70 mil mortes por Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

16 de julho de 2020

Brasil chega a dois milhões de casos de Covid-19, segundo o Ministério da Saúde.

20 de julho de 2020

Brasil chega a 80 mil mortes por Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

25 de julho de 2020

Com a chegada do inverno e da conhecida temporada de gripe, o Brasil atingiu o pico da primeira onda de contaminação prenunciado por especialistas. Segundo dados do Ministério da Saúde, na semana de 19 e 25 de julho o país registrou o maior número de óbitos de toda a pandemia até então: 7.677 pessoas morreram em sete dias e, mais tarde, no dia 29 de julho, foram 1.595 mortes em apenas 24 horas.

29 de julho de 2020

A OMS publica documento em que identifica que pessoas com com comorbidades são aquelas com maior propensão a desenvolver quadros graves pela infecção pelo novo coronavírus. As condições de saúde subjacentes para Covid-19 grave incluem as seguintes: doença cardiovascular, HIV/AIDS, doença renal crônica, tuberculose ativa, doença respiratória crônica, distúrbios neurológicos crônicos, doença hepática crônica, doenças falciformes, diabete, tabagismo, cânceres com imunossupressão direta, obesidade grave (IMC ≥ 40), cânceres sem imunossupressão direta, mas com possível imunossupressão causada pelo tratamento, e hipertensão.

O estado de São Paulo atinge 500 mil casos de Covid-19. Com 1.554 mortes, o Brasil registra o maior número de óbitos por Covid-19 em 24 horas.

O Brasil chega a 90 mil mortes por Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

30 de julho de 2020

A primeira-dama Michelle Bolsonaro testa positivo para Covid-19.



Agosto

3 de agosto de 2020

Chefe de Gabinete da Presidência do Brasil, Walter Souza Braga Netto testa positivo para Covid-19, tornando-se o sétimo ministro do gabinete a contrair a doença.

4 de agosto de 2020

O secretário-geral da Presidência brasileira Jorge de Oliveira Francisco testa positivo para Covid-19, tornando-se o oitavo ministro do gabinete a contrair a doença.

5 de agosto de 2020

Brasil atinge 2 milhões de pessoas recuperadas da Covid-19, segundo o Ministério da Saúde.

8 de agosto de 2020 

Batendo mais um recorde com 100 mil mortes e 3 milhões de infecções provocadas pela Covid-19 desde o início da pandemia, o país passou a ocupar o segundo lugar no ranking internacional em número de casos e óbitos, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, com 4,9 milhões de infectados e 161 mil mortos até então.

A pandemia Covid-19 interrompeu experiências usuais de luto e foram necessárias modificações nas abordagens. As medidas de contenção e controle da disseminação do novo coronavírus também se aplicam no contexto do luto, o que acrescenta um trauma ao da própria morte: primeiro, os cadáveres são considerados potencialmente contaminantes e, por isso, são depositados o mais rapidamente possível num saco para cadáveres, que nunca será reaberto. Portanto, parece impossível para as famílias saudarem seu ente querido falecido uma última vez.

Erika Pallottino, em live para a Memória da Eletricidade, explica que a resposta de luto é uma reação normal, esperada e prevista quando perdemos um ente querido, quando um vínculo significativo é rompido. Acontece que, diante da pandemia de Covid-19, o processo de luto com o qual nos acostumamos está interrompido, bloqueado, bruscamente alterado.

11 de agosto de 2020

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou o registro da primeira vacina contra o novo coronavírus, a Sputnik V, e garantiu que o imunizante estava pronto — tendo sido, inclusive, testado em uma de suas filhas. No entanto, a vacina não havia cumprido os testes da fase três até aquele momento, consequentemente, não recebeu aprovação da OMS e da comunidade internacional. A primeira etapa para a criação consiste na definição, em laboratório, da melhor composição para o imunizante. Após essa etapa, inicia-se a fase pré-clínica ou não clínica, na qual são realizados testes em animais para comprovar os dados emitidos na experimentação in vitro. Em seguida, é iniciada a fase clínica, com testes em humanos, que se divide em três. A fase um visa a testar segurança e potência, sendo testada em voluntários sadios. Na fase dois, ocorre a expansão desses dados de segurança em número pouco maior de pessoas. E a fase três é o estudo de eficácia com número grande participantes.

No Brasil, o Instituto Butantan testava a Coronavac, vacina desenvolvida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, em nove mil voluntários de seis estados do país.

12 de agosto de 2020

O estado do Paraná assina um acordo com a Rússia para produzir e distribuir a vacina Sputnik V contra o Covid-19.

O Tribunal de Contas da União estabeleceu o prazo de 15 dias para que a Casa Civil da Presidência da República apresentasse plano de ação para aquisição, produção e distribuição de doses de vacina contra o novo coronavírus. O ministro Vital do Rego, relator do processo, criticou a ineficiência e a baixa atuação do governo federal no combate à crise e apresentou indicativos de que menos de 8% do orçamento previsto havia sido investido na aquisição de leitos de UTI, equipamentos e medicamentos, entre outras ações de saúde. O governo, entretanto, por meio da Advocacia-Geral da União, recorreu da decisão. 

No mesmo dia, de acordo com informações do CNS (Conselho Nacional de Saúde), o Ministério da Saúde cancelou a operação Uruguai 2, que tinha por objetivo a compra de medicamentos do chamado kit intubação. Os motivos para o cancelamento não foram esclarecidos pelo ministério, apesar de alertas feitos pelo Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e pelo Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) em maio para um possível desabastecimento.

14 de agosto de 2020

A primeira proposta de venda de vacinas da Pfizer para o Brasil previa a entrega de 500 mil doses em dezembro de 2020, totalizando 70 milhões até junho de 2021. Quatro dias depois, a oferta aumentou para 1,5 milhão de doses ainda em 2020, com possibilidade de mais 1,5 milhão até fevereiro de 2021. Ainda, uma terceira proposta foi apresentada em 11 de novembro. Não houve sinalização positiva do governo federal para nenhuma das três propostas, e o Brasil acabou perdendo o lugar na negociação para outros países.

25 de agosto de 2020

O senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, testa positivo para Covid-19.

29 de agosto de 2020

Brasil chega a 3 milhões de pessoas recuperadas da Covid-19, segundo o Ministério da Saúde.

31 de agosto de 2020

Na contramão da recomendação de especialistas e da Organização Mundial da Saúde sobre a necessidade de vacinação em massa para a construção de imunidade de coletiva na população, o presidente Jair Bolsonaro, afirmou, na noite de segunda-feira (31), em live no Facebook, um que “ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina”. Na tarde do dia seguinte, a Secretaria de Comunicação do governo federal institucionalizou a declaração com uma publicação no Twitter trazendo a mensagem adicional de que “o governo do Brasil preza pelas liberdades dos brasileiros”.

