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Antonio Dias Leite Júnior
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Nome
Antonio Dias Leite Júnior
Antonio Dias Leite
Dias Leite
Nome para referências
LEITE JÚNIOR, Antonio Dias
Nascimento
29/01/1920
Falecimento
06/04/2017
Local de nascimento
Rio de Janeiro - DF
Local de falecimento
Rio de Janeiro - RJ
Verbete

Antônio Dias Leite Júnior nasceu no Rio de Janeiro (DF) no dia 29 de janeiro de 1920. Ingressou em 1937 na Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil, mais tarde Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), formando-se engenheiro civil e mecânico em 1941. Em dezembro desse ano iniciou estágio em Engenharia Mecânica nos Estados Unidos e, em seguida, passou a engenheiro efetivo na Worthington Pump and Machinery Co. No final de 1944 foi nomeado assessor da primeira comissão de planejamento econômico criada no Brasil, vinculada ao Conselho de Segurança Nacional (CSN).

Professor assistente das cadeiras de Estatística, Economia Política e Finanças da Escola de Engenharia a partir de 1946, em 1948 foi nomeado professor titular de Economia da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Brasil. Nesse mesmo ano prestou concurso para livre-docência na Escola Nacional de Engenharia, pela qual se doutorou em 1950. Dois anos depois doutorou-se em Economia pela Faculdade de Ciências Econômicas dessa mesma universidade. Ainda em 1952 foi aprovado no concurso para catedrático de Economia dessa mesma faculdade. Paralelamente, assumiu em 1955 o cargo de diretor da Ecotec - Economia e Engenharia Industrial S. A. Consultores, tornando-se posteriormente vice-presidente dessa empresa.

No início de 1963, Dias Leite foi nomeado subsecretário para assuntos econômicos pelo ministro da Fazenda, Francisco Clementino de San Tiago Dantas, função que exerceu até a saída do ministro, em junho desse ano. Em 1965 passou a integrar o Conselho Consultivo do Planejamento (Consplan), órgão criado em março pelo presidente da República Humberto de Alencar Castelo Branco (1964-1967) com o objetivo de debater os problemas relacionados à política econômica do governo, estipulada pelo Plano de Ação Econômica do Governo (Paeg), de 1964. No conselho, defendeu o controle do Estado sobre os setores petrolífero, de energia nuclear, de energia elétrica, siderúrgico, de minério de ferro e de transportes. Em março de 1967, Dias Leite foi nomeado presidente da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). Sua administração incentivou principalmente o setor exportador, buscando contato direto com as indústrias consumidoras e iniciando entendimentos para a construção conjunta de usinas de pelotização de minérios. No final de 1968, no governo Arthur da Costa e Silva (1967-1969), deixou a direção da companhia para assumir o Ministério das Minas e Energia (MME). Nomeado ministro dessa pasta em janeiro de 1969, em substituição a José Costa Cavalcanti, foi mantido no cargo até outubro de 1969, quando o general Emílio Garrastazu Médici foi empossado na Presidência da República, em substituição a Costa e Silva, afastado por problemas de saúde em agosto anterior. Na sua gestão à frente dessa pasta foram lançadas, ainda em 1969, as bases que conduziriam ao acordo para o aproveitamento do rio Paraná, no local previsto para a instalação da Usina Hidrelétrica Itaipu, firmado entre os governos do Brasil e do Paraguai. Em dezembro de 1971, pela Lei nº 5.740, foi criada a Companhia Brasileira de Tecnologia Nuclear (CBTN), encarregada de executar pesquisas nessa área, reservando-se à Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) as funções de natureza política. No setor petrolífero, foi feita uma revisão dos planos de pesquisa de petróleo pela Petróleo Brasileiro S. A. (Petrobras). Em abril de 1972 tiveram início os estudos sobre o rio Tocantins, em Tucuruí (PA), com o que buscava-se instalar nessa região uma fonte geradora de energia elétrica para suprir as necessidades surgidas com as descobertas de jazidas de bauxita e minério de ferro, tendo resultado dessa iniciativa a construção da Usina Hidrelétrica Tucuruí. Em maio de 1973, após a assinatura do tratado entre Brasil e Paraguai para a construção da Usina Hidrelétrica Itaipu, foi enviada ao Congresso Nacional uma mensagem, que resultou na Lei nº 5.899, promulgada em julho do mesmo ano, definindo as condições para o projeto da usina e a distribuição da energia gerada no território nacional.

Em março de 1974, ao final do governo Médici, Dias Leite deixou a pasta do MME, tendo sido substituído por Shigeaki Ueki. De volta ao Rio de Janeiro, mais tarde retornou à UFRJ, passando a exercer funções administrativas e a lecionar na Faculdade de Economia e Administração (FEA), sendo nomeado diretor dessa escola em abril de 1982. Aposentou-se em 1985, após 40 anos de serviços na UFRJ e, dois anos depois, foi titulado professor emérito dessa universidade.

Em 1996 tornou-se consultor do MME sobre a reforma do setor elétrico e sobre a questão das usinas térmicas e sua relação com o meio ambiente, função que exerceu até o ano seguinte. Além da obra citada, Dias Leite publicou, entre outros, Renda nacional (1948), Teoria da produção (1952), Caminhos do desenvolvimento: contribuições para um projeto brasileiro (1965), Política mineral e energética (1973), Equilíbrio financeiro das empresas de crescimento regular e continuado (1976), Uma investigação de alternativas de reequilíbrio simultâneo de preços relativos (1985), Transição para a Nova República (1985), Em busca de novos caminhos (1990), A energia do Brasil (1997) - livro laureado com o Prêmio Jabuti de Literatura no ano de 1998 - e Crescimento econômico: a experiência histórica do Brasil (1999).

Trajetória profissional

Conselho de Segurança Nacional - CSN

Cargo: Assessor da primeira comissão de planejamento econômico

Início: 1944

Término:

Universidade do Brasil (Atual Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ )

Cargo: Professor titular de Economia da Faculdade de Ciências Econômica

Início: 1950

Término:

Economia e Engenharia Industrial S. A. Consultores - Ecotec

Início: 1955

Término:

Companhia Vale do Rio Doce - CVRD

Cargo: Presidente da CVRD

Início: março de 1967

Término: 1968

Ministério das Minas e Energia

Cargo: Ministro de Minas e Energia

Início: 1969

Término: 1974

Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Cargo: Diretor da Faculdade de Economia e Administração

Início: 1982

Término: 1985

Formação Acadêmica

Curso: Economia (doutorado), na Faculdade de Ciências Econômicas, Rio de Janeiro (DF), em 1952

Curso: Engenharia (doutorado), na Escola Nacional de Engenharia, Rio de Janeiro (DF), em 1950

Curso: Engenharia Civil e Mecânica, na Escola Nacional de Engenharia, Rio de Janeiro (DF), em 1941

Identificador
16237