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Companhia Estadual de Energia Elétrica - CEEE
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Nome
Companhia Estadual de Energia Elétrica - CEEE
CEEE
Companhia Estadual de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul
Data
16/02/1943
Tipo de organização
Empresa de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica
Verbete

Em 16 de fevereiro de 1943, o governo do Rio Grande do Sul criou a Comissão Estadual de Energia Elétrica (CEEE), com a finalidade de prever e sistematizar para todo o estado o aproveitamento de seu potencial hidráulico, em conexão com as suas reservas carboníferas.

Já em 1945, a Companhia laçou o Plano de Eletrificação do Rio Grande do Sul, e em outubro do mesmo ano, por meio do Decreto nº 18.896, a União concedeu ao governo gaúcho um conjunto de aproveitamentos de energia hidráulica, autorizando ainda a construção de diversas termelétricas previstas no plano de eletrificação estadual.

Com base no plano de eletrificação, entrou em operação, dois anos depois, a usina do Passo do Inferno, primeiro empreendimento hidrelétrico da CEEE, localizado no rio Santa Cruz, município de São Francisco de Paula. 

Elevada a autarquia em 1952, a CEEE deu prosseguimento ao plano de eletrificação, assumindo a condição de principal supridora de energia elétrica do estado. Além da instalação de usinas diesel de emergência em numerosos municípios, a concessionária empreendeu a construção de centrais hidrelétricas e termelétricas a carvão. 

Entre as obras concluídas pela CEEE na década de 1950, merecem destaque a termelétrica de São Jerônimo, em 1953, e a hidrelétrica de Canastra, em 1956. A participação da termeletricidade na produção de energia elétrica da concessionária foi reforçada em 1961 com a entrada em funcionamento da usina a carvão de Candiota, localizada em Bagé. Em 1962, a CEEE concluiu a primeira etapa da hidrelétrica de Jacuí colocando em operação suas três primeiras unidades geradoras. 

No final da década de 1950, a Comissão Estadual de Energia Elétrica, devido à ampliação da capacidade instalada e à melhoria da rede de distribuição, controlava o fornecimento de energia elétrica para grande parte do território gaúcho. 

Em 1951, a CEEE é transformada em autarquia e em 1961 muda seu nome para Companhia Estadual de Energia Elétrica, conservando a sigla. Já em 1963, a companhia passa a ser uma empresa de economia mista. 

Em novembro de 1967, a CEEE incorporou a Companhia de Energia Elétrica Rio-Grandense (Ceerg), assumindo a concessão dos serviços de eletricidade em Porto Alegre e Canoas. Posteriormente, em 1972, a Companhia Pelotense de Eletricidade também é incorporada.

A usina termelétrica a carvão de Presidente Médici (Candiota II) foi inaugurada em 1974 aumentando a capacidade de geração de energia da Companhia. Entraram em operação duas unidades de 63 MW correspondentes à primeira etapa do empreendimento, determinando a desativação de Candiota I que vinha funcionando em 50 Hz. A segunda etapa compreendeu a instalação de duas unidades de 160 MW, colocadas em serviço em 1986 e no ano seguinte. A usina de Presidente Médici atingiu então a capacidade de 446 MW.

O segmento de geração termelétrico da CEEE abrangia ainda alguns grupos diesel instalados em localidades isoladas e uma usina a óleo combustível, destinada ao abastecimento da capital gaúcha. Com capacidade de 24 MW, a Nova Usina Termelétrica de Porto Alegre (Nutepa) entrou em operação em 1968, permitindo a desativação da antiga e antieconômica usina do Gasômetro. O planejamento traçado no início dos anos 1980 para expansão da capacidade geradora da empresa contemplou o projeto termelétrico a carvão de Candiota III e a construção da hidrelétrica de Dona Francisca. 

Responsável pelo atendimento do mercado de energia elétrica de quase todo o estado do Rio Grande do Sul, a CEEE realizou importantes investimentos no campo da transmissão ao longo das décadas de 1960 a 1980, implantando mais de 5 mil km de linhas de 230 kV e 138 kV.

A CEEE investiu tanto em geração hidrelétrica como na termeletricidade. A potência instalada de base hidráulica foi ampliada para 882,9 MW, correspondentes a quase dois terços do total da companhia em 1989. Essa expansão foi garantida basicamente pela construção das usinas de Itaúba, Jacuí e Passo Real. Juntas, essas três usinas formaram o complexo hidrelétrico do rio Jacuí, na região central do estado.

A Companhia Norte-Nordeste de Distribuição de Energia Elétrica e a Companhia Centro-Oeste de Distribuição de Energia Elétrica foram constituídas como subsidiárias da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), em conformidade com a Lei Estadual nº 10.900, de dezembro de 1996, que autorizou a reestruturação societária e a privatização parcial da CEEE. A lei previu o desmembramento da CEEE em três empresas de distribuição, uma de geração hídrica, uma de geração térmica e uma de transmissão.

Reestruturada em 1997, a CEEE permaneceu atuante nos segmentos de geração hidrelétrica e transmissão, mantendo a concessão para a distribuição de energia elétrica em 72 municípios gaúchos, inclusive Porto Alegre. As três principais termelétricas da empresa foram transferidas para o controle da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), federalizada em 1998 e posteriormente transformada em subsidiária da Eletrobrás. 

Interrompida no final da década de 1980, a construção da usina de Dona Francisca, no rio Jacuí, foi retomada em julho de 1998 pela CEEE em parceria com o consórcio Dona Francisca Energética (DFESA), composto pela Copel, Celesc e as empresas privadas Inepar Energia, Desenvix (Grupo Engevix) e Santa Felicidade Comércio, Importação e Exportação de Produtos Siderúrgicos (Grupo Gerdau). 

A CEEE integrou os consórcios que venceram os leilões realizados pela Aneel entre 1998 e 2000 para a construção e exploração da hidrelétrica de Campos Novos (SC) e das usinas do Complexo Energético de Rio das Antas (RS). Em dezembro de 2000, seu parque gerador era composto por 15 hidrelétricas, somando 910 MW de potência instalada. No segmento de transmissão, a empresa era responsável pela maior parte das linhas e subestações de 230 kV da rede básica de transmissão no Rio Grande do Sul, viabilizando o suprimento de energia às concessionárias distribuidoras atuantes no estado. 

Para cumprimento da legislação vigente sobre o setor elétrico, em que as atividades de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica precisam ser alocadas em empresas diferentes, foi efetuado o processo de desverticalização da CEEE e em 2006, foi criada a Companhia Estadual de Energia Elétrica Participações - CEEE Par e suas duas controladas: a Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica - CEEE-GT e a Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica - CEEE-D, permanecendo o Governo do Estado do Rio Grande do Sul com o controle acionário e o poder de gestão de todas as empresas oriundas do processo de reestruturação.

Atualmente o Grupo CEEE conta com 5 usinas hidrelétricas, 8 pequenas centrais hidrelétricas e 2 centrais geradoras hidrelétricas (CGHs) oriundas de participação em projetos realizados através de Consórcios ou Sociedades de Propósito Específico. Também possui 56 subestações e opera outras 18 unidades, além de ser responsável pela operação e manutenção de 6 mil km de linhas de transmissão (5,9 mil km próprios) e mais de 15,7 mil estruturas (quase 15,3 mil próprias).


Referências utilizadas:

Grupo CEEE: https://www.ceee.com.br/a-ceee

CENTRO DA MEMÓRIA DA ELETRICIDADE NO BRASIL. Panorama do setor de energia elétrica do Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro (RJ): Memória da Eletricidade, 2006.