A discussão sobre imunidade foi muito abordada por especialistas durante a pandemia da Covid-19, incluindo estratégias e maneiras de fortalecimento. Profissionais do campo da nutrição e da educação física também abordaram formas de reforço da resistência do sistema imunológico pela alimentação e pelo exercício físico.

Setembro

2 de setembro de 2020

Brasil ultrapassa 4 milhões de casos de Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

7 de setembro de 2020

O Brasil é superado pela Índia e se torna o país com o terceiro maior número de casos de Covid-19, segundo a Universidade Johns Hopkins.

16 de setembro de 2020

General Eduardo Pazuello torna-se o terceiro ministro da Saúde do Brasil durante a pandemia de coronavírus, depois de quase quatro meses ocupando o cargo interinamente.

18 de setembro de 2020

O Brasil confirmou a intenção em aderir ao plano Covax Facility, iniciativa coordenada pela OMS com o objetivo de acelerar o desenvolvimento e a fabricação de vacinas contra a Covid-19 a partir da alocação de recursos para que todos os países aderentes à iniciativa tivessem acesso igualitário à imunização. Com a liberação de R$ 2,5 bilhões pelo governo federal para integrar o programa, o país pôde garantir acesso a nove vacinas em desenvolvimento na época.

21 de setembro de 2020

O Sistema Único de Saúde (SUS) completou 30 anos de existência. Nesse momento, como explica a pesquisadora da Fiocruz Izamara Bastos, o SUS demonstra sua força no meio da pandemia da Covid-19, ao mesmo tempo em que é preciso seguir lutando pelo seu avanço.

24 de setembro de 2020

Brasil chega s quatro milhões de pessoas recuperadas da Covid-19, segundo o Ministro da Saúde.


Outubro

3 de outubro de 2020 

O estado de São Paulo atinge um milhão de casos de Covid-19, segundo o governo do estado.

5 de outubro de 2020

As vacinas de Oxford/AstraZeneca, que estavam previstas para chegar no Brasil no mês de dezembro, tiveram sua entrega adiada para janeiro de 2021. Inicialmente, há previsão de entrega de 30 milhões de doses. A vacina ainda deveria passar por aprovação pela Anvisa até que fosse liberada para a vacinação do público. A análise do imunizante, no entanto, já havia sido iniciada pela agência, num processo denominado de submissão contínua, no qual os dados sobre a vacina são analisados conforme tornam-se disponíveis seus resultados. Esse método tem por objetivo dar celeridade ao processo de aprovação. 

Com a aproximação das eleições, marcadas para novembro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou medidas de segurança sanitária. Conforme o protocolo, todas as seções eleitorais terão álcool em gel para limpeza das mãos dos eleitores antes e depois da votação, e os mesários receberão máscaras, face shield (protetor facial) e álcool em gel para proteção individual. Cartazes serão afixados com os procedimentos a serem adotados por todos. O eleitor deve permanecer de máscara desde o momento em que sair de casa. Também deve evitar contato físico com outras pessoas e cumprir o dever cívico da forma mais ágil possível, sem permanecer tempo desnecessário nos locais de votação.

7 de outubro de 2020 

Brasil ultrapassa cinco milhões de casos de Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

10 de outubro de 2020 

Brasil chega a 150 mil mortes por Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

24 de outubro de 2020

O governador de São Paulo, João Doria, assinou contrato com a Sinovac para o provimento de 46 milhões de doses da vacina Coronavac destinados ao estado e a transferência tecnológica da vacina ao Instituto Butantan, possibilitando a fabricação do fármaco em território brasileiro. No Twitter, o presidente Jair Bolsonaro questionou o bilionário aporte financeiro no que chamou de “a vacina chinesa de João Doria” — que ainda não havia chegado à fase três de testagem. Bolsonaro também desautorizou a compra do imunizante pelo governo federal, diferentemente do anunciado pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na terça-feira anterior, 20 de outubro.

29 de outubro de 2020

Dados do boletim epidemiológico para Covid-19 do Ministério da Saúde apontaram para uma queda de 25% na média de registros de óbitos no país. Na ocasião, com investimentos previstos no valor de R$ 1,5 bilhão, o Ministério da Saúde lançou o programa Vigiar SUS, que previa a adoção pelo país de uma estratégia nacional para a prevenção e controle de surtos e epidemias, bem como garantir o correto armazenamento e distribuição de vacinas. 

Sobre as medicações em desenvolvimento, a vacina Sputnik V, da Rússia, teve seu processo de registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) iniciado, com o envio dos documentos preliminares para a agência.

Novembro

1 de novembro de 2020

Brasil chega a cinco milhões de pessoas recuperadas do Covid-19, segundo a Universidade Johns Hopkins.

9 de novembro de 2020

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária determina a interrupção do ensaio clínico da vacina CoronaVac após o registro de um "evento adverso grave".

11 de novembro de 2020

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária autoriza o Laboratório Sinovac a retomar seus testes de vacinas menos de 48 horas após a interrupção dos testes, conduzidos pelo Instituto Butantan no estado de São Paulo.

15 de novembro de 2020

Segundo dados do MonitoraCovid (Icict/Fiocruz), dos dias 8 a 14 de novembro de 2020, o número de pacientes internados com doenças respiratórias graves cresceu em regiões de 15 estados brasileiros, incluindo dez capitais, o que poderia significar uma segunda onda de infecções por Covid-19 ou a continuação de uma primeira onda inacabada. Por outro lado, após resultados animadores da vacina de Oxford/AstraZeneca, a fundação, parceira na fabricação do imunizante, aumentou sua meta de vacinação: de cem milhões de pessoas em 2021 para 130 milhões. Na ocasião, o Brasil também chegou à fase três de testes com a vacina Coronavac, mas a morte de um dos voluntários fez a Anvisa suspender temporariamente os estudos, que foram retomados após apuração pela agência de que o caso não tinha relação com o imunizante.

Em live, a pesquisadora Mônica Magalhães explicou que os sistemas de informação de saúde no Brasil geralmente funcionam com defasagem

20 de novembro de 2020

Brasil ultrapassa seis milhões de casos de Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

24 de novembro de 2020

Ainda com o país sem um Plano Nacional de Vacinação e atendendo a pedidos de partidos da oposição, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, publicou voto em defesa de que o governo apresentasse a estratégia de vacinação contra a Covid-19. O ministro ressaltou que, diante da possibilidade concreta de que diversas vacinas completassem com sucesso o seu ciclo de testes, era indispensável que a União considerasse a sua utilização, não podendo fazer distinções imotivadas ou com base em questões outras que não as evidências científicas.

26 de novembro de 2020

Presidente Jair Bolsonaro diz que não tomará vacina contra o novo coronavírus.

Dezembro

10 de dezembro de 2020

O Ministério da Saúde confirma o primeiro caso de reinfecção de Covid-19 no Brasil.

A Anvisa aprovou as regras para a autorização temporária de uso emergencial em caráter experimental de vacinas contra a Covid-19, de maneira restrita aos imunizantes que já estivessem em testes no Brasil. A decisão indicou que as vacinas aprovadas sob essa condição poderiam ser distribuídas pelo SUS (Sistema Público de Saúde), mas não comercializadas no país. Segundo as novas regras, os pedidos deveriam ser protocolados de maneira individual pela empresa desenvolvedora de cada vacina e a aprovação seria dada por decisão colegiada da diretoria da Anvisa, desde que o estudo clínico da vacina estivesse na fase 3 — última etapa de testes — no Brasil. A análise da Anvisa também considera a qualidade da vacina, boas práticas de fabricação, estratégias de monitoramento e controle, bem como resultados provisórios de ensaios clínicos.

Wilson Lima (PSC), governador do estado do Amazonas, alerta sobre a possibilidade do colapso da rede de saúde do estado diante o aumento do número de casos. O presidente da República, no entanto, culpou a liderança local por “deixar acabar” os cilindros de oxigênio e pecar na gestão dos recursos. O chefe do Executivo ainda afirmou que a causa do caos era porque "não faziam tratamento precoce" na cidade.

Em live, o médico Eduardo Jorge Fonseca esclareceu as principais dúvidas sobre a vacinação contra a Covid-19. Havia, à época, muitas especulações sobre o caráter experimental, provisório, a rapidez no processo de elaboração e o que isso acarretaria à vida das pessoas.  

13 de dezembro de 2020

Cedro do Abaeté registra dois casos confirmados de Covid-19, tornando-se a última cidade do Brasil a registrar os casos da doença.

15 de dezembro de 2020

A primeira quinzena de dezembro mostra um aumento mais sustentado no número de mortes por Covid-19, tendo as últimas 24 horas registrado 964 mortes, o número mais alto até então para o mês de dezembro. O Brasil ultrapassa a marca de 180 mil mortes por Covid-19, com o número de 182.799 óbitos no total desde o início da pandemia. 

Seguindo a determinação do STF, o Governo Brasileiro apresenta um esboço do plano de vacinação. Este será realizado em quatro etapas, que vão variar de acordo com os grupos priorizados. Na primeira fase, os profissionais da saúde, idosos com mais de 75 anos, ou com mais de 60 que vivam em instituições de longa permanência, e a população indígena, serão prioridade para receber a vacina. Na segunda fase, idosos com idade entre 60 e 74 anos, na terceira fase, indivíduos com risco de doença grave, como portadores de doenças cardiovasculares ou renais e, por fim, na quarta fase, os professores, profissionais da área de salvamento e força de segurança, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade. 

Com 94 páginas, o documento foi considerado impreciso por autoridades e especialistas de saúde, não estabelecendo, por exemplo, uma data específica para o início da imunização. No que se refere à operacionalização da vacinação em si, o texto falava em uma divisão em quatro etapas, que iriam variar de acordo com os grupos prioritários.

O Governo de São Paulo chega a anunciar a data de início de vacinação para a população paulista para o dia 25 de janeiro de 2021. No plano, profissionais de saúde, idosos com mais de 60 anos, indígenas e quilombolas comporão o grupo prioritário da campanha, com estimativa de nove milhões de paulistas vacinados.

16 de dezembro de 2020 

O governo do estado de São Paulo confirma o primeiro caso de reinfecção de COVID-19 no mesmo estado desde o início da pandemia.

17 de dezembro de 2020

Por dez votos a um, com exceção do ministro Nunes Marques, que votou para que só a União pudesse determinar a vacinação compulsória, o Supremo decidiu que a obrigatoriedade da vacinação contra o coronavírus e a implementação de sanções contra quem não se imunizasse poderiam ser estabelecidas no âmbito dos municípios, estados e Distrito Federal. A tese vencedora entendeu pela supremacia do interesse coletivo em detrimento ao interesse individual diante da emergência sanitária gerada pela pandemia. Foi descartada a exigência de consentimento prévio dos brasileiros para a imunização.

Sobre o avanço no desenvolvimento de vacinas, embora o imunizante do laboratório americano Pfizer e do alemão BioNTech tivessem sido testados durante a sua terceira fase no Brasil e apesar de países como Reino Unido, Estados Unidos e México tivessem sinalizado positivamente para a vacina ou já iniciado suas campanhas de vacinação, o presidente Bolsonaro mais uma vez questionou a eficácia e os efeitos colaterais das vacinas contra a Covid-19.

Citando o contrato da Pfizer, em que consta o aviso de que a fabricante não se responsabiliza por efeitos colaterais das vacinas, o presidente fez a seguinte declaração: “Se você virar um jacaré, é problema de você (sic), pô. Se você virar um super-homem, se nascer barba em alguma mulher ou algum homem começar a falar fino, eles não têm nada a ver com isso. E, o que é pior, mexer no sistema imunológico das pessoas”.

A vacina passou por inúmeras desconfianças e informações falsas, gerando, como explicou a pesquisadora Ana Carolina Monari, questionamentos e dúvidas em relação a autoridades e instituições sanitárias.

Luiz Carlos Dias, membro da Força-Tarefa da Unicamp no combate à pandemia, explica detalhadamente porque as vacinas são seguras.

O debate sobre a vacinação como escolha individual ou obrigação com a coletividade tomou a cena pública brasileira.

22 de dezembro de 2020

Minas Gerais atinge a marca de 500 mil casos e se torna o segundo estado com mais infectados por Covid-19 no Brasil, segundo o boletim divulgado pelo governo estadual.

23 de dezembro de 2020

O Ministério da Saúde recomenda um isolamento de dez dias para pessoas que chegam do Reino Unido com sintomas de Covid-19 devido a uma nova variante da doença detectada no país europeu. O governo federal suspende temporariamente os voos do Reino Unido devido a uma nova variante do Covid-19, a variante Alfa.

24 de dezembro de 2020

Às vésperas do Natal, o Ministério da Economia aumentou a alíquota de importação sobre os cilindros de oxigênio, item indispensável para o combate e o tratamento da Covid-19. A partir de documentos obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, o aumento do imposto foi causado pelo Ministério da Saúde, que havia excluído os cilindros da lista enviada para o Ministério da Economia de produtos contemplados com tarifa zero para importação. A revogação continuou valendo até a primeira quinzena de janeiro.

27 de dezembro de 2020 

O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, testa positivo para Covid-19.

31 de dezembro de 2020

O laboratório de diagnóstico em São Paulo detecta dois primeiros casos da nova variante do Covid-19 do Reino Unido.

O Instituto Butantan afirma que a vacina CoronaVac conseguiu atingir o limiar de eficácia mínimo requerido pela OMS, que consiste em 50% de eficácia. O limiar é utilizado para permitir o pedido de autorização emergencial, o que deve ocorrer, portanto, para a CoronaVac.

2021

Janeiro

4 de janeiro de 2021

O governo de São Paulo confirma dois casos de pessoas infectadas pela nova variante da Covid-19, identificada no Reino Unido.

5 de janeiro de 2021

Santa Catarina atinge a marca de 500 mil casos e se torna o terceiro estado com mais infectados por Covid-19 no Brasil, segundo o boletim divulgado pelo governo do estado.

6 de janeiro de 2021

O presidente Jair Bolsonaro diz que o governo federal suspendeu a compra de seringas por causa dos altos preços solicitados pelos fabricantes.

O estado da Bahia atinge a marca de 500 mil casos e se torna o quarto estado com mais infectados por Covid-19 no Brasil, segundo o boletim divulgado pelo governo do estado.

7 de janeiro de 2021

Brasil chega a 200 mil mortes por COVID-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

8 de janeiro de 2021

Brasil ultrapassa 8 milhões de casos de COVID-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

11 de janeiro de 2021

Durante visita a Manaus, alguns dias depois de o país atingir a marca de 200 mil mortos por Covid-19 e ao ser cobrado sobre os prazos previsto para o Plano Nacional de Imunização contra o coronavírus, o ministro Pazuello declarou que “a vacina vai começar no dia D, na hora H, no Brasil” e que a vacinação ocorreria “a partir do terceiro ou quarto dia” após autorização feita pela Anvisa.

A Anvisa publica nota técnica que dispõe sobre as orientações para a realização de testes rápidos, do tipo ensaios imunocromatográficos, para a investigação de infecção pelo novo coronavírus. A publicação é destinada às farmácias e aos serviços de saúde, públicos e privados, que têm permissão para fazer os referidos testes. O documento aborda a execução de testes rápidos, bem como as medidas de prevenção que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos. 

Em live, o doutor em Ciências Experimentais e Saúde pela Universidad San Pabalo (Espanha) Thiago Gomes explicou as diferenças e as aplicações dos testes de identificação da infecção pelo novo coronavírus: RT-PCR para SARS-CoV-2 em swab combinado de nasofaringe (baseado na pesquisa do material genético do vírus (RNA) em amostras coletadas por swab da nasofaringe) e sorologia (tipo de teste não detecta o vírus, mas sim a presença de anticorpos, isto é, a resposta do nosso organismo frente à infecção).

12 de janeiro de 2021

Uma variante brasileira do coronavírus é encontrada no estado do Amazonas. A variante Gamma (P.1) é uma das variantes do SARS-CoV-2, o vírus que causa o Covid-19. Essa variante do SARS-CoV-2 foi detectada pela primeira vez pelo Instituto Nacional de Doenças Infecciosas do Japão, em 6 de janeiro de 2021, em quatro pessoas que chegaram a Tóquio após visitarem o Amazonas, Brasil, quatro dias antes. Posteriormente, foi declarado em circulação no Brasil. Sob o esquema de nomenclatura simplificado proposto pela Organização Mundial da Saúde, P.1 foi rotulado de variante Gamma e foi considerada uma variante preocupante. Durante a pandemia de Covid-19, observou-se que o vírus SARS-CoV-2 sofre mutação, com certas combinações de mutações pontuais específicas provando ser mais preocupantes do que outras. Isso ocorreu principalmente por razões de transmissibilidade e virulência.

De toda forma, ante à nova ameaça e ao processo contínuo de flexibilização do isolamento nos grandes centros, o professor da Unicamp Luiz Carlos Dias afirmou que que a revacinação de idosos, com uma terceira dose, deve acontecer em paralelo ao adiantamento da segunda dose para os mais jovens e à vacinação entre indivíduos com menos de 18 anos. Por outro lado, o médico infectologista Unaí Tubinambá defendeu a importância de não haver atrasos na aplicação da segunda dose.

14 de janeiro de 2021

O sistema hospitalar em Manaus, capital do estado do Amazonas, entra em colapso com a segunda onda de Covid-19 e começa a ficar sem oxigênio.

O aumento progressivo no número de casos de Covid-19 e do grande volume de internações desde dezembro levou ao colapso do sistema de saúde em Manaus e à falta de oxigênio para pacientes internados com a doença. Segundo defensores públicos que atuam em municípios do interior do Amazonas, entre os dias 15 e 19 de janeiro, foram registradas pelo menos 30 mortes de pacientes com Covid-19 e síndromes respiratórias por falta de oxigênio ou por falta de remoção para cidades com possibilidade de atendimento hospitalar.

A falta de cilindros de oxigênio atingiu a rede, fato que foi denunciado pelo médico e presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas, Mário Viana, em 14 de janeiro. A escassez do material causou a morte compulsória de vários pacientes que não conseguiram atendimento.

Em meio ao colapso, equipes do Ministério da Saúde realizaram ronda em 13 unidades básicas de saúde do município para difundir a adoção de “tratamento precoce” de pacientes com Covid-19 com o uso de cloroquina, hidroxicloroquina e o antibiótico azitromicina, drogas que não têm eficácia comprovada contra a doença.

A farmacêutica e professora da UFMG Cristiane Pádua alertou para os riscos da automedicação para a saúde.

15 de janeiro de 2021

Na mesma semana em que a Fiocruz reconheceu que a falta de previsão para entrega do IFA (ingrediente farmacêutico ativo) chinês atrasaria a entrega dos primeiros lotes da vacina de Oxford/Astrazeneca produzidas no Brasil, a operação do governo federal para buscar dois milhões de doses do imunizante na Índia foi abortada após veto do país. Segundo representantes do governo indiano, o Brasil se precipitou na organização da operação, pois não seria possível autorizar a exportação dos imunizantes enquanto o país não tivesse intensificado a sua própria campanha de vacinação. Com a negativa da Índia, o Ministério da Saúde requisitou no mesmo dia que o Instituto Butantan enviasse ao governo federal seis milhões de doses da vacina Coronavac. O instituto respondeu, afirmando que a entrega não seria possível devido à ausência de um plano para distribuí-las entre os estados. A medida foi encarada pelos secretários estaduais de Saúde como uma tentativa de confisco político. Na ocasião, especialistas apontaram a existência de dificuldades técnicas e burocráticas e de erros de diplomacia e política externa que ocasionaram o atraso no envio de ingredientes chineses para a Fiocruz e de imunizantes indianos para o país.

Em live, a médica e professora da UFG Ariadine Alves Ribeiro falou sobre a importância do SUS na operacionalização da vacinação contra a Covid-19.

17 de janeiro de 2021 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária autoriza unanimemente o uso emergencial das vacinas CoronaVac e Oxford.

O estado de São Paulo inicia a vacinação contra a Covid-19 para profissionais de saúde do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Mônica Calazans, uma enfermeira negra de 54 anos e integrante do grupo de risco, torna-se a primeira pessoa a ser vacinada no Brasil, recebendo a vacina chinesa CoronaVac. Cento e doze profissionais de saúde são vacinados no primeiro dia. Vanuzia Costa Santos, técnica de enfermagem residente na cidade de Guarulhos, torna-se a primeira indígena do Brasil a ser vacinada contra a Covid-19.

18 de janeiro de 2021

Os estados do Rio de Janeiro, Santa Catarina, Goiás, Piauí, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Espírito Santo, Tocantins, Minas Gerais, Ceará, Pernambuco, Mato Grosso, Paraná, Amazonas e Rio Grande do Sul iniciam a vacinação para profissionais de saúde, idosos e indígenas.

19 de janeiro de 2021

Os estados do Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Pará, Paraíba, Sergipe, Rio Grande do Norte, Rondônia e Roraima e o Distrito Federal iniciam a vacinação com a maioria sendo profissionais de saúde. O estado de São Paulo chega a 50 mil mortes por Covid-19.

20 de janeiro de 2021

O Ministério da Saúde atualizou o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, informando 77,2 milhões de pessoas previstas nos grupos prioritários — contra 49,6 milhões de pessoas, como indicava a primeira versão do documento — o detalhamento sobre a primeira etapa de vacinação e a inclusão de novos grupos prioritários. O número de seringas e agulhas disponíveis para a imunização também aumentou: de 340 milhões para 510 milhões.

21 de janeiro de 2021

Após críticas e uma nota pública do Conselho Federal de Medicina, o Ministério da Saúde retirou do ar o aplicativo TrateCov, lançado pelo ministro Eduardo Pazuello em visita a Manaus no dia 11 de janeiro. Na plataforma, pacientes com sintomas de Covid-19 recebiam uma pontuação de gravidade da doença e, caso o diagnóstico fosse verificado, tinham a opção de receber ou não tratamento precoce. Para alguns casos, a prescrição de medicamentos sem eficácia comprovada, como a cloroquina e ivermectina, era recomendada pelo aplicativo. Em nota, o Ministério da Saúde alegou que “o sistema foi invadido e ativado indevidamente” e que o aplicativo não estava “funcionando oficialmente”.

23 de janeiro de 2021 

A maioria dos ministros do STF decidiu que estados e municípios poderiam comprar e fornecer à população vacinas contra o novo coronavírus nos casos de descumprimento do Plano Nacional de Imunização pelo governo federal ou de insuficiência de doses previstas para imunizar a população. A liberação também foi estabelecida nos casos em que a Anvisa não concedesse autorização em 72 horas para uso de imunizantes aprovados por agências reguladoras internacionais. No mesmo dia, a Anvisa concedeu o registro definitivo à vacina da Pfizer/BioNtech, a primeira a obtê-lo no país. A empresa, que havia entrado com o pedido no dia 6 de fevereiro, ainda não tinha imunizantes disponíveis no país.

Caravanas de protesto são realizadas em várias cidades de 23 estados e no Distrito Federal para exigir a deposição do presidente Jair Bolsonaro por seu manejo da pandemia de Covid-19.

Durante o segundo ano da pandemia, aumentou um movimento popular de passagem da hesitação vacinal ao clamor pela vacina.

27 de janeiro de 2021

Brasil ultrapassa nove milhões de casos de Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

30 de janeiro de 2021 

Brasil chega a dois milhões de pessoas vacinadas em todos os 26 estados e no Distrito Federal, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

Fevereiro

4 de fevereiro de 2021

Brasil chega a três milhões de pessoas vacinadas em todos os 26 estados e no Distrito Federal, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

Rio de Janeiro se torna a cidade brasileira com o maior número de mortes por Covid-19, superando São Paulo.

Em entrevista, Daniel Soranz, pesquisador da Fiocruz e então secretário municipal de saúde do Rio de Janeiro, afirmou que o enfrentamento à Covid-19 dependia do fortalecimento da Estratégia de Saúde da Família e não apenas na construção de hospitais de campanha

6 de fevereiro de 2021

O Laboratório Pfizer Inc. solicita aprovação regulatória completa para sua vacina Covid-19 no Brasil.

8 de fevereiro de 2021

Outra variante brasileira do coronavírus diferente de Goiás, agora chamada de P2, é encontrada pelo Instituto Adolfo Lutz, na cidade de São Paulo, após analisar uma amostra de um morador de Ceres, no estado de Goiás. O laboratório de São Paulo confirma um caso de reinfecção na mesma pessoa.

9 de fevereiro de 2021 

O estado de São Paulo chega a um milhão de vacinados contra a Covid-19, segundo dados do Governo do Estado.

13 de fevereiro de 2021

A cidade de São Paulo confirma o primeiro caso da variante brasileira do coronavírus, detectado em Manaus. Paciente que mora em São Paulo e não estava na capital do Amazonas.

O Estado de Goiás confirma dois casos da variante do Reino Unido em duas cidades de Luziânia e Valparaíso, ambas no estado de mesmo nome, após amostras de teste de sequenciamento realizadas em 31 de dezembro de 2020. 

O Brasil chega a cinco milhões de pessoas vacinadas em todos os 26 estados e no Distrito Federal, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

As cidades brasileiras começam a suspender a campanha de vacinação contra a Covid-19 por falta de doses. Campo Grande torna-se a primeira capital de estado brasileira a suspender.

Começam a circular notícias sobre a possibilidade de compra de vacinas pelo setor privado. A preocupação com a retomada de setores da economia fez empresários pressionarem o governo para autorizar a compra de vacinas, criticando a lentidão no processo de vacinação e da falta de doses. Em resposta às notícias recentes de que empresários estariam se dispondo a comprar 33 milhões de doses da vacina AstraZeneca, o médico e professor da Uerj Guilherme Werneck questionou se esse movimento não seria uma forma de desresponsabilizar o Ministério da Saúde em sua função constitucional de garantir o direito à saúde de todos.

16 de fevereiro de 2021 

Salvador e Cuiabá suspendem a primeira dose das vacinas Covid-19 devido à falta de doses no mesmo dia.

17 de fevereiro de 2021

A cidade do Rio de Janeiro suspende a primeira dose das vacinas Covid-19 devido à falta de doses.

17 de fevereiro de 2021

O último membro masculino dos Juma, Aruká Juma, morre por complicações causadas pelo Covid-19 em Porto Velho. Suas três filhas são os únicos membros restantes da tribo.

O debate sobre a saúde indígena durante a pandemia foi trazido pela pesquisadora da Fiocruz Ana Lúcia Pontes. Segunda ela, tal crise sanitária expõe as múltiplas dimensões e tensões provocadas pela atuação do Estado na implementação de políticas públicas dirigidas a minorias étnico-raciais no Brasil. Como explica, epidemias de doenças infecciosas e parasitárias têm sido trágicas recorrências ao longo dos cinco séculos da história da relação entre os colonizadores e os povos indígenas no que é atualmente o território brasileiro. E não são eventos de um passado distante. Persistem na memória individual e coletiva de muitos povos que, não muitas décadas atrás, sofreram os efeitos de doenças associadas ao contato.

18 de fevereiro de 2021

Brasil ultrapassa dez milhões de casos de Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

19 de fevereiro de 2021 

Curitiba suspende a primeira dose das vacinas Covid-19 devido à falta de doses.

24 de fevereiro de 2021

Brasil chega a 250 mil mortes por Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

26 de fevereiro de 2021

Sergipe confirma o primeiro caso da variante brasileira do novo coronavírus, originalmente identificada no Amazonas. O Maranhão também confirma o primeiro caso da da variante Gamma (P.1). 

O Brasil atinge o menor índice de isolamento social em um ano (32,2%).

Março

2 de março de 2021

O estado de São Paulo chega a 60 mil mortes por Covid-19 e registra o maior número de mortes em 24 horas: 468. Os dados são do governo do estado.

5 de março de 2021

A condução da crise pelo governo brasileiro colocou o país em diversas manchetes ao redor do mundo, e dois dos jornais mais influentes do planeta — o britânico "The Guardian" e o norte-americano "The New York Times" — abordaram a tragédia brasileira com a Covid-19 e posicionaram o país como “ameaça sanitária global”. Até aquela data, 18 países haviam suspendido voos ou estabelecido restrições a passageiros saídos do Brasil, por receio de propagação do novo coronavírus e de suas variantes. 

Nesse contexto, a professora da UFSC esclareceu sobre a importância da ciência para a criação de soluções de saída da crise sanitária, e a antropóloga Hully Falcão explicou como o discurso anticiência presente na sociedade brasileira atrapalhou o combate à pandemia.

6 de março de 2021

Rio Branco suspende a primeira dose das vacinas Covid-19 devido à falta de doses.

7 de março de 2021

Brasil ultrapassa 11 milhões de casos de Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

Após um mês de vacinação, segundo dados preliminares da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, o número de mortes de idosos com mais de 90 anos caiu 70% entre janeiro e fevereiro de 2021 na cidade de São Paulo. Em Pernambuco, um levantamento da Secretaria Estadual de Saúde mostrou uma diminuição de 29% nos registros de pedidos por UTI para idosos com mais de 85 anos com Covid-19 e redução de cerca de 25% nos casos de síndrome respiratória aguda grave nessa faixa etária.

10 de março de 2021

Em cerimônia convocada às pressas após um pronunciamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governo federal sancionou leis que facilitaram a compra de vacinas contra a Covid-19 pela União, pelos governos estaduais e municipais e pela iniciativa privada. Na ocasião, Bolsonaro e demais autoridades usaram máscaras e o presidente adotou um discurso pró-vacina. No entanto, ao discursar, Bolsonaro, paradoxalmente, minimizou a importância do isolamento social e defendeu novamente o que chamou dessa vez de “tratamento imediato”. Segundo levantamento feito pelo jornal "O Estado de S. Paulo", até o dia 10 de março o Planalto havia promovido 40 eventos com aglomerações.

15 de março de 2021

Após dez meses, o presidente Bolsonaro substituiu o general Eduardo Pazuello pelo cardiologista Marcelo Queiroga no Ministério da Saúde. Em sua primeira entrevista depois de ser confirmado no cargo, o médico se posicionou dizendo que o lockdown é uma medida a ser adotada apenas em “situações extremas” e que não pode ser encarada como política de governo. O novo ministro disse, ainda, que pretendia priorizar a criação de “uma grande união nacional” e o fortalecimento do papel de liderança do Ministério da Saúde na condução da crise.

17 de março de 2021

Após o marco de um ano, as mortes causadas pelo novo coronavírus já superaram os números da epidemia de Aids no país. Entre 1996 e 2019, as mortes por Aids foram de aproximadamente 281 mil brasileiros, letalidade ultrapassada pelas 282.127 vítimas de Covid-19 até 17 de março de 2021.

Outro dado que torna as perspectivas de superação da pandemia mais pessimistas é o crescimento lento do número de pessoas vacinadas no país. Segundo dados do Ministério da Saúde, após dois meses do início da campanha de vacinação e até o dia 17 de março, apenas 10,3 milhões de brasileiros haviam sido imunizados, o que corresponde a 4,91% da população do país. Em projeção da Fiocruz, caso esse ritmo de vacinação fosse mantido, o país somente estaria completamente vacinado dentro de 995 dias, ou dois anos e meio.

Abril

1 de abril de 2021

O Brasil administra pela primeira vez mais de um milhão de doses das vacinas Covid-19 em um dia, de acordo com dados das secretarias estaduais de saúde.

5 de abril de 2021

Brasil ultrapassa 13 milhões de casos de Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

7 de abril de 2021

Brasil atinge 10% das pessoas vacinadas contra a Covid-19 com a primeira dose 79 dias após o início da campanha de vacinação nos estados, segundo dados das secretarias estaduais de saúde reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa.

12 de abril de 2021

O Brasil é novamente superado pela Índia, tornando-se o terceiro país do mundo com mais casos de Covid-19, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.

13 de abril de 2021

A CPI da Covid-19 foi uma comissão parlamentar de inquérito que investigou supostas omissões e irregularidades nas ações do governo federal do presidente Jair Bolsonaro (na época sem partido) durante a pandemia. Foi criada em 13 de abril de 2021, oficialmente instalada no Senado Federal em 27 de abril do mesmo ano e prorrogada por mais três meses em 14 de julho de 2021, sendo concluída com a apresentação e votação do relatório final no dia 26 de outubro de 2021.

O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) protocolou, em 4 de fevereiro de 2021, o pedido de criação da CPI. Os principais objetivos elencados inicialmente eram investigar as alegações de que o governo federal teria sido contrário a medidas sanitárias como o distanciamento social e utilização obrigatória de máscara facial. Também havia as acusações de atraso na compra de vacinas e campanha de descrédito das mesmas. Outro motivo de investigação foi a divulgação e o investimento de dinheiro público em tratamentos ineficazes, como a compra e defesa do uso de hidroxicloroquina e ivermectina para o tratamento da Covid-19, embora não existam evidências científicas quanto à sua eficácia no combate da doença ou na melhoria nos pacientes. As demissões dos ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich por não concordarem com as politicas de saúde do governo e a gravíssima crise sanitária no estado do Amazonas com a falta de oxigênio em hospitais de Manaus foram outros problemas discutidos na sessões da CPI.

Com o andar das investigações, surgiram outros itens, como:

  • a negligência do governo ao não responder a 81 e-mails enviados por parte da farmacêutica Pfizer para tratar sobre a venda de vacinas contra a Covid-19;
  • as irregularidades na compra e importação da vacina indiana Covaxin, produzida pela Bharat Biotech;
  • a omissão do governo e do presidente da república ao saber dessas irregularidades;
  • o caso do convênio de saúde Prevent Senior, acusado de alterar prontuário de pacientes para omitir mortes por Covid-19 e realizar pesquisas sem o consentimento dos pacientes e com o aval do governo.

A pesquisadora Roberta Lemos abordou detalhadamente as implicações bioéticas da pandemia da Covid-19 no Brasil.

18 de abril de 2021

Uma mulher grávida de 42 anos se torna a primeira pessoa a morrer após ser diagnosticada com a variante Delta no Brasil.

20 de abril de 2021

Brasil ultrapassa 14 milhões de casos de Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

21 de abril de 2021

Um estudo da Universidade Feevale, em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, confirma a primeira morte causada pela reinfecção por Covid-19 com duas variantes de diferentes estados do Brasil.

27 de abril de 2021

O Senado do Brasil abre seu inquérito sobre a gestão do presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia de Covid-19.

29 de abril de 2021

Brasil chega a 400 mil mortes por Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

Maio

6 de maio de 2021

Brasil ultrapassa 15 milhões de casos de Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

8 de maio de 2021 

O estado de São Paulo chega a 100 mil mortes por Covid-19, segundo dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE).

9 de maio de 2021

O estado de São Paulo atinge três milhões de casos de Covid-19.

20 de maio de 2021 

A secretaria estadual de saúde do Maranhão registra os primeiros casos da variante Delta da COVID-19 no Brasil.

22 de maio de 2021

Brasil ultrapassa 16 milhões de casos de Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

24 de maio de 2021 

Brasil chega a 450 mil mortes por Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

25 de maio de 2021

Uma nova variante do Covid-19, agora chamada de P.4, é identificada em Itirapina, no interior de São Paulo, segundo pesquisador da Universidade Estadual Paulista de Botucatu e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, João Pessoa Araújo Júnior.

Junho

1 de junho de 2021

A variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia no final de 2020, torna-se a variante dominante nos EUA. 

A variante inicia uma terceira onda de infecções durante o verão de 2021.

O doutorando em imunologia da UFRJ Rômulo Neris explicou que novas variantes são criadas sempre que o vírus se multiplica. Assim, é possível o surgimento de uma nova cepa capaz de infectar mais rapidamente e com maior gravidade as crianças, sendo fundamental a imunização.

8 de junho de 2021

Brasil ultrapassa 17 milhões de casos de Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

19 de junho de 2021 

Brasil chega a 500 mil mortes por Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

22 de junho de 2021

Brasil ultrapassa 18 milhões de casos de Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

22 de junho de 2021

Uma nova variante do Sars-CoV-2, chamada de P.5, foi identificada no Rio de Janeiro. Confirmada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), a descoberta ocorreu em abril, por meio do monitoramento genômico da Rede Corona-Ômica-RJ, que detectou a nova cepa no município de Porto Real, divisa com o estado de São Paulo. A Rede CORONA-ÔMICA-RJ é integrada por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores de laboratórios de diferentes instituições do estado do Rio de Janeiro (LNCC, UFRJ, Uerj, Fiocruz, UENF, FGV). O projeto tem como foco o monitoramento epidemiológico do vírus SARS-CoV-2 por meio da vigilância genômica, a identificação de mutações e caracterização de novas linhagens.

23 de junho de 2021

A cidade de São Paulo suspende a vacinação contra a Covid-19 por falta de doses.

Julho

1 de julho de 2021

Brasil ultrapassa a marca de cem milhões de doses de vacinas aplicadas contra a Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

2 de julho de 2021 

A juíza da Suprema Corte do Brasil, Rosa Weber, autoriza a abertura de uma investigação sobre o presidente Jair Bolsonaro por suposta má conduta no caso da compra da vacina Covaxin de fabricação indiana.

9 de julho de 2021

Brasil ultrapassa 19 milhões de casos de Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

Agosto

4 de agosto de 2021 

Brasil ultrapassa 20 milhões de casos de Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

Setembro

13 de setembro de 2021 

Brasil ultrapassa 21 milhões de casos de Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde.

Outubro

8 de outubro de 2021

Brasil chega a 600 mil mortes por Covid-19, segundo dados das secretarias estaduais de saúde e do Ministério da Saúde.

Novembro

26 de novembro de 2021

A Organização Mundial da Saúde classifica uma nova variante, Omicron, como uma variante de preocupação depois de ter sido relatada pela primeira vez por cientistas na África do Sul. A variante tem várias mutações na proteína spike que preocupam cientistas de todo o mundo, pela seu enorme potencial de transmisssão.

30 de novembro de 2021

O partido Rede Sustentabilidade entra com uma ação no STF para que a Corte determinar que o governo federal adote medidas recomendadas pela Anvisa para autorizar a entrada de pessoas no Brasil.

Dezembro

10 de dezembro de 2021

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, determina que o comprovante de vacina para viajante que chega do exterior no Brasil é obrigatório e só pode ser dispensado por motivos médicos ou caso o viajante venha de país em que comprovadamente não haja vacina disponível ou por razão humanitária excepcional. 

12 de dezembro de 2021

Até o momento, mais de 90% da população vacinável estão com ao menos uma dose no braço, o equivalente a quase 160 milhões de pessoas do público-alvo, segundo o Ministério da Saúde.

13 de dezembro de 2021

A Anvisa notifica seus postos de fronteira para a exigência da cobrança do comprovante de vacinação a Covid-19 dos viajantes que entrarem no país. A medida se deu em cumprimento da decisão do ministro Roberto Barroso, do STF.

15 de dezembro de 2021

O STF forma maioria, no Plenário Virtual da Corte, para decidir que será obrigatória a apresentação de comprovante de vacina, além do teste para detecção de Covid-19, para o viajante que chegar ao Brasil.

16 de dezembro de 2021

Anvisa aprova o uso da vacina da Pfizer-BioNTech, para crianças com idade de 5 a 11 anos.  

21 de dezembro de 2021

Diante dos questionamentos acerca da decisão da Anvisa de liberar o uso da vacina Covid-19 fabricada pela Pfizer/BioNTech em crianças de 5 a 11 anos, as sociedades brasileiras de Imunizações (SBIm), Pediatria (SBP) e Infectologia (SBI) decidiram tornar público o parecer encaminhado à Anvisa na ocasião em que as entidades foram consultadas. No documento — que reúne informações sobre o impacto da Covid-19 no grupo etário, avaliação de potenciais benefícios e riscos da vacinação e condições a serem cumpridas pela fabricante após a aprovação —, a SBIm, a SBP e a SBI manifestam-se favoráveis à autorização, por entenderem que os benefícios da vacinação na população de crianças de 5 a 11 anos, com a vacina Comirnaty, no contexto da pandemia, superam eventuais riscos associados à vacinação.

23 de dezembro de 2021

O Ministério da Saúde abre consulta pública para decidir sobre a vacinação de crianças, embora especialistas e autoridades sanitárias exponham que a vacina é segura para crianças e importante para a saúde coletiva, no controle da pandemia. 

29 de dezembro de 2021

Em despacho publicado no Diário Oficial da União, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, informa que não exigirá vacina contra o novo coronavírus em instituições federais de ensino.

31 de dezembro de 2021

É suspensa a determinação do Ministério da Educação que proibia a exigência de vacinação contra a Covid-19 nas instituições federais de ensino. A decisão foi tomada pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, ao atender a um pedido formulado pelo PSB.

2022

Janeiro

18 de janeiro de 2022

A Rede Sustentabilidade entra com um pedido para que o STF determine que os conselhos tutelares fiscalizem a vacinação de criança e adolescentes. A Rede sustenta que a Constituição não permite que crianças sejam colocadas em risco e cabe ao Estado protegê-las, inclusive da conduta dos pais e responsáveis.

21 de janeiro de 2022

Decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski atende pedido feito pela Rede Sustentabilidade para garantir vacinação de crianças contra Covid-19. Ministérios Públicos dos estados e do Distrito Federal deverão fiscalizar cumprimento da Constituição e do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA — Lei 8.069, de 1990), segundo os quais é obrigatória a imunização das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias. 

Fevereiro

17 de fevereiro de 2022

O Supremo Tribunal Federal (STF), por dez votos a um, mantém a autonomia das universidades federais sobre exigir ou não o comprovante de imunização contra a Covid-19 para estudantes que frequentem aulas presenciais.

24 de fevereiro de 2022

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprova o uso emergencial do Evushelde, da AstraZeneca, contra Covid-19. É o primeiro medicamento com indicação profilática para a doença autorizado no Brasil, segundo a Anvisa. 

27 de fevereiro de 2022

O Brasil alcança o número de 460 milhões de vacinas contra a Covid-19 distribuídas para todos os estados e o Distrito Federal, de acordo com o Ministério da Saúde. Além disso, a cobertura vacinal ultrapassa 90% da população acima de 12 anos com a primeira dose e 83% deste mesmo público com o esquema vacinal completo ou dose única. Até o momento, mais de 53 milhões de pessoas tomaram a dose de reforço.

28 de fevereiro de 2022

Fevereiro termina como o mês em que foi registrado o maior contágio de Covid em toda a pandemia até então. De acordo com o Consórcio de Veículos de Imprensa, foram 3.331.967 casos conhecidos a mais, acima dos 3.168.732 anotados em janeiro, o segundo pior mês nesse aspecto até o momento.

Março

2 de março de 2022

O Brasil registra 650 mil mortes por Covid-19, apesar da média móvel de óbitos pela doença chegar a 512 – menor número desde 28 de janeiro. 

12 de março de 2022

Mais de 20 milhões de idosos tomaram a dose de reforço no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. Este número representa 66,61% das mais de 31,3 milhões de pessoas na terceira idade aptas para receber o reforço. Entre os idosos com idade de 70 a 74 anos, a cobertura vacinal é de cerca de 75%, enquanto nos idosos de 75 a 79 anos a marca chega a 73,75%.

15 de março de 2022

O Brasil registra pela primeira vez dois casos confirmados da variante Deltacron (junção da Delta com a Ômicron), um no Amapá e outro no Pará, segundo o Ministro da Saúde Marcelo Queiroga.

16 de março de 2022

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em novo boletim, destaca não ter havido 80% de cobertura vacinal em doses de reforço em nenhuma faixa etária, nem mesmo entre os idosos. A instituição também pediu cautela a respeito da flexibilização do uso de máscaras.

16 de março de 2022

O Ministro Luiz Fux, Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), recebe o Ministro da Saúde Marcelo Queiroga para discutir flexibilização de restrições pela pandemia. Com isso, poderia haver a alteração do status de pandemia para endemia, o que implicaria no fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin). 

21 de março de 2022

O Brasil alcança a marca de 50,5% das crianças vacinadas com a primeira dose contra a Covid-19. Segundo a Agência CNN, os estados do Piauí, São Paulo e Ceará foram os que mais vacinaram crianças até então. A população, nesta faixa etária, é de 20.707.411 pessoas no Brasil, e os imunizados com a primeira dose são 10.460.467.

24 de março de 2022

O Brasil registra a menor média móvel de óbitos por Covid-19 desde 22 de janeiro. É o índice mais baixo desde 22/01, quando a média foi de 261. Já a média móvel de casos de Covid está em 34.292.

24 de março de 2022

O Brasil chega à marca de 410.215.188 doses de vacinas aplicadas contra a Covid-19. O país também ocupa o quarto lugar entre os países que aplicaram mais doses absolutas, e está em 49º lugar em doses aplicadas para cada cem habitantes.

25 de março de 2022

Ocupação de UTI para Covid-19 fica abaixo de 60% em todos os estados. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é a primeira vez que isso acontece desde julho de 2020, quando a Fundação começou a monitorar as taxas de leitos ocupados no Sistema Único de Saúde.

Abril

1 de abril de 2022

O Governo do Brasil antecipa sugestão da Agência Nacional de Vigilância (Anvisa) e deixa de exigir quarentena para não vacinados que entrarem no país. Além disso, em texto publicado no Diário Oficial da União, houve a retirada da obrigatoriedade de testes de Covid-19 para vacinados que chegarem por via aérea ao Brasil. Em adição, os passageiros que não completaram esquema vacinal poderão ingressar no país por via aérea apenas com a apresentação de teste de Covid-19 negativo.

8 de abril de 2022

Uso de máscaras deixa de ser obrigatório em todos os estados brasileiros, com especificidades. Para ambientes abertos, em 12 estados, o uso é opcional, enquanto nos outros 14 e no Distrito Federal usar o item também em locais fechados é facultativo. Entretanto, usar máscara é uma medida recomendada às pessoas imunossuprimidas, ou que apresentem algum sistema respiratório, ou para situações de se estar em transporte público ou hospitais e postos de saúde. 

Pela primeira vez, desde maio de 2020, nenhum estado brasileiro ultrapassou o índice de 0,3 mortes por cem mil habitantes. Segundo o Boletim do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo cruz (Fiocruz), a “terceira onda” da Covid-19 causada pela variante Ômicron, pode estar chegando ao fim. Os cientistas atribuem a queda à alta taxa de vacinação no país e à menor gravidade dessa variante. No entanto, não se pode dizer que é o fim da pandemia, porque a doença ainda representa perigo às pessoas mais idosas, e os números podem subir novamente, caso surja uma variante do vírus mais letal ou que escape da proteção gerada pelas vacinas atuais.  

10 de abril de 2022

A média móvel de mortes registradas, por Covid-19, é a menor desde 15 de janeiro. De acordo com dados coletados pelo Consórcio de Veículos de Imprensa, neste domingo (10), 39 pessoas morreram pela doença no país, enquanto a média móvel esteve em 149 óbitos (a mais baixa havia sido em janeiro, 147). Os números demonstram tendência de queda, pois representa uma diminuição de mortes em comparação há duas semanas.   

Igor Sacramento

Igor Sacramento é doutor em Comunicação e Cultura pela UFRJ e pesquisador em Saúde Pública pela Fiocruz. Na UFRJ, é professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura e pesquisador do Núcleo de Estudos e Projetos em Comunicação. Na Fiocruz, além de editor científico da Revista de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, é professor do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde e pesquisador do Laboratório de Pesquisa em Comunicação e Saúde. Na Memória, colabora com as lives "Memórias da Pandemia".